quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Viver em que?


Por que não dizemos "Casa doce Casa" e sim
"Lar doce Lar"?

Por que o americano não diz "House sweet House" e sim "Home sweet Home"?


Por uma simples razão.

Há uma diferença substancial entre Casa e Lar.


A Casa nos abriga das intempéries meteorológicas.

O Lar nos abriga das intempéries existenciais.

Uma coisa bem diferente, bem distinta.


Podemos ter uma casa cheia de pessoas e não chegar a ter um Lar.

E podemos viver só e este espaço constituir um Lar.


Tudo depende do clima mental/energético ou de espiritualidade criado no espaço geográfico. Lembrando que espiritualidade nada tem a ver como religiões, mas sim com a ocupação da nossa mente com coisas abstratas, ou imateriais, como a arte, a filosofia, o conhecimento de uma forma geral, ou até mesmo uma religião.


Espiritualidade é algo muito mais aberto que qualquer religiosidade. É um dos caminhos para a Felicidade.

Lembre bem:

1) Liberdade  »
2)     Criatividade  »
3)             Felicidade.


Lute pela Liberdade. Em sua vida e no mundo.

Os itens 2 e 3 lhe virão por acréscimo.


Paulo Cesar Fernandes

31  01  2013

Um dia sem males, e com amor

Mais um dia, em busca da Paz e da Justiça no mundo.

Quem sabe hoje ninguém seja assassinado.

Quem sabe hoje ninguém morra de fome ou inanição.

Quem sabe hoje os médicos (públicos e particulares)  de todo o mundo, tenham o mesmo coração dos "Médicos sem Fronteiras".


Quem sabe hoje, o homem já embrutecido por seu trabalho, leve uma flor para sua mulher.


Quem sabe hoje, a mulher que trabalha demais, pare um pouco para se fazer apenas e tão somente femea. Femea fogosa a tirar o fôlego de seu companheiro. Recobrando a sensualidade abortada em prol do trabalho.



Quem sabe hoje, a mulher comum, que se cre sem valor, se olhe no espelho e veja sua beleza, apesar da idade, apesar do quilo a mais que pensa ter, convide seu companheiro ao quarto e o leve à loucura.


Quem sabe hoje seja um dia igual a todos os outros; mas totalmente diferente para algumas pessoas. As pessoas que se derem o direito de amar sem fronteiras, sem limites e sem barreiras de qualquer espécie.


A femea, como femea, fazendo seu macho mais macho.

O macho, como macho de verdade, se permitindo a sensibilidade de uma flor à amada.


Afinal, janeiro está no fim. É verão. E o amor precisa brilhar nos corações.


Quem sabe hoje possa ser uma dia sem males.


Assim espero!


Paulo Cesar Fernandes

31  01  2013

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Homenagem a quem merece

Viajava de São Paulo a Santos em 2002, voltavamos de uma Feira de Informática, Mauricio um amigo comum, eu e meu cunhado (o irmão mais irmão).

No carro tocava uma música italiana na qual a palavra "adesso (agora)" me chamoui atenção e perguntei o que significava. Faltou a memória a meu cunhado por um tempo, mas a palavra "agora" lhe veio. Eu o pusera numa fria sem a menor intencionalidade.


Me senti mal. E deste fato me decidi aprender italiano.


Ainda era para mim tempo de Internet discada. E em abril de 2003, desempregado, usava o tempo procurando emprego, e mais o que me viesse na telha.


Numa dessas ocasiões a palavra "comunista" me trouxe a musica "Cualcuno era comunista" de Giorgio Gaber.

E pouco a pouco achei quase tudo de Giorgio Gaber.


Tempo dificil, em que um amigo de nome Reinaldo me presenteava com alguns livros, para eu seguir estudando sobre o surgimento da vida na Terra. Gratidão eterna ao amigo.



Mas meu encontro com Gaber foi muito importante.
Com ele aprendi o pouco que sei de italiano.
É meu  método para aprender uma nova língua.
Dicionário do lado, vou traduzindo as músicas.
E quando me dou conta a estrutura da lingua já me pertence.
Essa é uma das magias da minha vida.
As benesses me chegam assim.
De presente.



Domingo para segunda. Já 29 de janeiro de 2013 vou até a RAI antes de dormir.
Era um especial em homenagem a Giorgio Gaber.

Sua familia presente, bem como o pessoal da Fundação Giorgio Gaber.

Mais importante que tudo, seu companheiro de trabalho de toda sua vida: Sandro Luporini.
Idoso e sereno. Grande pintor e imenso coração. Trazia um livro falando de seu trabalho junto a Gaber.
O apresentador lia trechos desse livro. Muito bom.


Os interpretes das músicas do Gaber o fizeram mal, muito mal.
Ninguém neste mundo canta Gaber "a la Gaber".
É como o Gilberto Gil. Tem musica dele que só na voz e expressão facial e corporal dele.

Ninguém chega perto dos gênios. Nunca!


Giorgio Gaber é um gêniio. Artista completo em todos os aspectos. Expressões faciais, corporais.

Com ele aprendi o valor do silêncio quando se fala a um público.

O silêncio enfatiza o recem falado. Dá espaço ao público pensar.
Em seus monólogos, a maestria nesse mister. Evidente, permitia o riso do público.


Chamavam "Teatro Canzone" o que faziam ele e Luporini.
Muito mais sensivel e inteligente que qualquer "Stand up comedy" de hoje.

Eles eram de Milano, culturalmente bela cidade.

Em 01/01/2003 o cancer o levou. São dez anos de sua ausência. Forte ausência.

Mas, onde quer se encontre, uma piada, um texto, uma tirada sarcástica se faz ouvir.

São inseparáveis, o artista e sua arte.
Gaber, eternamente Gaber.



Paulo Cesar Fernandes


Santos - Brasil - 29 de janeiro de 2013

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Olhos plenos de minha cidade (467 anos

Dizia eu a uma salvadorenha, em noites de chuva te fazes mais poética, e mais bela.

A gota pendente no fio, me trazendo a luz do poste, é toda ela um poema.

Mara e Ticão do livro do Blues.
Ana e Almir do Conto "Admiração" são filhos teus, assim como eu.



