sábado, 29 de setembro de 2012

Amor e lutas

Retomando uma anotação bíblica de Paulo a Timóteo, e fazendo uma nova leitura, eu diria:
"A Vida não é feita para os temerosos, fracos e tíbios; mas, muito ao contrário para os fortes de espírito, capazes de viver uma vida de amor e moderação."

***

Amor aos semelhantes, amor aos nossos mais caros ideais, amor à própria vida que emana ao nosso redor, e somos incapazes de reconhecer:
. é o canto da ave que não vimos, no cipoal dos emaranhados pensamentos;
. a luz da lua, nos chamando à partilha com a mulher que nos
acompanha, merecedora de nosso afeto;
. o sorriso da criança aberto para nós, e passamos ao largo, sem sequer percebe-lo, para tristeza da infante;
. tantos outros pequenos desligamentos no transcuraso de nossa existência.

O que é isto?
O que a vida fez de nós afinal? como pergunta Udo Lindenberg.

Somos frutos passivos da sociedade, ou forjamos nossa conduta de maneira autonoma?
Onde estão as rédeas do meu viver? Em minhas mãos?
Diretores ou dirigidos?

Temos nós a palavra, e a idéia dessa palavra dita; ou "somos falados pelos Meios de Comunicação de Massa"; ou "falados por
um pastor"; ou "falados por qualquer ente fora de nossa racionalidade"?

Nossas palavras são fontes de amor ou de azedume?
Estão elas a serviço do semelhante ou na busca do fortalecimento de nosso Ego e de nossa vaidade?

Aqui entra a moderação proposta a Timóteo por Paulo, ou São Paulo, ou como queiramos chamar.
Moderação significa o equilíbrio nas atitudes do dia a dia.
Dotado da Razão e da capacidade de estabelecer para si os melhores roteiros para a existência, o Homem deixa, mais das vezes de se utilizar desse valioso instrumento.
Por "deixar a vida o levar" como diz o poeta, ou por medo de definir rumos, o que é mais preocupante; pois não somos criados para o temor, porém para a coragem, dando a vida se preciso for.

E moderação nunca significou "fugir à luta", atitude criticada tanto por Gonzaguinha ao longo de toda sua obra,  como por Milton Nascimento em sua canção "Caçador de mim".

Dar a vida, mas no sentido do poema de Bertold Brecht, ao nos falar dos homens que lutam por toda uma vida, sendo estes os imprescindiveis.

Amor e luta são palavras que nos parecem antagônicas.

Pelo contrário. Quem ama a vida e seus semelhantes luta. E luta muito, no sentido de que todos, absolutamente todos tenham Vida: saúde, educação, habitação; acesso ao laser e principalmente à Cultura.

Partindo desse patamar mínimo de condições humanas de existência, será dada ao Homem a possibilidade de progresso ético e espiritual.
Até lá o mundo seguirá sendo esse, aberto à nossa apreciação e críticas, mais das vezes justas.


Paulo Cesar Fernandes

29/09/2012

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Não me vendo e não me rendo!!!

Stairway To Heaven

Link para video com tradução para espanhol.
http://www.youtube.com/watch?v=2Bd4YCbs3oY
 

Led Zeppelin

There's a lady who's sure all that glitters is gold
And she's buying a stairway to heaven
When she gets there she knows if the stores are all closed
With a word she can get what she came for

And she's buying a stairway to heaven
There's a sign on the wall, but she wants to be sure
'Cause you know sometimes words have two meanings
In a tree by the brook there's a songbird who sings
Sometimes all of our thoughts are misgiven

Oh, it makes me wonder
Oh, it makes me wonder

There's a feeling I get when I look to the west
And my spirit is crying for leaving
In my thoughts I have seen rings of smoke through the trees
And the voices of those who stand looking

Oh, it makes me wonder
Oh, really makes me wonder

And it's whispered that soon, if we all call the tune
Then the piper will lead us to reason
And a new day will dawn for those who stand long
And the forests will echo with laughter

If there's a bustle in your hedgerow, don't be alarmed now
It's just a spring clean for the may queen
Yes, there are two paths you can go by, but in the long run
There's still time to change the road you're on

And it makes me wonder

Your head is humming and it won't go
In case you don't know, the piper's calling you to join him
Dear lady, can you hear the wind blow
And did you know your stairway lies on the whispering wind

And as we wind on down the road
Our shadows taller than our soul, there walks a lady we all know
Who shines white light and wants to show
How everything still turns to gold and if you listen very hard

The tune will come to you at last
When all are one and one is all, yeah
To be a rock and not to roll
And she's buying a stairway to heaven

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Vale a pena pensar o que ocorreu no mundo para a harmonia ter dado lugar à violência.
Quem ganha com a violência? 
Quem matou os sobreviventes da geração Paz e Amor?
Onde andam e por que razão não mais tem espaço.
A Contracultura ainda é forte?
Que fazemos nós contraculturalmente?

Ou a porra do mundo vai ser eternamente isto?

Gente que não é gente pois mente e é descarado.

Num poema eu disse que nós perdemos, venceu a truculência, venceram os que querem o mundo tal qual é para melhor venderem seus armamentos.

Quem luta contra as guerras hoje?

Onde estão os artistas que combatiam pelo fim da guerra do Vietnam?

Não!
Não me vendo e não me rendo!!!

Paulo Csar Fernandes

18/09/2012

Santos: variação sobre um mesmo tema


Que define a beleza de uma cidade?

Voltava ontem do dentista, com a boca toda torta, como sempre que tomamos anestesia. E essa pergunta se estabeleceu.

Parei para tomar café no Cine Roxy e parece que a boca não abocanhava direito a xícara. Tive vontade de rir da situação. Mas seria algo estranho achar graça no fato de tomar café. No tempo de cardume, da juventude, era comum um rir do outro. Por tremer a mão, deixar cair café da xícara, tudo era motivo de "risas" como dizia minha avó. Tempos de pouca responsabilidade e de muita curtição.


Mesmo sob a Ditadura Militar.


Mas o café acabou, e segui caminhando lento, pela Av. Ana Costa, esta em profunda transformação.

Sua dinâmica me lembra a do bairro de Moema, em São Paulo, quando para lá me mudei. As casas do bairro foram sumindo a  olhos vistos; e, em seu lugar deparamos com o nascimento de grandes emprendimentos imobiliários: 4 quartos, duas suites, tudo do mais alto padrão. Meu prédio desaparecia diante da grandiosidade ao seu redor.

Algo que mais tarde veio a ocorrer na pacata Vila Madalena.

A Vila Madalena dos artistas e dos estudantes e funcionários da USP (Universidade de São Paulo). O bairro nasceu em função da USP, foi pensado para isso. A Vila Madalena.

Deixou de ser pacata e se tornou Point de tudo. O espaço dos verdadeiros artistas e poetas foi tomado de assalto, e hoje não mais sei por onde se "esconde" essa categoria tão especial de pessoas.


