Da Amizade

Nesta quarta de quente verão chego aqui para falar de amizade.

Da amizade que ouvi falar, da amizade que tenho, que sinto. Da amizade teórica, da amizade conceitual se melhor quiserem. Mas...

Que é o amigo afinal?

Amigo é aquele que cuida de outrem. Que se preocupa com outrem.

Pre ocupar. Ocupar-se previamente. Ter a mente ocupada por outra pessoa. Mulher. Homem. Outrem afinal.

E não necessariamente pelo fato desse outro ter alguma sorte de problema. Mas pelo prazer que um tem em receber notícias do outro. Saber se está bem. Saber o que anda fazendo. Como anda pensando e direcionando sua existência. Que leu. Que filme viu.

São as questões a ocupar nosso coração/mente quando dedicamos amizade e afeto a alguém.

Tal pessoa não precisa estar ao pé de nós. Muitas vezes são milhares de quilômetros a separar, muitos meses sem se comunicar, e de repente, pá...

Um telefonema...

Um e-mail...

Uma aparição no MSN...

E o coração se enche de júbilo, ávido de notícias...

Nessa hora a amizade se fortalece, mesmo que não haja reciprocidade no montante de sinceridade do lado de lá. Amizade é incondicional. Ela simplesmente é.

Somos amigos, o prazer esta fundamentalmente no sentimento que habita nossos corações.

A distância temporal, geográfica, pode até tornar latente nosso sentimento, como uma semente que hiberna.

Ao primeiro contato essa semente sai da hibernação. E desabrocha numa sequencia de atitudes carinhosas, provas cabais de nosso incondicional afeto.

Do quanto essa pessoa ocupa de nossa mente/coração.

E, no caminho de volta para casa, pensava numa canção de dois amigos, o João Donato e o Gilberto Gil:

Lugar comum

Beira do mar,

Lugar comum

Começo de um caminhar

Prá dentro de outro lugar...

È isso!

04/03/2009

Fernandes, Paulo Cesar (Keine Grenze