Por que te dou mais filhos?
Que mágica há nesta minha relação contigo?
Por te conhecer?
Por andar pelas tuas calçadas, e apreciar cada mudança de cada rua, nos mais diversos bairros?
Por estares em mim toda, ocupando cada espaço do meu coração?


Não tenho a resposta.



Sei apenas.
Entre os morros e o mar se incrustou uma jóia.
Beleza rara, sentir profundo.


Um povo calmo e amoroso.
Teus filhos carregam a malemolência do bom viver.
Um viver sem pressa.
O tempo é sempre todo teu.




Entre o morro e o mar se deita bela a mulher santista.
Ousado recato, olhar de sensualidade.
Ela é toda amor.



Fala mansa e serena.
Morena és tu.
Minha pequena cidade.
Porto de paz, nas tormentas da vida.




Ter-te em mim, e estar em ti.
É minha mais grande alegria.



Justo eu.
Duplamente santista.



Santista de chapa.
Maternidade Anglo-Americana. Gonzaga.



Santista de time.
Da Vila Belmiro famosa, onde moro.



Já te disse uma vez minha Cidade de Santos.
Tu e eu, somos apenas um.



Paulo Cesar Fernandes

26  01  2013


2013   Ano 1   da   Era da JUSTIÇA

Carta a Sampa

CartaSampa

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Carta a Maria Luiza
                         Álvares de Azevedo


"No dia dos teus anos que queres eu te diga?
 Que os anos da virgem são como a manhã das flores?
 Não. Dirte-ei somente uma coisa..."



E o poeta vai adiante.

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Mas a ti Sampa
Toda manhã desvirginada pelo afã do trabalho
Que te posso eu dizer?




Que na noite de tua boemia tudo se recompoe?
Renascendo a vida na mesa dum bar?


No Centrão da cidade, ou num recanto afastado
Pedaços de chão só para alguns
Circuito fechado a neófitos do samba.
Da tua criação, criatividade e arte?




No sujinho trás da USP
Corifeu de Azevedo Marques?




E Vila São Francisco prá morar.
Desce um pouco tá no recanto
Barzinho aconchego
Quatro ou cinco negos
Cavaco, violão, voz e palavra




Tudo tem inicio marcado
Ninguém sabe se acaba
De madrugadas são feitos
Os sambas nessa parada.




Paulo Cesar Fernandes

25  01  2013


Nota:

Os cariocas dizem que Sampa é o túmulo do samba. Isso só mostra a sua ignorância no que diz respeito ao Brasil. Pensam que o mundo é Ipanema e Leblon. Narcisos a olhar o próprio umbigo. Morrerão na mediocridade do seu pensar.

Deixa estar que o samba de Sampa ano a ano vai botando dentro do carioca a noção do seu verdadeiro lugar.

E mais. A capital é Brasília, e a financeira fica entre a Boa Vista, Quintino Bocaiúva, Largo São Bento, bem no centro de São Paulo.

Não fosse a Time-Life Globo o Rio de Janeiro era um riachinho sem valor nenhum.

Não tem prá ninguém. São Paulo é mais!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

459 anos

Pequena imensidão.
São Paulo espaço azul.
Zona de cultura.
De culturas mil.


Inovação constante, nunca é igual.
Cada dia diferente.
Emergentes sinfonias.
Sintonia fina em cada esquina.


Perigosa e bela.
Andrajosa e rica.
Metrópole, és Metrépole!



Intelectuais, homossexuais e putas.
Galeria Metrópole.
Na noite fria a orgia.
Ao longo do dia, urbano espaço.



Leão do Olido.
Restaurante e cinema.
São João a Avenida.
Cantada em versos.
Pisoteada no compasso frenético da cidade
Uma cidade que nunca para não.
Ilusão pensá-la inerte, imóvel,
Intestinalmente agitada és Paulistana.
A mulher de todos nós.
Coração pulsante de sensualidade e vida.




Centro Cultural e a Paulista.
Nada mais teu, nada mais significativo de tudo quanto és.
Cultura e lazer, encravadas no trabalho.

Cultura e lazer como trabalho vivo.
Da tua civilidade.
Mário de Andrade.
Paulo Vanzolini.
O Samba da Vela.


No Charme da Paulista.
Uisque em muito gelo.
A cidade se desloca através das pessoas?
As pessoas são a cidade, como a cidade são as pessoas.



Te sinto falta Largo Santa Cecília, Largo de Moema então
Coração!
Pedaços teus plantados na Urbe
Finalizando.



Ninguém mais Urbe que tu.
Urbanidade extendida a rincões do desvão.
Desdobrada cada dia mais.
Não há mapa em que tu caibas.

Urbana com toda razão.
Em tuas veias circula o mundo.
Em cada Lar, te bate a emoção.



"São, São Paulo.
 Meu amor."



Paulo Cesar Fernandes

25  01  2013


2013 Era da Justiça Ano 1  

Tens tudo a ver São Paulo com o futuro.

Geraldo Vandré

Geraldo Vandré   (cantor, compositor, e poeta sensível às dores de sua gente.


De tanto sufrir en la vida Vandre se quedó quieto.

Pero ya habia dejado a nosotros delineamientos para lo que se hace necesario en el mundo. En la decada de 60 y hoydia.

El mundo no cambia sin que se cambien sus estructuras. Su modelo de gerencia de la gente, su modelo capitalista de vivir y de pensamento.
Nos decia Paulo Freire que "el explotado trae dentro de si la ideologia del explotador".


Hay que cambiar el pensamento hegemonico de la socidad como nos enseñaba Antonio Gramsci.

Por el tiempo que ese pensamento for vigoroso seremos pueblos explotados, personas explotadas, y mas de las ocasiones no nos damos cuenta de todo eso. Somos alienados. Segun Marx "el hombre es alienado de su trabajo".