Mas a Ana Costa está assim, em ebulição. E nela eu caminhava devagar, admirando o movimento, e permitindo a emersão das memórias do já visto naquelas quadras/quarteirões.

A beleza está presente nos dois momentos. Era bela no passado, com casas e prédios baixos; e bela está agora com essa revolução estética em curso.

Mas... Que faz bela uma cidade?

Casas, edifícios, pontos comerciais? Não! Não mesmo! O que embeleza sua cidade são as pessoas que nela habitam. E algumas pessoas, em seu modo de ser, são o toque de plasticidade capaz de embelezar qualquer cidade.

Tomemos a Avenida Paulista. A mais bela do mundo.

Seus prédios são belos? Sim, o são. E muito belos.

Mas a fauna humana nela presente a define como a mais bela do mundo. Durante a semana, a massa humana com seu arsenal de aparelhinhos e preocupações, um andar agitado, como a acompanhar o correr dos pensamentos. Um Dois Um Dois como uma marcha militar para grande maioria das pessoas. É a dinâmica  de seu ganhapão.

Mas, dentro disso tudo, uma moça muito bem vestida, passeia serena com seu cãozinho pela calçada em frente ao Parque Trianon, chamando a atenção de todos. A calma e a beleza param a avenida.

Logo adiante, uma idosa, a passos já mais lentos, se posta numa banca de revistas, e fica admirando as novidades, e conversando com o revisteiro, naquela proximidade tão brasileira. E quando se despede ainda ouve:

_Vá com Deus! - do revisteiro, uma forma carinhosa de dizer eu te quero bem.



Santos. Por ser uma cidade de praia, dá ao caiçara de verdade, uma maneira mais lenta de viver. E isso se reflete nas ruas. Já foi mais evidente tal característica, mas ainda vemos pessoas serenas no seu caminhar. Tais pessoas esperam o sinal de pedestre ficar verde para atravessar. Um jeito santista de viver.

Essa massa de pessoas que tem chegado à cidade, aqui vem com o intuito de uma vida mais tranquila; mas carrega consigo a intranquilidade. Assim encontramos a ansiedade  em grande parte delas, principalmente se fazemos o trajeto no sentido Gonzaga - Bairros. Santos não será capaz de mudá-las. Elas farão um esforço interno de busca da serenidade, se quiserem atingir o objetivo traçado na mudança para o litoral santista.

Muitos atravessam com o bonequinho vermelho. Em, muito me lembram minha cadela Laika, que era ansiosa. Quando tinhamos tempo de espera para a abertura do sinal, ela ficava como que marchando com as duas patas dianteiras. Se estivesse solta atravessaria tal qual fazem essas pessoas às quais me referia.

Fazem da pressa seu modus vivendi. Mas minha cidade não é apenas a Ana Costa.

Os bairros carregam em si o "jeito santista de viver". Quem percorrer a Rua Carvalho de Mendonça, mesmo em seus pontos mais comerciais, há de ver uma maneira pacata de
caminhar.

Ninguém precisa "tirar o pai da forca".

Corpos mais malemolentes se fazem presentes nos bairros. Os bairros. No meu modo de ver. São a essência da cidade. Onde pode imperar a cortesia. A proximidade nas relações.

Tenho frequentado a Loja de Conveniência de um posto de gasolina perto de casa. Um café puro ao meio da manhã. Hoje. Feito o pedido a uma das meninas, uma outra se apressou em trazer o vidro de canela em pó para aromatizar o café, habito muito meu, e bem conhecido dela.

As pequenas atitudes, demonstram não apenas a vontade de bem servir dessa menina, mas a atenção aos detalhes, muito mais fácil de ser encontrada na proximidade de relação oferecida pelos bairros. Finalizando...

Quer no Gonzaga, quer nos bairros, Santos é a cidade que habita meu coração.


Paulo Cesar Fernandes

28/09/2012

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Hombres Libres para un Futuro Libre!

Acabo de asistir una clase de Jose Pablo Feinmann sobre "Filosofia y Religion". Disponible en YouTube.
Feinmann me ha mostrado algo mas de Argentina ese pais hermano que nada conocia yo. Teniia informes de Peru de Velazques Alvarado. Del processo de CentroAmerica y de Brasil. Pero Argentina y su pareja peron y Evita no me tenian llamado aun. Es Feinmann y Canal Encuentro lo que me han ayudado a aproximarme de este hermano pueblo.

Segun Feinmann son 30.000 desaparecidos en ese pais. Lo imaginas que son 30 mil personas asesinadas por un Estado?

Cuantas personas viven en tu ciudad?
Cuantas ciudads en Brasil tienen mas que 30.000 habitantes?
En Uruguay? En Paraguay? Nicaragua? El Salvadsor?
Cada uno de nuestros paises tiene sus numeros. Sus muertos. Sus dolores y heridas a cuidar.

HispanoAmerica es un hogar de sueños deshechos. Y todos tienen un solo enemigo en comum. Un unico pais a joder con  nuestros sueños.

Que se queden lejos de nosotros, y lejanas sus bases militares. No necesitamos de totures!

Pero necesitamos de libertad, la Libertad diaria que construyemos como personas, y la Libertad mas amplia hecha por cada uno en favor de su pais.


Nosotros todos somos libertadores.
Hijos que somos de Bolivar.
Hijos que somos de Ernesto Che Guevara!
De Augusto Cesar Sandino!
De Farabundo Marti!
De Salvador Allende!
De Carlos Marighella!
Del Capitan Carlos Lamarca!
Y tantos y tantos heroes de nuestro amado puñao de tierra.

Por paises libres en toda HispanoAmerica!
En honor a nuestros heroes!
En honor a los desaparecidos en cada uno de nuestros paises!
Arriba de todo, por la Vida!

La Vida hermosa a venir de nuestras manos, de nuestros actos, de nuestro pensiero libertador en todos los sentidos.

Hombres Libres para un Futuro Libre!

Paulo Cesar Fernandes

19/09/2012

Nota posterior:


Em vermelho se escreve uma história de sangue feita!

Wikipedia:

Carlos Marighella

Salvador, 5 de dezembro de 1911 – São Paulo, 4 de novembro de 1969
Foi um político, guerrilheiro e poeta brasileiro, um dos principais organizadores da luta armada contra o regime militar a partir de 1964.
Um dos sete filhos do operário Augusto Marighella, imigrante italiano da região da Emília, terra de destacados líderes italianos, e da baiana Maria Rita do Nascimento, negra e filha de escravos africanos trazidos do Sudão (negros hauçás), nasceu na capital baiana, residindo na Rua do Desterro 9, Baixa do Sapateiro, onde concluiu o seu curso primário e o secundário e, em 1934 abandonou o curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Bahia para ingressar no PCB). Torna-se então, militante profissional do partido e se muda para o Rio de Janeiro, trabalhando na reorganização do PCB.


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Capitão Carlos Lamarca   (Hoje Coronel Carlos Lamarca

Rio de Janeiro, 23 de outubro de 1937 — Pintada, 17 de setembro de 1971
Foi um dos líderes da oposição armada à ditadura militar brasileira instalada no país em 1964.