Veamos la arte y la leamos ideologicamente:


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Porta Estandarte
Geraldo Vandré



Olha que a vida tão linda se perde em tristezas assim
Desce o teu rancho cantando essa tua esperança sem fim
Deixa que a tua certeza se faça do povo a canção
Pra que teu povo cantando teu canto ele não seja em vão


          (Nuestra certeza es nuestra ideologia y nuestra cancion es nuestra praxis revolucionaria. No mas con armas, pero con nuestros neuronios, con nuestra Razón y con nuestar voluntad de cambio. Un cambio radical que no deje nada de esta vieja y carcomida sociedad. Un cambio hacia la Era de la JUSTICIA para todos nuestros pueblos HispanoAmericanos. Sin violencia, pero con efectividad.
Hacia la vitoria! VENCEREMOS! Decian nuetros hermanos de El Salvador. Y han vencido. De una forma o otra han vencido. Aun con heridas abiertas, pero poco a poco vencen a los gorilas de la muerte.




Eu vou levando a minha vida enfim
Cantando e canto sim
E não cantava se não fosse assim
Levando pra quem me ouvir
Certezas e esperanças pra trocar
Por dores e tristezas que bem sei
Um dia ainda vão findar
Um dia que vem vindo
E que eu vivo pra cantar
Na Avenida girando, estandarte na mão pra anunciar.



          (Hay que cantar. Y jamas perder la certeza en nuestra vitoria. La vitoria de lo cierto, la vitoria del Bien, la vitoria de la solidaridad entre nuestros pueblos, que es la vitoria del amor. Del amor de Sandino, del Che, de Marighela, Zapata; Carlos Fonseca; de John William Cooke nuestro compañero fuerte de Argentina. Nombre y nombre que son el honor de nuestros pueblos. De los de abajo. De los concientes ideologicamente. Del otro lado del rio de la vida estan los que nos matam, que nos odian, que gustarian de hacer morir una a una nuestras ideas.
          (IMPOSIBLE! Las ideas siguem con el viento, y son semillas que se hacen renascer en otros pueblos, en otros continentes, traendo fuego a otras vidas, y dandoles nuevos sentidos. Sentidos revolucionarios por supuesto.
          (VENCEREMOS ! ! !



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Arueira
Geraldo Vandré
 

Vim de longe, vou mais longe
Quem tem fé vai me esperar
Escrevendo numa conta
Pra junto a gente cobrar
No dia que já vem vindo
Que esse mundo vai virar
Noite e dia vêm de longe
Branco e preto a trabalhar
E o dono senhor de tudo
Sentado, mandando dar.
E a gente fazendo conta
Pro dia que vai chegar
Marinheiro, marinheiro
Quero ver você no mar
Eu também sou marinheiro
Eu também sei governar.
Madeira de dar em doido
Vai descer até quebrar
É a volta do cipó de arueira
No lombo de quem mandou dar.



          (Acá llamanos a la venganza. A la violencia. Y no creo en este camiño. Voy yo por el sendero de John Lennon. "Give peace a chance". La energia de las ideas, de la Razón va a cambiar todo en este mundo. Temprano o tarde. Ya es tarde demasiado. Pero tenemos mas posibilidades, tenemos esa red y la sed de JUSTICIA.
          ("Bienaventurados los que tienen sed de JUSTICIA..." ha dicho el hombre hace sculos. Ha dado el camiño. Basta seguirlo. Y es adelante que todos andaremos. Cambiando despacito o como un horacon, un tornado. Cambiando, cambiando siempre.
          (Es seguro. VENCEREMOS!!!



Paulo Cesar Fernandes

24  01  2013


Que viva John Lennon!!! 

El combatiente por la PAZ!


2013   Ano 1   Era de la JUSTICIA

Elogio da madrugada

Elogio da madrugada


Há poesia na madrugada?


Sim. Há poesia na madrugada.


Quando as brumas da noite se vão dissipando, e um certo clarão vem pouco a pouco se estabelecendo.


Da janela do meu escritório fico admirando o
paulatino vencer da luz por cima da sombra.


Os cães. Arautos de um novo dia. São eles os primeiros a dar sinais. Isto porque alguns humanos já se movimentam, em direção às suas rotineiras atividades.


Uns contentes com o afã de seu trabalho.


Outros carregando nele, pesado fardo, a corroer pouco a pouco a sua estrutura psíquica.


Mas a vida pede movimento, e o homem é movimento em sua estrutura. Afinal tudo é movimento no universo, ou nos universos.


Os pneus dos carros sempre me intrigam.


É alguém iniciando um novo dia?


Ou um ser da noite, capaz de estar voltando dos braços daquela a quem desejou e teve?


Buscando tão somente o refazimento das energias físicas, para mais uma jornada da sedução mais explícita. Sensualidade e emoção barata de beira
de cais. Nos bares beira cais, ou em qualquer outro recanto na boca da noite, o boêmio faz seu teatro. Homens e mulheres vivendo de sensações.


Tecendo sensações em seu viver.


Esse interregno, entre a noite e o dia, é sempre uma incógnita, da mais bela equação já encontrada pela humanidade: a equação da vida.


Já dia. Nos chama a atenção o primeiro cantar de um Bem-te-vi. Um grito vigoroso de saudação ao novo dia, e a toda esperança nele contida, toda
a gama de possibilidades em cada minuto, cada segundo e cada hora desse novo momento existencial.


A luz do dia faz crescer o movimento nas ruas.


As pessoas ainda se amedrontam diante da escuridão da noite. Do inusitado escondido em cada esquina, em cada local mal iluminado.


A luz do dia abre possibilidades.


Novo dia, novos projetos, novas possibilidades de trabalho, de criatividade, de emoção, de afetividade, da autodescoberta.


E um novo texto pode nascer. Assim do nada, trazendo um elogio.


Elogio da madrugada.

Paulo Cesar Fernandes

24  01  2013



Neste 2013   Ano 1   Era da Justiça

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O mundo possível virá

O mundo possível virá


A Europa não é mais o centro do mundo.
Os EEUU não são mais o centro do mundo.

Hoje, no mundo, pipocam novos centros de cultura, novas formas de pensar trazidas por etnias das mais diversas.
 

Mesmo os blocos econômicos não tem a menor importância. Estão sempre às voltas com suas
economias, e com seus mercados.
 

Uma outra lógica deverá salvar o mundo. Basta os que se julgam sábios e donos de todo o saber baixar a bola. E de forma humilde beber da sabedoria de todas as culturas ancestrais. Essas mesmas culturas que os europeus e os EEUU tentaram dizimar.


E não conseguiram.
 

Voltar às origens indianas, incaicas, quechuas, chinesas, etc.

Indo lá atrás, bem atrás mesmo no conhecimento desses povos.
 


Por certo aí está um tesouro capaz de trazer melhores rumos à civilização em agouro, a Civilização Ocidental Cristã. Uma cristandade materialista e genocida.


Jesus de Nazaré, o homem, não pactuaria com tudo isto. Nem mesmo de chamá-lo Cristo.
 

Cai por terra a civilização da exterioridade. E é necessário que nada sobre dela.

Nascerá a Civilização da Esssencialidade.

Do predomínio do Ser.

Da Espiritualidade.

De um novo conceito de progresso.


O progresso do Estar-Bem Para-Si e Estar-Bem Para o Outro.


Num nível de horizontalidade jamais visto. No mais natural colaboracionismo. Nada a ver com a materialidade dos códigos abertos dos softwares livres.


Falo de outra coisa. Noutro sentido, noutro rumo.
 

Construção paulatina e firme, onde cada um de nós poderá ir acordando. Cada um a seu tempo.


Sem mais a letargia da materialidade, do consumo, da objetificação do Ser.

O mundo possível virá!
 

Paulo Cesar Fernandes

23 01 2013



2013   Ano 1   Era da JUSTIÇA

domingo, 20 de janeiro de 2013

A poesia, a palavra e o SER em Heidegger

Neste artigo Heidegger fala do poetizar.


Lidando com as palavras e seus sentidos, nos faz perceber que tais sentidos só existem na convencionalidade social e daquele pensante.


E pensa o SER.


Se a palavra atribue o significado à coisa, ou o ENTE, como gosta de se referenciar Heidegger, essa atribuição só foi/é capaz de existir por ter sido pensada pelo SER.


Temos aí, para Heidegger a primazia do SER sobre os ENTES (coisas).


É o pensar do SER, a origem de toda a significação do mundo.


E a poesia é a essencialidade disso.

O poeta pensa e projeta no mundo seu pensar.

Do nada se faz a poesia.

É o conjunto das significações do pensar do poeta, a força propulsora dos poemas no mundo de relações entre os homens.


O pensar do poeta significa, e eventualmente resignifica o mundo.

O mundo dos Entes (coisas) e o mundo do próprio SER (criador de significados).


É melhor ler Heidegger. Não é simples, mas lendo com calma, e talvez relendo nós todos chegamos ao seu entendimento.

E o mais importante. Não se ocupe/preocupe com os termos em alemão. O tradutor e eu deixamos no texto para aqueles que bem compreendem a língua germânica.

Adiante pois!

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~
LA PALABRA   La significación de las palabras
                       Martín Heidegger


Traducción de Pablo Oyarzun Robles
(1995)



Tan pronto como hablamos de “significación” de las “palabras”, hemos dispuesto a éstas de conformidad con su sonido verbal (Wortlaut), al cual le está adherida una “significación”. El sonido (φωνή) es, como algo sensiblemente dado, lo más próximo y real. Lo otro le es adherido y sobrecargado, de manera que la palabra, como configuración sonora, se convierte en la portadora de la significación.


¿Acaso no se puede comprobar y confirmar todo esto, siempre, en la constancia fáctica del lenguaje? Por cierto. ¿Pero quiere decir esto que el lenguaje es pensado, así, a partir de su "início" (“Anfang”)? El inventario en términos de sonido verbal, significación, resulta de la pregunta de esencia: ¿qué es el lenguaje?


En qué consiste. Fácilmente se reconoce el carácter metafísico de este inventario. Lo fónico y la fonación es lo físico, la significación es lo no‐sensible (el sentido [Sinn]), es decir, lo metafísico. Pero, pensado más exactamente, el inventario se muestra todavía de otra manera. Está dada la palabra sonora y el objeto designado en ella (la cosa, por ejemplo). Únicamente a partir del [doble] hecho de que la palabra “designa” (“bezeichnet”) la cosa, mientras que el sonido en sí mismo sólo suena y resuena, se llega a la función de designación de la “palabra” con ayuda de aquello que no puede ser ni mero sonido verbal ni la cosa designada: y esto es la “significación”.


Surge la pregunta de dónde ha de situarse esta forma (Gebilde). Se la confía al representar y opinar. Se ha caído, sin advertirlo, en el círculo de la relación del hombre al ente, en cuanto que en este círculo es posible la concordancia entre representar y objeto, concordancia que se llama “verdad”.


El mencionado inventario de la esencia de la palabra y del lenguaje no sólo presupone un saber acerca del ente y del hombre, sino que se mueve en una esencia de la verdad que se ha admitido sin reparo. Dentro de este círculo ya resuelto, que manifiestamente es el de la metafísica, se mueven, entonces, todas las discusiones sobre el lenguaje y la palabra. La metafísica proporciona los ingredientes de las indagaciones de la filosofía del lenguaje y de la ciencia del lenguaje, pero a la vez proporciona inmediatamente y sin que se lo advierta el circuito de los posibles respectos entre
los cuales se mueven, en una y otra dirección, las diversas teorías.

Pero si la metafísica como tal no es lo inicial, entonces todo “saber” habido hasta ahora acerca del lenguaje no puede ser lo verdadero (das Wahre).

Mas ¿por qué ha de ser necesario un semejante saber inicial? Ciertamente, no porque se trate de una correcta organización de la investigación, sino porque la palabra y el modo en que ella es contribuye a decidir el destino del hombre (das Geschick des Menschen mitentscheidet).

El perfeccionamiento de la ciencia del lenguaje, puesto como meta de la meditación “sobre” la palabra, sería un motivo demasiado precario para el pensar.


Pero aun la amenaza a la esencia del hombre (die Bedrohung des Menschenwesens) a causa de la decadencia (Verfall) del lenguaje y la degradación de la palabra no puede bastar para justificar el pensar “sobre” la palabra, ya, empero, aparentemente reflexionado. Además de esto, la decadencia del lenguaje es quizá solamente una consecuencia de la amenaza a la esencia del hombre, amenaza que viene de otro origen. Ella surge del olvido del ser.