Capitão do Exército Brasileiro, desertou em 1969 tornando-se um dos comandantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), organização da guerrilha armada de extrema-esquerda que combatia o regime.


Elevado à condição de ícone revolucionário do socialismo e da esquerda brasileira, foi condenado pelo regime militar como traidor e desertor e considerado seu principal inimigo. Caçado pelas forças de segurança por todo o país, ele comandou diversos assaltos a bancos, montou um foco guerrilheiro na região do Vale do Ribeira, sul do estado de São Paulo e liderou o grupo que sequestrou o embaixador suíço Giovanni Bucher no Rio de Janeiro, em 1970, em troca da libertação de 70 presos políticos.

Perseguido por mais de dois anos pelos militares, foi localizado e morto no interior da Bahia em 17 de setembro de 1971.


Trinta e seis anos após sua morte, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça sob supervisão do Ministro da Justiça Tarso Genro, dedicou sua sessão inaugural a promovê-lo a coronel do Exército e a reconhecer a condição de perseguidos políticos de sua viúva e filhos.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Onde dança a vida?

 
No olhar?
No beijo?
No verso? Feito para a mulher amada?
 
Onde dança a vida?
Na barriga da grávida?
Na ovulação?
Ou no gozo? Manancial de promessas?
Onde dança a vida?
No NÃO de uma criança
Ou no SIM do corpo que se deixa levar?


A vida dança?
Ou dançamos nós mais e mais a compreende-la?

 


No Nada ou em Tudo?
Na folha em branco a espera do texto?
Ou nas idéias céleres buscando um papel?

Em tudo dança a vida.
O trinado da Cambacica
Ao som da água corrente

A cauda que abana ao longe
De um cão desconhecido
A criança que sorri
Sem nunca ter te visto

A vida dança.
A vida pulsa.
Pois a vida é:
Aqui e Agora.

Paulo Cesar Fernandes

18/09/2012

“São os poetas que transformam o mundo”

Como vivo falando isso. Agora trago as palavras de um brilhante compositor, poeta, musico, e agitador cultural desde país. Voce já cantou, ouviu, assobiou musica dele sem saber se vc for brasileiro de verdade. Se for VendePátria suma-se daqui. A Vida é generosa permitiu que eu postasse essa entrevista.
 
Hermínio Bello de Carvalho:
“São os poetas que transformam o mundo”

Um agitador cultural. Assim talvez pudesse ser definido Hermínio Bello de Carvalho. Mas, ele detesta rótulos e vê pairar sobre si inúmeras definições: “poeta, compositor, diretor de teatro, produtor de discos, escritor, animador cultural; etc.”. Hermínio é muito todas estas coisas, porém é, principalmente, um profundo conhecedor e eterno apaixonado da música brasileira, incansável batalhador que trava uma luta para abrir espaços à música de qualidade feita no país, em meio ao esquemão que padroniza o que é imposto ao público, de uma ponta a outra do Brasil.

Hermínio está em Salvador para lançamento do livro “O Canto do Pajé: Villa-Lobos e a MPB”, na próxima quinta-feira. às 17 horas na Fundação Casa de Jorge Amado (Pelourinho). Neste livro, já lançado no Sul do país e em algumas capitais do Nordeste, ele conta as relações do mestre Villa-Lobos com a música popular brasileira e os seus ídolos daquela época — a primeira metade do século. O resultado é uma obra recheada de dados históricos, mas com um texto descontraído e envolvente.

Aqui, Hermínio Bello de Carvalho fala com exclusividadc à Revista do livro que está lançando, do Projeto Radamés Gnatalli, que vem desenvolvendo através da Divisão de Música Popular da Funarte, que ele dirige, além de comentar a atual estrutura das FMs e criticar os prejuízos causados às crianças brasileiras pelo que chama de “Xuxa S.A.” Com a palavra, Hermínio Bello de Carvalho:

P — Se fala muito em Hermínio Bello de Carvalho como um "agitador cultural". O que é exatamente ser um “agitador cultural”?
Eu sou a figura anárquica do animador cultural e não poderia sobreviver com esta denominação, como não consigo conviver com nenhum rótulo. Qualquer rótulo é, antes de tudo, restritivo, sempre...

P — Mas você admite que estes rótulos existem, pairam sobre você...
Pairam, claro, pairam muitas coisas e eu acho ótimo que pairem. Quanto mais fizerem estas rotulações e mais atomizarem a minha figura, surgem as interfaces de um brasileiro que pensa e está engajado numa luta política e esta luta política tem o lado cultural, o lado social, tem todos os lados que envolvem a própria vida. O agitador cultural é exatamente este elemento anárquico que pulveriza todas as rotulações e deixa isto à deriva, deixa que as pessoas o vejam como quiser. Eu não tô nem a fim de ter rótulos, quero atuar em todas as áreas onde possa levar o povo a uma reflexão.

P — Através de que?
Através de minhas letras de música, do meu texto de poeta ou escritor, dos programas de TV que apresento. Quero que isto surja através dos fatos culturais que eu provoco. Isto que eu acho mais importante.

P — Como é que você, dirigindo um departamento da Funarte, vê a burocracia da cultura no país, hoje?
Antes de tudo, a burocracia é um polvo, com muitos tentáculos e se você se deixar envolver por eles não consegue fazer nada. Eu trabalho com a antiburocracia pelo simples fato de ser o antifuncionário público, o antiburocrata, estou ali para desemperrar, desenferrujar. Tem um certo momento em que a burocracia, ela realmente quase que nos vence, mas a gente não deixa ela vencer. Esta é a função do poeta: sangrar o mal que é a burocracia. Você não pode escapar de papéis, carimbos, mas humaniza isto tudo. Nós temos uma ação lírica e não podemos nos render à burocracia, temos que entrar e apunhalar.

P — E existem muitos “sangradores” da burocracia hoje no Brasil?
Existem, eu acho que sim, existem muitos. A maior lição que eu tive foi com o próprio Mário Andrade, que é meu guru, meu ídolo, (eu me considero fruto da generosidade que o Mário espalhou por aí entre seus amigos) e deixou claro que o mais importante é não engavetar as informações, e sim, passá-las adiante. Aí é que está o verdadeiro agitador cultural. O resto — a poesia, a música, a arte — vem embutido neste “passar adiante”.

P — E como é que é o escritor Hermínio Bello de Carvalho?
Eu não sou um escritor, talvez. Eu sou um desengavetador de textos. Eu sou obrigado a escrever e escrevo compulsivamente, sobre tudo, principalmente as minhas indignações. Eu tenho as chamadas “cartas ao poder onde, neste tempo em que venho convivendo com o poder, eu o contesto, e desafio. Eu sou um contestador, não sou um caso conformado. Eu escrevo sem parar. Recentemente escrevi para um cardápio de um bar que sou o padrinho e me peguei falando de outros bares, me dando conta de quanto eu já andei em bares no Brasil. É assim, eu escrevo o tempo todo.

P — Então você não senta na máquina para escrever um livro especificamente?
Não exatamente. Vem uma pessoa pede para eu escrever sobre uma exposição, outra pede para fazer um texto para um disco e assim por diante. Termina saindo um vasto material que depois vira livro.

P — É o caso deste que você lança esta semana em Salvador?
É, tudo começou em 1962, quando eu fiz uma conferência sobre o Villa-Lobos, a perdido da Mindinha Villa-Lobos, viúva do compositor. Eu tinha pesquisado muito e sabia tanto sobre a obra e a vida dele que ela me convidou para fazer a palestra. Ela é uma pessoa fantástica e nós ficamos muito amigos.

P — Você chegou a conviver com o Villa-Lobos?
Não e este é um dos assuntos que eu gosto de esclarecer: eu não convivi com o Villa-Lobos. Eu o conheci na minha escola, na 3.3 Deodore, em uma aula de canto, quando eu era uma criança. Depois, muito tempo depois, eu encontrei com ele, conversamos e ele ficou curioso: como é que eu sabia tanta coisa sobre ele? Isto foi pouco antes dele morrer, depois eu me aproximei de muitos amigos dele, até fazer a conferência, que teve a participação de Donga, autor de “Pelo Telefone”, que cantou para as pessoas.

P — Então, o livro é uma continuação daqueles estudos e pesquisas?
Este livro, hoje, ele formatou esta série de trabalhos que eu fiz, a partir da conferência da década de 60, mas com elementos dos trabalhos que eu continuei fazendo. Escrever para mim é assim.

P — Qual a sua formação acadêmica?
Não tenho nenhuma formação acadêmica, nem o curso secundário completo. A minha formação é de vida mesmo.

P — E o rumo que você tomou?
Eu tive uma vida difícil, trabalhava em um escritório de navegação, onde fiquei até 15 anos atrás, sustentava a minha família e fazia bicos, escrevendo, compondo, tentando ansiosamente saber o que iria fazer de minha vida. A Mindinha, de uma certa forma, ela me deu esse caminho ao me provocar. Com a conferência sobre Villa viajei para vários países da Europa, continuando neste caminho.

P — E o Hermínio compositor, já existia?
Já sim. Naquela época eu já tinha músicas. Eu costumo dizer que eu perdi o bonde da Bossa Nova. Em 63, a bossa nova estava no auge, vindo desde 58, e eu enveredava pelos caminhos do violão clássico, engajado com propostas de um programa de rádio. Então, eu fazia bossas, só que era um amador, eu corria à parte.

P — Por opção?
Por timidez. Eu queria ser artista, tava doido pra ser artista, mas eu não tinha peito, não tinha coragem. Perdi o bonde da bossa nova.

P — E hoje, você se considera um artista?
Se isto não for uma exposição de ego, acho sim, claro que sim. Não dá para se sentir um não-artista. quando você passa idéias, produz arte, fala pra platéias. Eu continuo com a minha timidez, mas hoje até, canto, faço programas de TV, etc. Alguma coisa vem e me faz fazer, como um santo que baixa e pronto. De vez em quando, ainda me assusto. Em Recife apareceu tanta gente da imprensa para me entrevistar que eu fiquei meio assustado. Agora, artista eu acho que sou.

P — Qual foi mesmo o comentário que você fez sobre Xuxa à imprensa pernambucana, que teve uma grande repercussão em Recife?
O que eu estou denunciando ultimamente (e este livro que lanço aqui também toca neste assunto) é que a educação social pela música, pregada por Villa-Lobos, infelizmente esta educação foi criada no Estado Novo, paradoxalmente em um dos governos mais duros do país. Só que o Ministério da Cultura era freqüentado por nomes como Di Cavalcanti, Candido Portinari, Drummond era funcionário e muitos outros como Anísio Teixeira e o próprio Mário de Andrade. Dizem que o Getúlio havia coptado o Villa-Lobos, mas eu acho que aconteceu o inverso.

P — E isto continuou existindo?
Continuou, até que o governo Médice, o mais duro da ditadura, acabou definitivamente com a iniciação musical na escola. Na década de 40k, Villa-Lobos ia buscar o Cartola no Morro, colocava a escola de samba nas paradas com corais de mulheres de vozes. A criança tinha, logo nos primeiros anos escolares, a oportunidade de conhecer a música. Hoje a educação social pela música começa às 8 horas da manhã, quando a criança é “plugada” à televisão e todo o poder indutor da televisão é acionado sobre uma cabecinha que está totalmente disponível e começa a introjetar nesta cabecinha uma série de ansiedades e expectativas, formando ali um indivíduo extremamente consumista... em "um país miserável. Então, eu não falo da figura da Xuxa, falo da “Xuxa S.A.”, toda uma máquina que existe por trás dela e que, quando for desgastada, criará. outro protótipo.

P — E qual o resultado?
Isto tudo imbeciliza as crianças. Você me pergunta: “a Xuxa” S.A., eu digo que sim: a “Xuxa SA”.

P — Aproveitando o gancho, como você vê o esquemão que rege o mercado da música popular brasileira, as paradas de sucesso uniformes em todo o Brasil e a música que de qualidade, posta em segundo plano?
Sempre que me perguntam sobre a MPB, eu pergunto: qual delas? A que toca nas emissora, de rádio ou de altíssima qualidade que está sendo feita mas não reproduzida pelos meios de comunicação? Claro que existem as exceções, mas este campeonato de cuspe à distância em que se transformou a música dentro das emissoras de rádio é uma coisa que deveria ser analisada à luz da Constituição para que se estabelecessem regras mínimas para reger este mercado.

P — E enquanto isto, o que é feito no Brasil?
Em uma escala maior, nada. A televisão impõe padrões culturais do Rio-São Paulo para o resto do país, os sotaques vão acabando, as manifestações culturais vão se comprimindo. Nós temos o projeto Radamés Gnatalli, que procura ampliar a ação do projeto Airton Barbosa, promovendo a edição de discos, em sistemas de playbacks, para atender à clientela dos instrumentistas, visando dar suporte às escolas de musica e toda a gama de músicos amadores, em seus esforços no sentido da profissionalização.

 
Citados: “O Canto do Pajé: Villa-Lobos e a MPB”, Fundação Casa de Jorge Amado (Pelourinho), Projeto Radamés Gnatalli, Divisão de Música Popular da Funarte, Xuxa, Mário Andrade, Mindinha Villa-Lobos, Donga,“Pelo Telefone”, Bossa Nova, Estado Novo, Médici, Di Cavalcanti, Candido Portinari, Carlos Drummond de Andrade, Anísio Teixeira, Getúlio Vargas, projeto Radamés Gnatalli, projeto Airton Barbosa, Henrique Annes, batida  de maracujá “Rosa de Ouro”, O Rei da Batida, Mercado Modelo.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Radio Venceremos - A voz Guerrilheira de El Salvador.