Pero la palabra podría, ciertamente, pertenecer a la verdad del Ser (Seyn). Entonces sólo podría hablarse acerca de la palabra (vom Wort nur… sagen) a partir del pensar inicial del Ser. Entonces habría que esclarecer desde allí en qué respecto se encuentra ella con los ingredientes usuales del lenguaje, y sobre todo con aquello que, a diferencia del cuerpo verbal, se denomina “el alma”, con la significación. Si la metafísica acierta con algo correcto, entonces esto correcto, sin importar lo que sea de su verdad, tiene que ser pensado, de todos modos, en su origen.


No por causa del hombre (nicht des menschen wegen) el pensar inicial piensa en pos (nachdenkt) de la palabra, sino en gracia al Ser (dem Seyn zum Dank).


Así podría propiamente acontecer (sich ereignen) que los consabidos ingredientes del lenguaje mostrasen un distinto “modo”. Una simple reflexión conduce a lo libre.


Habitualmente las palabras, y, más precisamente, la acuñada conexión de un hablar en la conversación del lenguaje (der geprägte Zusammenhang eines Sprechens im Gespräch der Sprache), mientan al ente. Cada “algo” de lo que se habla en la conversación (das im Gespräch besprochen wird) es un ente.


No obstante, en la conversación se esconde todavía algo dicho que no es algo de que se hable. Precisamente esta palabra “es” que acaba de ser mencionada dice “algo” que no es un “ente”; la palabra nombra al Ser.


¿Es, esta palabra, sus derivaciones y sus ocultas formas en el articulado ensamble del lenguaje, sólo una excepción entre las palabras, es un extraño en medio de las constancias lingüísticas, o es la palabra de todas las palabras, en la cual todas las palabras pueden, ante todo, ser palabras? Si fuera así, entonces el Ser primeramente regala (schenkt) al ente, expresamente o no (ob ausgesprochen oder nicht), el aparecer y el mostrarse, de forma tal
que puede ser lo designable y lo designado en el sentido del significar habitualmente entendido.


Entonces el Ser primeramente regala al ente el que, luciéndose al aparecer (es erscheinend sich lichtend), indique (deutet) hacia algo otro y a sí mismo. Entonces el Ser regala primeramente al ente la posibilidad de tener una significación.


Entonces el Ser es aquello que regala y señala (be‐deutet) al ente con tales significaciones. El Ser dota (be‐denkt) (como la gracia inicial [der anfängliche Dank]) al ente con estas significaciones. El Ser es lo señalante (das Be‐deutende).


Así resulta, por contraposición con la metafísica del lenguaje, algo otro: no que el sonido verbal signifique al objeto con ayuda de una “significación” que viene al vuelo desde alguna parte, sino que el Ser señala (acontecedoramente) al ente como tal, de manera que lo apropia (ereignet) en el indicar (Deuten) y mostrar (Zeigen) de las señas iniciales (anfänglichen Zeichen), y lo acontecido en propiedad es primeramente aquello a consecuencia de lo cual la palabra puede ser acogida por lo pronto, y solamente, en conformidad con el mero sonido, y puede, luego, ser perfeccionada (ausgestaltet) con la “significación”.


Lo que es propiamente dicho en el lenguaje, lo soslaya la conversación, en tanto que sólo re‐presenta y aprehende aquello de lo que se habla.

¿Puede sorprender que el “es” y el “ser” sólo sean admitidos como palabras auxiliares?


Sólo porque el lenguaje se origina en el Decir del Ser (Sage des Seyns) puede llegar a ser lenguaje. Pero el Decir del Ser no se deja nunca pensar y experienciar ni desde el lenguaje ni desde la explicación metafísica del lenguaje. En todo caso, en un sentido inicial, la palabra “ser” es la palabra auxiliar por antonomasia, en la medida en que primeramente auxilia al lenguaje a llegar a ser él mismo, también allí donde esta palabra inaparente se rezaga en el ocultamiento de lo inicial.


Con esta palabra (ser, es…), el hombre ha recibido ya la garantía de que, antes que todo ente, el Ser es dicho y decible. Pero al mismo tiempo se ha destinado la capciosidad (das Verfängnis) de explicar la palabra sólo a partir del lenguaje y, así, de excluir al pensar del camino que medita en conformidad con el inicio del lenguaje (dem Anfang der Sprache nachdenkt).


El hombre tiene el lenguaje, porque el lenguaje se origina en la palabra, pero la palabra, como el Decir del Ser, tiene al hombre, es decir, lo afiata en su destinación (bestimmt in seine Bestimmung). Lo a‐fiatante (das Be‐stimmende) es la voz (Stimme) del Ser, que no se disipa en rumor (verlautet), sino que se acalla (sich verschweigt) en la queda (Stille) de la remisión del Ser a su verdad (acallamiento y velamiento).


Si, no por causa de la poesía (Poesie) y la filosofía, ni menos para fines de una ulterior forma de organización de su ejercicio, vale decir, la cultura, sino en gracia al Ser, hubiese la urgencia de pensar el pensar y el poetizar (das Dichten) en su inicialidad y su envío (Schickung), entonces esto sólo puede llegar a ser posible a partir de un saber de la palabra y de su iniciación. La apelación y la mirada al lenguaje y a la “palabra” comprendida desde el lenguaje son caminos extraviados.


Pero si el Ser en su verdad es la remisión a la despedida (die Verwindung in den Abschied), en la cual se regala la venida del resguardo del inicio (die Kunft der Bergung des Anfangs), si el Ser es acontecimiento de propiación y, como éste (es decir, como la vuelta de separación y venida [die Kehr von Schied und Kunft]), el favor y la gratitud (die Gunst und der Dank), entonces se guarda (verbirgt sich) en el Ser mismo el poetizar y el pensar.

El poetizar es el Pre‐decir (die Vor‐sage), el Decir inicial, que acontece en propiedad como el favor de aquello que no es hecho y que no puede ser calculado a partir de lo meramente presente y lo efectivo (aus Vorhandenem und Wirklichem).