El Salvador. O Pequeno Polegar das Américas nas palavras da poetisa chilena Gabriela Mistral teve toda uma história importante de libertação do jugoo dos EEUU.
Nesse processo todo a Radio Venceremos e a Radio Farabundo Marti representaram vozes libertárias capazes de dar segurança ao povo no sentido de uma nova sociedade.
Viva as Vozes Libertárias de toda Nossa HispanoAmérica.
Que novas vozes de mesmo teor possam se reproduzir em cada um dos paises, vencendo aos governos lacaios dos Inimigos da Humanidade (EEUU).
Adiante pois! Na busca da justiça, pois um outro mundo é possível e além do mais necessário.
Sem a faminta Africa, sem mais guerras fraticidas, uma só Humanidade em Paz e em Harmonia, tecendo a cada dia um amanhã pleno de solidariedade e amor.
Paulo Cesar - HispanoAmericano.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Charles Bukowski - Vivir en la basura


Por que Charles Bukowski?
Ele não é burguês. É Beat! Poeta!
E totalmente desregrado e LIVRE!!!
Pero tiene ideologia y fuerte!
Para mim basta!


VIVIR DE LA BASURA
                                          Charles Bukowski


El viento sopla fuerte esta noche
Y es viento frío
Y pienso en los muchachos
De la calle.
Espero que algunos tengan
Una botella de tinto.



Cuando estás en la calle
Es cuando te das cuenta de que
Todo tiene dueño
Y de que hay cerrojos en todo.
Así es como funciona la democracia:
Coges lo que puedes,
Intentas conservarlo
Y añadir algo si es posible.



Así es también cómo funciona
La dictadura
Sólo que una esclaviza
Y la otra destruye a sus
Desheredados.
Nosotros simplemente nos olvidamos
De los nuestros.



En cualquier caso
Es un viento
Fuerte
Y frío.


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Charles Bukowski ( 1920 - 1994).

En la línea de la rebeldía intelectual californiana de la
generación beat y utilizando un lenguaje agresivo y a menudo obsceno o violento, elaboró una obra singular, entre cuyos títulos destacan El cartero (1971), Escritos de un viejo indecente (1969), Ordinaria locura (1976) y Música de cañerías (1983). Hijo de un
oficial norteamericano y de una alemana, su familia se trasladó a Estados Unidos cuando tenía tres años y creció en un barrio donde hubo de soportar la miseria y los castigos de su padre. Estudió periodismo mientras trabajaba en varios oficios, desde
lavaplatos hasta aparcacoches. Nunca se graduó y llevó una vida dispersa, entregada al alcohol y a un vagabundeo callejero sin rumbo. De aquella época son sus primeros poemas y también algunos cuentos, que publicaría a partir de 1940. En 1956 logró
estabilizar su vida y comenzó a trabajar en el servicio de correos, lugar que le serviría de inspiración para su primera novela, "El cartero". A los cincuenta años abandonó ese empleo para "sobrevivir con el oficio de escritor". Retrató toda una galería personajes estrafalarios y marginales: prostitutas, alcohólicos, vagos, buscavidas, jugadores arruinados y bravucones que circulan como sonámbulos o pícaros por una ciudad que los rechaza. Los suyos son personajes marcados por todo tipo de fracasos que se cruzan durante unos minutos en una habitación, un bar o una esquina para compartir soledad y alcohol. Y él los retrata desde su propia condición de bebedor y mujeriego empedernido, de habitante de submundos relacionados con sus numerosos empleos y
ambientes. Sus relatos describen siempre realidades degradadas reflejo de la monstruosidad de ciertos ámbitos de las ciudades norteamericanas, especialmente Los Ángeles. De indiscutible autenticidad, fue el escritor maldito de su época, ignorado
por los críticos y lectores de su país, se hizo popular entre la juventud europea como emblema de rebeldía.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Louvação

Louvação
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Fonte:
http://pt.thefreedictionary.com/Louvar
verbo transitivo louvar [lo'var] =  fazer elogios
Ex.: Louvar os esforços de alguém em ....
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Autores:

Gilberto Gil nasceu no bairro do Tororó, em Salvador, na Bahia. Seu pai, o médico José Gil Moreira e sua mãe Claudina, em busca de uma vida melhor, mudam do bairro pobre da capital baiana para o interior do Estado,[5] em Ituaçu, à época um lugarejo com cerca de oitocentos habitantes. Ali, Gil passou os primeiros oito anos de vida. Deste período o artista registra a influência das músicas ouvidas, sobretudo no rádio. E muito mais...

Torquato Pereira de Araújo Neto (Teresina, 9 de novembro de 1944 — Rio de Janeiro, 10 de novembro de 1972) foi um poeta, jornalista, letrista de música popular, experimentador da
contracultura brasileiro.
Torquato Neto era filho de um defensor público (Heli da Rocha Nunes) e de uma professora
primária de Teresina (Maria Salomé Nunes). Mudou-se para Salvador aos 16 anos para os
estudos secundários, onde foi contemporâneo de Gilberto Gil no Colégio Nossa Senhora da Vitória e trabalhou como assistente no filme Barravento, de Gláuber Rocha. E muito mais...

__________________________________________________________Fonte: http://www.gilbertogil.com.br/sec_disco_info.php?id=1&letra
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Louvação

Gilberto Gil
Torquato Neto


(Estrebilho)
Vou fazer a louvação - louvação, louvação
Do que deve ser louvado - ser louvado, ser louvado
Meu povo, preste atenção - atenção, atenção
Repare se estou errado
Louvando o que bem merece
Deixo o que é ruim de lado


[Se deixa o ruim de lado é que só vai tratar do que é bom, do que é digno de ser louvado.]

E louvo, pra começar
Da vida o que é bem maior
Louvo a esperança da gente
Na vida, pra ser melhor
Quem espera sempre alcança
Três vezes salve a esperança!


[Há sarcasmo nesse trecho pois a religião, e nessa época a religião tinha poder sobre as pessoas, a religião propunha a esperança para que houvesse a recompensa no Reino de Deus. Uma esperança passiva e resignada. Maldita esperança! A esperança para ser
verdadeira tem que ter a ação, a práxis renovadora do mundo. Sem ela esperança é dominação em nome de um Deus que nem existe.]

Louvo quem espera sabendo
Que pra melhor esperar
Procede bem quem não pára
De sempre mais trabalhar
Que só espera sentado
Quem se acha conformado


[Chama o homem à ação, à praxis, pois só espera sentado que se acha conformado. É um grito ao inconformismo. um "Vamos à Luta!!!"]

(Estrebilho)

Louvo agora e louvo sempre
O que grande sempre é
Louvo a força do homem
E a beleza da mulher
Louvo a paz pra haver na terra
Louvo o amor que espanta a guerra


[Aqui temos a poética em substituição à política, ao verso engajado.]
Louvo a amizade do amigo
Que comigo há de morrer
Louvo a vida merecida
De quem morre pra viver
Louvo a luta repetida
Da vida pra não morrer


[Quem morre para viver é o trabalhador, o operário que se repete na luta, na labuta da vida cansativa do labor diário.]
(Estrebilho)

Louvo a casa onde se mora
De junto da companheira
Louvo o jardim que se planta
Pra ver crescer a roseira
Louvo a canção que se canta
Pra chamar a primavera


[O Lar junto da companheira é realmente uma benção a ser louvada. A canção que se canta prá chamar a primavera tem aí um toque especial se lembrarmos que "primavera", "o galo cantar", "o sol nascer em liberdade", são todas expressões alusivas ao Socialismo. E nenhum dos dois autores era burguesito não, tinham bem claras as suas idéias.]
Louvo quem canta e não canta
Porque não sabe cantar
Mas que cantará na certa
Quando enfim se apresentar
O dia certo e preciso
De toda a gente cantar


[Toda gente cantar = Socialismo. Pois todo povo canta quando se implanta o Socialismo.  Antes disso canta apenas a burguesia. A minha leitura é uma leitura ideológica sim.  Verdadeiramente ideológica, mas cumpre os ditâmes da época em que foi composta a
canção, uma época de profundo embate esquerda e direita no pais. Veja mais:

Wikipedia:
Louvação é o nome do álbum de estreia do cantor e compositor brasileiro Gilberto Gil,
lançado em 1967. Com um repertório exclusivamente autoral - contando com parcerias com Caetano Veloso, José Carlos Capinam, Torquato Neto, Geraldo Vandré e João Augusto -, e sob os arranjos de Dory Caymmi, Carlos Monteiro e Souza e Bruno Ferreira. O projeto nasce, influenciado pelo golpe militar, que ocorreu no ano seguinte ao lançamento de Salvador, 1962-1963, em março de 64.]


E assim fiz a louvação - louvação, louvação
Do que vi pra ser louvado - ser louvado, ser louvado
Se me ouviram com atenção - atenção, atenção
Saberão se estive errado
Louvando o que bem merece
Deixando o ruim de lado


[Se me ouviram com atenção - atenção, atenção...
Assim é a coisa meus amigos, assim é a coisa.
Cada época tem lá seu modo de ler a realidade.
Pobre daquele que nunca a le.]


Créditos da música:
© Gege Edições Musicais ltda (Brasil e América do Sul)
Preta Music (Resto do mundo) / 
© Musiclave Editora Musical LTDA.


Paulo Cesar Fernandes
[Os trechos entre colchetes são de minha responsabilidade.]

13/09/2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Criaturas da noite

Ouvia Criaturas da noite, com Flavio Venturini, e enquanto ele cantava eu ia escrevendo algo, para colocar no FaceBook. Deu nisso lá embaixo, pois acabou a música.

Pensei em continuar mas não, aí está o que da música é nascido. Linhas poéticas nascidas de linhas melódicas.

Sensibilidades entrecruzadas e marcadas por lembranças, e coisas de tempos idos, de pessoas sensíveis ao redor, de corações batendo em ardente contato.

Tempo bonito, juventude e sonhos, inocência quase infantil mesmo.

A maldade não era. Não era vista, não era percebida.
Na década de sessenta a maldade não era prá ninguém, os sonhos sobrepunham a tudo.

Pairava no ar um odor de possibilidades. No Brasil a Ditadura.
No mundo:
Paris 68.
A explosão do cinema Tcheco.

Glauber.
Tropicália. Os Fes... ti... vais... Música e ideologia em confronto.
Um cabeludo na Revista Placar: Juca Kfouri.

Descobertas sobrepunham descobertas.
A noite se estendia, cada qual contando a sua, sentados na Estátua da Praça da Independência. Nada a comemorar, partilha apenas.

A Veja era Mino Carta no comando. Tudo certo.
A mesadinha era dela. Ela me mostrava o mundo.
Tanques russos invadindo a Tchecoslováquia e passando por cima de tudo que via pela frente. Coisas e gentes... Um jovem ata fogo em si... Sinal de protesto!

Em meio a tudo isto...
... a gente cantava Flavio Venturini no meio da rua.
Da Rua Pasteur, no Gonzaga, naturalmente.
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A noite guarda consigo as mais belas criaturas nos cantos e recantos onde os poemas se abrem em flor.
Ao som da viola e ao sabor de algo palatável.
Boemios da cidade se acham, se conhecem e reconhecem ao longe, nas noites de Santos
Na Prainha de Cuiabá e nos recantos do Hilton da capital paulista
Vão....



Paulo Cesar Fernandes

10/09/2012

domingo, 9 de setembro de 2012

Vida a dois

Ascsentimento - ascensão do sentimento
Dessentimento - Descensão do sentimento.

No segundo caso a expressão "Meu amor" é dita apenas como locução, sem algo maior a viajar por dentro da alma. Uma força de habito, perdeu valor e significação.
Crise dos 3 anos. Crise dos 7 anos. Crise dos 10 anos. E de crise em crise o se aturar é a falta de coragem de ser autêntico, e fiel a si mesmo.
Mas a quem engana? Se perde a oportunidade de se abrir a uma nova afetividade, onde novas expressões se forjem no influxo do

amor.
Aturar-se? Jamais. Amar-se é sempre bom e revigora a vida.
Mas os caminhos se distanciam. redirecionam. É ruim isso?
Não necessariamente.
Uma condição natural de seres capazes de repensar suas formas de existir.
Quem não pensa é ameba. Nós não somos amebas, vai daí seres
pensantes e sentimentais. Corações pulsantes em afetividade.
Um casal não é um circuito fechado. Mas dois seres que se unem num projeto de
complementaridade sim, mas sempre havendo a possibilidade de um crescer, e querer crescer mais, sendo podado pelo companheiro/companheira.
Dada esta possibilidade o que dve ocorrer?
A separação?
Depende...
Nesta hora entre em cena o diálogo entre a sensibilidade mútua e a razão de cada parte. Mas nunca a tolice dos interesses mesquinhos, mas a dignidade de almas postas com sinceridade, na discussão de um futuro capaz de ser feliz, mas feliz
para ambas as partes da equação vivencial.
Sopesar a falta que ela me faz, me fará.
A falta que ele me faz, me fará.
Pois a solidão é uma delícia... mas apenas nos primeiros tempos.... e os tempos passam.... e a solidão vai cobrando sua permanência na vida das pessoas.

Era e é um casal belissimo.
Ele um camarada 100%, ela uma criatura adorável.

Mas acabou. Fim. Já era.
E ninguém tá traindo ninguém não. Puro desgaste da vida a dois. "Todo dia ela faz tudo sempre igual..." Chico Buarque matou a pau.
Quando os projetos de vida se distenciam, até o café levado na cama é motivo de agastamento:
_ O que esse cara tá querendo?
Paira no ar a desconfiança.

Separar é bom? Não é mesmo. Mas viver assim é uma tragédia! Pois merecemos a Paz.
A Paz. A Liberdade. São condições de vida.
De grandeza, De plenitude. Sem elas a vida não é.
Não é prazeirosa. Não é llena de felicidade. Não é produtiva no sentido de produtividade dado por Erich  Fromm. (Sempre ele ao meu lado com suas concepções admiráveis).