El poetizar es el favor pre‐dicente de la guardiana de lo sagrado (der Hüterin des Heiligen). Porque el poetizar es el favor predicente, por eso le pertenece lo despejador‐proyectante de la “fantasía”. ¿Cómo ha de pensarse la interna referencia de lo por‐poetizar a lo sagrado?



Nota:
1 “Das Wort / Die Bedeutung der Wörter”. Tomado de Zur philosophischen Aktualität Heideggers, Bd. 3, “Im Spiegel der Welt: Sprache,
Übersetzung, Auseinandersetzung”, hsg. v. Dietrich Papenfuss u. Otto Pöggeler, Frankfurt/M: Klostermann, 1992, pp. 13‐16. La nota aclaratoria proporcionada por Friedrich‐Wilhelm von Herrmann (editor de las obras completas de Heidegger) indica que este breve manuscrito, hasta entonces inédito, está referido, mediante una inscripción en la portadilla (que lleva el título “La palabra”), a un texto escrito en 1944 bajo el título “Die Stege des Anfangs” (“Los senderos del inicio”). También en la portadilla, así como en la primera página del manuscrito (que lleva el título “La significación de las palabras”), está registrada la palabra “Ereignis”; por último, la portadilla enseña también la seña “vgl. Dichten und Denken — Inständigkeit” (“cf. poetizar y pensar — instancialidad”).

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Geléia Geral. Repensada.

Geléia Geral
Torquato Neto
 

Um poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia
Resplandente, cadente, fagueira num calor girassol com alegria
Na geléia geral brasileira que o Jornal do Brasil anuncia
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

A alegria é a prova dos nove e a tristeza é teu porto seguro
Minha terra é onde o sol é mais limpo e Mangueira é onde o samba é mais puro
Tumbadora na selva-selvagem, Pindorama, país do futuro
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

É a mesma dança na sala, no Canecão, na TV
E quem não dança não fala, assiste a tudo e se cala
Não vê no meio da sala as relíquias do Brasil:
Doce mulata malvada, um LP de Sinatra, maracujá, mês de abril
Santo barroco baiano, superpoder de paisano, formiplac e céu de anil
Três destaques da Portela, carne-seca na janela, alguém que chora por mim
Um carnaval de verdade, hospitaleira amizade, brutalidade jardim
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

Plurialva, contente e brejeira miss linda Brasil diz "bom dia"
E outra moça também, Carolina, da janela examina a folia
Salve o lindo pendão dos seus olhos e a saúde que o olhar irradia
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

Um poeta desfolha a bandeira e eu me sinto melhor colorido
Pego um jato, viajo, arrebento com o roteiro do sexto sentido
Voz do morro, pilão de concreto tropicália, bananas ao vento
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

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Repensando o momento

Torquato faz um vitral da época.
Uma época em estilhaços.
Estilhaços, tiros e balaços...
Como hoje vida ou morte vale igual.



Corte e recorte do vidro, no pedaço que caiu na rua
Prega palavra inocente com sentido de figo maduro
Pasquim!   Retrato de uma época


Razão demais prá não ser, não pensar e não agir
Tumbadora de tumba, de som não sonado, de corpo arrastado
De avião lançado ao mar, assim fica esquecido
Afirmação cultural brasileira e um LP de Sinatra
Contradição estravagante



Vagante silêncio nos becos, nas ruas
"Só doi quando penso"
Era lema da turma.


Gonzaga triste ou desbunde
Não tinha solução
Fecham os caminhos
Não há mais ilusão
Luta armada...
Alienação...



Marapé morro maconha
Risos tontos e aporrinhação.
Quem tá sóbrio?
Quem tá são?
Quem tem medo?
Quem tem não?



Estadão apoia no início
E se ferra na contramão
Contramão da História
Contramão da Democracia
Contramão do sonho

Só sonhava quem fumava
Assim também não


Na calçada da madrugada
Nasce o verso Salvação
Traz luz à noite mais densa
Define de uma vez:
Londres ou Aqui?

Aqui venceu Aqui fiquei.

Uma Santos em frangalhos
Milicos nos cargos
Nas salas de aula
Nos corredores da escola
Nos pesadelos da noite



Nas ruas de Sampa
Camburões e meganhas



O silêncio qual hoje
Nada se sabe do vizinho
PERIGO!
Veste a roupa e vem comigo
"Acorda amor" do Chico.



Ditadura Nunca Mais!
Autoritarismo no seu ..
Anarquia Agora e Sempre.



Poder não é prá conquistar!
Porém prá destruir!
Todo Poder.
No chão.
Pisoteado pelo povo.
De uma vez por todas
O povo no poder!



Paulo Cesar Fernandes

18  01  2013

Bem. Obrigado.

Se me perguntam como estou. Respondo:

_ Bem, obrigado. Em paz!


Mas as pessoas não acreditam. Alguém pode estar bem num mundo tal qual o temos?

Grande parte das pessoas toma os outros por si. Cultivando estas necessidades pueris, desejando coisas e mais coisas. Os Entes que Heidegger sempre criticou, por terem os homens colocado os Entes no lugar do Ser.


Tanto religiosos de todas as ordens, como os ateus, elegeram um novo Deus: o Dinheiro. E uma nova ordem social se estruturou nas últimas décadas: A "Sociedade de Consumidores" (Zygmunt Bauman).


Diante dessa eleição individual, trazida pela liberdade da Modernidade e da PosModernidade, o homem se escravizou.


Apesar de contrasenso é uma realidade. Com Liberdade porém escravo.


O homem trabalha mais e mais para poder ter lazer, mas o seu total tempo é absorvido pelo trabalho. Isto, na busca de ter o adicional de dinheiro necessário ao lazer.


No tempo pretensamente destinado ao lazer, está sempre de prontidão para qualquer necessidade do projeto profissional a qual está vinculado. E finda a alocação num projeto, se ve obrigado a estar num outro projeto; pois se assim não o fizer de imediato, outro o fará, tomando seu lugar. E de projeto em projeto não se permite gaps, hiatos para seu deleite, seu prazer.


O tempo é dinheiro, mais que nunca na História da Humanidade.


Assim, o homem estabelece para si a Servidão Voluntária. Se faz servo do trabalho, pois o mercado profissional é concorrencial e feroz. Não admite enganos ou erros. Um "recurso" não disponível, passa a ser um recurso sem valor. Nos tempos correntes a disponibilidade ao trabalho é valor para todos os empresários.