Esse viver produtivo nos permite em cada momento vivenciar o prazer: da presença de amigos; duma música; dum poema.
E aquele texto que no conflito era dificil, se abre à nossa compreensão.
Há leveza no viver.
Algo capaz de permitir não mais olhar a mulher ou o marido como antagonista, mas como um ser comum, com defeitos e qualidades como cada
um de nós. Inclusive o leitor deste.
Para Carl Gustav Jung todos temos nosso lado claro, cristalino e nosso lado obscuro da personalidade. E é nos momentos de conflito a emergência da nossa obscuridade. Mas, para nossa alegria...
Somos seres em continua construção. Um motocontínuo de diversidades a cada período.
Ela? Tudo de bom. Ele? Baita camarada legal.
Mas acabou. E ponto!


Cada qual acate, aceite e curta a nova realidade.
Sempre brotam momentos felizes. Pessoas intrigantes.
Corações e corpos estimulantes.
É assim! É natural! É da vida!
Nossa existência peregrina, em todas as instâncias possíveis e imagináveis.
Aceitar os fatos é um ato de sabedoria! Assim!

Harmonia em teu coração meu caro leitor.
Viva voce com ou sem disturbios na vida afetiva.
Mas viva plenamente!


Paulo Cesar Fernandes

09/09/2012

sábado, 8 de setembro de 2012

Muito diferente por ser Lar.

Minha casa é igual,
mas muito diferente por ser Lar.


                     (Teve por mote a bela musica "Amigo é casa" de Zélia Duncan.)

Vem a calhar pois eu pensava no que tenho recebido de tantos amigos, coisas que nem mereço na verdade, são suportes feitos no silêncio da compreensão, no apoio partindo de um coração.

Mais das vezes não sei quem são, mas sei do seu bem e do seu amor. A sinceridade não lhe é ausente, é a palavra certa e eu a ouço na intuição.
Neste Lar habitam seres da noite e do dia, da vigilia e do sono bem dormido. Algo mais há nele a me alegrar e esvaziar o mal capaz de o cercar.

Uma capela, uma cúpula, um mosteiro, onde este brasileiro se sente amado.
Mais que tijolos, há outras edificações mais fortes, e mais cristalinas, fortes e imorredouras.
Nascidas da vontade de seguir adiante do passado, e adiante da mesquinhas ilusões de uma era de
futilidades. Tudo é vão. Tudo é inutil. A verdade é nihil.

Vive o espirito em sua fé e em sua profecia.
A palavra dita na boa dizença, tem por meta o bem geral, sem ferir um inseto sequer. Pois é tudo fugaz, tudo efemero, e mesmo meu pensar tem a estabilidade morta, é mutante e vigoroso,

pois pautado não apenas em mim, mas nessa pleiade de seres habitantes deste espaço. Convidados foram: artistas; cientistas; homens e mulheres das letras e das artes; gente da Espiritualidade en su viver.

De todos os recantos da terra, de todas as formas de pensar, são bemvindos. É na multiplicidade de formas de pensar nossa riqueza.
Irmanamos pensamentos numa jornada eficaz de compreensão e progresso. Debate e crescimento.

Que mais posso ter em mãos além do coração, envolto na mais pura gratidão?
Um coração não mais apenas meu, mas abarca cada um dos amigos a trazer no correr dos dias o inesperado, seu contributo:  
uma paz e uma criatividade ainda não vista nesta minha existência.
E me chega assim, como uma benção, ao qual pleno de felicidade agradeço.
A vida apenas adquire sentido, quando todos os sentidos e as buscas materiais e mesquinhas deixaram de ser parte integrante de nosso viver. Esta dá um salto de qualidade, ganhando status de existência. Algo mais amplo: Multifacetada; Afetuosa e Harmonica.
Cheias de benesses a serem compartidas, mas o compartir há de ser cauteloso, "não jogai pérolas aos porcos" disse Jesus em tempos idos. E porcos seguem nascendo e vivendo em todas as instâncias.
Atentar sempre se a energia recebida e retransmitida não tem destino equivocado, para seguir sendo
merecedor de tudo aquilo ao meu redor presente.
E claro, pronto a receber mais espiritos nas mesmas características; com igual benevolência; e portadores de similares projetos.

Bemvindos sejam!
Ao Bem, ao meu redor presente.
Um Bem ausente nas mais distintas localidades.
Localidades atualizadas com nosso tempo. Isto é: focadas no mais profundo da materialidade.
Materialidad inimiga de todos daqui habitantes.
Para minha alegria e galdio.


Paulo Cesar Fernandes
08/09/2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Chico Buarque - Até Pensei

Junto à minha rua havia um bosque
Que um muro alto proibia
Lá todo balão caia, toda maçã nascia
E o dono do bosque nem via



Do lado de lá tanta aventura
E eu a espreitar na noite escura
A dedilhar essa modinha
A felicidade morava tão vizinha

Que, de tolo, até pensei que fosse minha


Junto a mim morava a minha amada
Com olhos claros como o dia
Lá o meu olhar vivia
De sonho e fantasia
E a dona dos olhos nem via


Do lado de lá tanta ventura
E eu a esperar pela ternura
Que a enganar nunca me vinha
Eu andava pobre, tão pobre de carinho
Que, de tolo, até pensei que fosses minha
(Int.)
Toda a dor da vida me ensinou essa modinha
Que, de tolo, até pensei que fosse minha...


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Todo artista tem momentos de uma sensibilidade cortante.
Este momento de Chico Buarque é dos mais lindos que conheço.
Hoje bebi os 3 primeiros trabalhos desse nosso grande poeta, escritor, etc. comparável a Francesco Guccini da Italia; a Udo Lindenberg e Kurt Weil e Bertod Brecht.
Inclusive a "Ópera do Malandro" é a terceira versão da mesma obra.
A "Ópera dos 3 vinténs" de Brecht é a segunda.
No final do Sec XIX já havia uma peça exatamente igual, no qual Brecht se inspirou.


Paulo Cesar Fernandes
05/09/2012

El mural nunca estará terminado...

Entrevista
galeria fotografica
Miguel Rep nació en 1961 en Buenos Aires, Argentina. Es dibujante y humorista gráfico autodidacta. Pasó su infancia en el barrio de Boedo y publicó su primer dibujo a los 14 años. Publica diariamente en el matutino Página/12, desde el primer número, semanalmente en la revista Veintitrés y mensualmente en Fierro. También hizo colaboraciones para los diarios El País y La Vanguardia de España. Realizó numerosas exposiciones individuales en el país y en el exterior, así como charlas, talleres y presentaciones. Pintó murales en varias provincias de la Argentina y en Caracas, Montevideo, Santo Domingo, México DF, La Habana, Madrid, Barcelona, Zaragoza y en el 2010 en la Feria del Libro de Frankfurt. Obtuvo numerosos premios nacionales e internacionales como el Primer Premio del Concurso Fin de Siglo del I.C.I, Bs. As. y los premios Fine Work y ExcellenCE Prize del concurso de humor The Yomiuri Shimbun, Tokio. También obtuvo galardones en Cuba y en la Universitá de Lleida, Cataluña, España, en 2007. Condujo un programa de radio llamado El holograma y la anchoa y participa con sus dibujos en programas de TV. También realizó portadas de discos y revistas. Tiene publicados más de veinte libros, entre los que se destacan: Bellas Artes, Rep hizo los barrios, Postales, Platinum Plus, La grandeza y la chiqueza, Contratapas, Auxilio, vamos a nacer, REP para todos, cinco libros de la colección Para Principiantes (Borges, Cortázar, Gramsci, Kerouac y Bukowski), y Don Quijote de la Mancha con 260 ilustraciones de su autoría.