Aquele que não for "pau para toda obra" é paulatinamente deslocado da relação dos "recursos" úteis ao universo empresarial.


A nossa sociedade promete a Felicidade, mas nunca a entrega.


Pois tal promessa está pautada no montante de consumo do indivíduo. E as pessoas acreditam nessa promessa. E se atiram a esse mister com todas as forças de seu talento. Por mais que eu, e tantos outros façam advertências, não encontramos eco na sociedade. Há uma hipnose generalizada.


Pobre homem da PosModernidade e da Globalização! A que ficou reduzido!


Um homem incapaz de atingir a felicidade, pois uma nova necessidade sempre se apresenta. Um novo produto; uma nova versão atualizada; um "algo mais" capaz de lhe dar um "não sei o que", num processo contínuo e eterno.


Estou fora! Nunca entrei nessa! Minha clara postura ideológica sempre me salvou do "canto da sereia" do capitalismo.


De minha parte, quando afirmo meu bem estar, é por me ter despojado de todas as ilusões da materialidade. Pauto minha vida em coisas importantes, e de grande valor para mim, tais como:
1) Minha família;
2) Filosofia, Sociologia; e conhecimento em geral;
3) Música.


Os itens 2 e 3 se alternam segundo o dia e a hora, mas o item 1 é imutável e intocável, nada tem maior valor. É sagrado no mais pleno desse termo.


Nada de material me interessa. Tenho além do pensado por mim, para esta etapa da existência. E não crio necessidades inúteis. Ainda quero me despojar mais e mais das coisas. Guardamos muita inutilidade em nossos lares, e mesmo dentro de nós.


Não é mesmo?


Franciscana quero minha vida em todos os sentidos. E uma vida na Espiritualidade, segundo a concebo. Alimentando o espírito com os elementos abstratos da Razão e da Afetividade. Itens encontrados no estudo um, e na busca de fazer o bem aos semelhantes o outro.


Para trás ficou apenas o pó da estrada. Aqui ou acolá uma lembrança que valha a pena. Das viagens. Das militâncias. De outros tempos, outras formas de pensar e sentir. Mas "o melhor lugar do mundo é aqui, e agora" como diz o poeta e filósofo Gilberto Passos Gil Moreira.


Nos 3 itens racionalmente definidos como "o meu foco" encontrei a Liberdade.

E a Liberdade é indutora da Criatividade.

O homem criativo se sente feliz.


Tenho para mim: na criação todos encontramos a Felicidade.


Nada mais doce que terminar um poema, um texto como este, um romance literário; ou ainda, com maior fôlego, um trabalho de maior envergadura intelectual, capaz de ocupar anos e anos de nossa atenção. Nos presenteando, ao final, com nova envergadura intelectual.


Jornada de poucos passos até a Felicidade. Entretanto de muitas coisas deixadas para trás. Muitas coisas reavaliadas em seu valor, ou desvalor.

Ruptura total com a preocupação com os valores monetários, com elementos de Poder: ilusões infantis.


Em pauta apenas preocupações de utilidade e prazer.
Utilidade pessoal, familiar e social. Sociedade local, hispanoamericana e mundial.   
E hedonismo trazendo sabor ao viver, admito.


Dessa forma: "Vou bem, obrigado!"


Paulo Cesar Fernandes

18  01  2013

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Perfectibilidade

Que coisa é essa, né?

Que palavra é essa que a gente nunca ouviu?

Ou, ouviu algumas vezes apenas, quando um padre, um filósofo, um pregador qualquer esteve na nossa escola.

Coisa estranha não?


Então. Perfectibilidade não tem no dicionário onde busquei, mas encontrei algo esclarecedor de alguma forma.


Perfectível = suscetível de perfeição, ou de aperfeiçoamento.


Dessa maneira, perfectibilidade seria a capacidade de chegarmos à perfeição; ou de nos aperfeiçoarmos.


Chegar à perfeição? Epa!

Pode nos parecer uma coisa muito distante para nossa capacidade atual. Evidentemente é.


Mas esse negócio de ir nos aperfeiçoando, isto cada um de nós tem a capacidade. Isso lá tem. É só ir se movendo no sentido daquilo desejado. Somos todos dotados de potencialidades. Aprender a desenhar. No meu caso, talvez marcenaria. Aprender uma nova língua. Por que não?


O curso de Alemão da TV da Alemanha tem um título sugestivo: Alemão. Por que não? (Deutsch. Warun nicht?).


Lembrando sempre que o uso mais intensivo de nossas capacidades neuronais, nos ajudam a combater a possibilidade de doenças neuro-degenerativas, como o Mal de Parkinson, mal de Alzeimer, etc.


Todas as coisas até agora por mim citadas se situam no que eu chamo de Espiritualidade. Significa agregar capacidades/potencialidades a nossa alma ou espírito, como queiram.


Mas, um elemento adicional a tudo isso, nos ajuda a viver melhor.


Ainda dentro desse aspecto da perfectibilidade. É a capacidade de se voltar para o Bem. Não é virar santo. Não é virar místico. Não é ficar externamente diferente. Basta deixar brotar no coração essa semente trazida à Terra faz muitos séculos, na verdade desde a mais remota Antiguidade Clássica.

O homem pensa, sente, se questiona. E ao pensar reflete acerca seu estar no mundo. Nos seus pensamentos e atos. E de todo sempre vozes sábias alertaram os homens quanto aos valores a serem cultivados, cultivo este capaz de trazer a Felicidade.


E voce vem falar dessas coisas exatamente num tempo de Materialidade como o nosso?


Claro. É o tempo certo.


Quando impera a Materialidade que fazer? Responder com a Espiritualidade. Um viver para as coisas abstratas do pensamento, e um dedicar-se a coisas que nos acrescentem elementos adicionais ao viver.


O tempo usado para a leitura de um livro instigante; para aprender uma nova língua; para fazer um Curso de Alvenaria; Desenho ou Pintura; não é um tempo perdido, mas um tempo utilizado.


E bem utilizado. Saímos do nosso Eu tão embotador, para nos abrir a outras coisas; outras possibilidades; novos conhecimentos e horizontes.


Estou certo do tempo usado nessas coisas da Espiritualidade, ser um tempo onde não há espaço para pensamentos complicados; nada de ódio; nada de rancor; pois o foco é outro.


A abstração mental, a busca do aprendizado, toma conta de nós por completo.


É evidente um fato: se nosso sair de nós for beneficiar alguma outra pessoa, ou entidade de servir, isto terá um valor maior. Mas não nos preocupemos com isso de início. Dar o primeiro passo é sempre a primeira atitude de uma grande caminhada.


Estabeleca uma meta e caminhe!


Como todos nascemos para ser feliz, uma atitude veraz e firme nesse sentido parte da decisão, e sua consequente ação.


Não sou exemplo para ninguém e não quero seguidores.


Tenho afirmado isto repetidas vezes. Apenas lanço idéias.


Aposto nas pessoas como gente livre, e se libertando cada vez mais. Libertando de tudo e de todos.
Opressões!
Instituições!
Ditaduras! E as temos de vários tipos, inclusive dentro da própria família. Cadinho de emoções conflitantes.


Como ser feliz sem ser Livre? Me diga. É possível?


Tenho feito esse caminho de Espiritualidade e Libertação.


E não pretendo mudar de rumo. Tem dado certo!


Um amigo, chamado Rafael, me disse certa vez, fazem mais de quarenta anos:
"Quando encontramos nosso caminho, este não deve ser abandonado."


Guardo com carinho essas palavras desde o tempo de juventude. A idade apenas resignificou tudo isso.


Um Abraço ao Rafael, onde esteja agora.


Paulo Cesar Fernandes

14  01  2013

domingo, 13 de janeiro de 2013

Mistérios entre a ficção e a realidade

Por que razão uma música nos vem, lá da era das calendas, num domingo sem sol, na hora do café da tarde?


Sou sem resposta.


Lembro da primeira música que me chamou atenção.


Morava eu na segunda casa de minha vida, que eu me lembre.


Desta que moro hoje na Rua Araguaia, minha primeira casa, nada tenho de lembranças.


Esta que chamo de segunda era na Rua Manuel Vitorino, no Gonzaga. Todo mes por ela passava e lá estava. Mes passado passei lá e já se foi ao chão, dando lugar à especulação imobiliária.


Mas, nessa casa, além de aprender a ver as horas, tive minha primeira paixão musical. Isto aos 3 anos mais ou menos.


Descia as escadas para ficar ao pé do rádio, e ouvir uma propaganda de café. Imagino que fosse o Café Caboclo, pois o imagino o mais antigo deles todos.


Lembro duma manhã, de pijamas, desco as escadas em desembalada carreira para grudar ouvidos ao rádio.


Depois de minha familia a Música é a maior alegria de minha vida.


Compete com a Filosofia. Ficam as duas a brigar entre si. E fico eu, entre essas duas amantes muito queridas, cada uma delas uma flor a me trazer perfumes. Oscilo entre ambas com facilidade. E assim sempre será.


Mas hoje, neste domingo, eclode esta música no pensamente, ao sabor de um "café bebido". Né Mara! Mara é a única mulher neste mundão doido a me chamar de Paulo Cesar. E  eu gosto disso. Afinal é meu nome e nada feio. Um cafézinho bebido apenas.


Esotérico é o título da música, e vamos a ela:


Esotérico
Gilberto Gil


Não adianta nem me abandonar
Porque mistério sempre há de pintar por aí
Pessoas até muito mais vão lhe amar
Até muito mais difíceis que eu prá você
Que eu, que dois, que dez, que dez milhões, todos iguais



Até que nem tanto esotérico assim
Se eu sou algo incompreensível, meu Deus é mais
Mistério sempre há de pintar por aí
Não adianta nem me abandonar (não adianta não)
Nem ficar tão apaixonada, que nada
Que não sabe nadar
Que morre afogada por mim




Pensando bem é um mistério a relação Homem-Mulher.


Mulheres há que amamos. Desejamos febrilmente. E não conseguimos conviver. A vida a dois é impossível.

Outras, que apesar do desejo menor, de um amor mais sereno, sem grandes arroubos, a presença é um doce estar. Um conviver harmonioso, sem competição, sem qualquer cobrança,  
ou mesquinharia. Um partilhar de momentos. Harmonia de estar juntos.


Mistério mesmo.


Questões e questões sem respostas, se nos colocamos a meditar sobre o tema.

Gil, um dos filósofos da MPB, traz o tema à baila com graça e beleza.

Mas ele não diz é das relações possíveis, desejáveis, sonhadas. Muitas vezes tomadas de sonhos vãos. Desvãos da existência. Fontes apenas de sofrimento e dor.


Mas nem tudo é assim. O estar a dois é, e pode ser algo sereno. Pode ter o momento de encantamento, de paixão como Almir e Ana do meu conto  "Admiração", e depois a coisa ir tomando um rumo mais de companheirismo, mas sempre com o prazer da companhia, num caso como o do conto.


É muito difícil, mas ocorre, de almas complementares se encontrarem, e nesse caso a vida é prazer, em todos os sentidos dessa palavra.


Ficar velhinhos juntos. Isso é de uma poesia muito grande.


E tenho visto, nas caminhadas pela minha cidade de Santos, casais muito bonitos, onde o cuidado com o outro é evidente. Por vezes penso, ser assim o envelhecimento de Ana e Almir. E mesmo quando a vida lhes tire, a mãe de Ana e  os pais de Almir, tão bons com o casal, o amor dos dois será um elemento de força no proseguimento da família por eles estabelecida.


Quisera eu, todas as familias da vida real, tivessem a mesma destinação das familias ficcionais. Dos contos capazes de colocar a familia, num patamar de doçura e beleza, que toda familia idealmente deveria conquistar.


O tempo é sempre amigo e acabará trazendo nossos sonhos à realidade.


Quem sabe, as nossas familias todas, possam descobrir pouco a pouco, todos os mistérios da Vida.


E de descoberta em descoberta viver mais plenamente.

Ser sempre, compreensão e amor mútuo.



Paulo Cesar Fernandes

13  01  2013