En esta entrevista, Rep cuenta cómo se gestó el Mural Bicentenario, cuál fue el recorte histórico que realizó y por qué aceptó participar en esta versión online e interactiva.

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¿Cómo surgió la idea de hacer este mural?
Fue un ofrecimiento del ex secretario de Cultura de la nación, José Nun. Él me pidió que pintara el mural en el stand de la secretaría en la Feria del Libro de Buenos Aires 2008. El tema del stand ese año era el próximo bicentenario.

¿Por qué un mural y no otro tipo de obra?El formato del mural tuvo que ver con la exigencia del espacio en la Feria del Libro. Además había otro motivo: yo dibujaría el mural frente al público mientras durase la feria del libro.
¿Cuánto demoraste? ¿Cuándo dijiste: "Está terminado"?

Demoré, entre el inicio y el final, lo que dura la feria: 21 días. Pero mi trabajo neto fue hacerlo en 10 jornadas. Una vez levantado de la feria de Buenos Aires, fue al Congreso de Cultura

¿Cuál fue el criterio para elegir qué hitos históricos resaltar y cuáles dibujar más pequeños o no incluir?
Antes que nada, no seguir la historia oficial. Luego, no seguir próceres, exceptuando la presencia insoslayable de San Martín. El mural progresa, temporalmente, a fuerza de movimientos sociales, de protagonismo del pueblo, de la gente anónima. La selección la hice siguiendo hitos que sensualmente y subjetivamente repercuten en mi propia construcción histórica de nuestra nación, con sus idas y vueltas, progresos y retrasos.

Todos los recortes son una interpretación. ¿Cuál es la interpretación que hacés a partir del Mural Bicentenario sobre nuestros 200 años de independencia?Soy dibujante. Los recortes son bien visibles en el mural. Pero a grandes rasgos son: la Revolución de Mayo, la declaración de la Independencia, las guerras por la liberación, las guerras civiles, la Constitución, la inmigración, los movimientos sociales de todo el siglo XX, el 45, la dictadura del 76 y la democracia que estamos haciendo. Termina en libros y en mujer, esto último no tiene nada que ver con la coyuntura presidencial, sino con un deseo de que la historia deje de lado la lógica masculina de despojo y destrucción, para nutrirse del poder femenino del dar y la sutileza. No quiere decir que haya presidentes mujeres, sino un cambio de lógica.

¿Cómo fue la experiencia de realizar este mural?
Maravillosa. Mucho trabajo, el placer de la línea, y con público presente.

¿Hubo una planificación del mural o fuiste decidiendo qué pintar a medida que ibas avanzando?
Hubo un concepto fuerte, los hitos me fueron marcando postas en el dibujo, pero lo fui haciendo sobre la marcha, y de memoria.

¿Cuándo decidiste que el mural estaba completo?
El mural nunca estará terminado, así que tengo la esperanza de seguir completándolo, y aportando nuevos datos desde el dibujo. Y volver cada vez al mural que tanto quiero. Es una invitación muy tentadora para toda mi existencia.

¿Cómo surgió la idea de realizar una versión interactiva del mural?
Estábamos en Tucumán, en el Congreso de Cultura de 2008. Yo estaba terminando en público el mural que había comenzado en la Feria del Libro de Buenos Aires. Laura Vaccari, que me asistía, tuvo la idea de hacer a partir de una foto un mural interactivo, donde al cliquear arriba de cada dibujo se abrieran ventanas en las que se desarrollara cada tema histórico. Me encantó la idea, y luego, allí mismo en Tucumán, en un almuerzo con Jésica Tritten de Canal Encuentro, se entusiasmaron y Jésica propuso que ese cliqueo abriera a documentales ya realizados por el canal. Hablaron ahí mismo también con Liliana Piñeiro, directora ejecutiva de la Casa del Bicentenario, que enseguida se entusiasmó con la propuesta. Al regresar, la casa del bicentenario, Canal Encuentro y educ.ar firmaron un convenio para concretar este proyecto. Laura llevó adelante su coordinación. Me encanta que el mural, aparte de entretener, sea útil.
Y ahora el mural cuenta con una versión online e interactiva. ¿Qué le aporta esto a tu obra?

Lo completa. El mural, o el dibujo panorámico acerca de nuestros últimos 200 años de historia, se completa con la utilidad que pueda tener para los visitantes de la Casa y de la Web, donde podrán elegir los dibujos y a través de contenidos audiovisuales acceder a una explicación más exhaustiva. Útil para alumnos, maestros, y simples interesados en nuestra historia.

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Una chiquitita homenage al pueblo argentino.

Paulo Cesar - HispanoAmericano

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Que tiene la musica?


La respuesta no me pertenence.   (Ode a Luis Enrique Mejia Godoy

Desde los rincones de NIcaragua sabes tu?
El viento nada me dice.
Por la calles de mi ciudad nadie habla de eso
Pocos son los hombres que en la musica tienen su vivir
No vivir de ela solamente
Pero vivir en la musica como un sendero
Sendero sonoro y lleno de alegria
Llanura de notas y harmonias

Sonido y palabras a tocar hondo el corazon
Que tiene la musica? me preguntas

Me veo en silencio
Sin tu respuesta
Solamente aguardo
Tu nueva cancion.

Paulo Cesar Fernandes
04/09/2012
Santos - Brasil

I'm on my way

Sitting

Cat Stevens   (Do LP/CD Catch Bull at Four de 1972

Oh I'm on my way, I know I am,
somewhere not so far from here

All I know is all I feel right now,
I feel the power growing in my hair

Sitting on my own not by myself,
everybody's here with me

I don't need to touch your face to know,
and I don't need to use my eyes to see

I keep on wondering if I sleep too long,
will I always wake up the same (or so)?

And keep on wondering if I sleep too long,
will I even wake up again or something

Oh I'm on my way I know I am,
but times there were when I thought not

Bleeding half my soul in bad company,
I thank the moon I had the strength to stop

I'm not making love to anyone's wishes,
only for that light I see

'Cause when I'm dead and lowered low in my grave,
that's gonna be the only thing that's left of me

And if I make it to the waterside,
will I even find me a boat (or so)?

And if I make it to the waterside,
I'll be sure to write you a note or something

Oh I'm on my way, I know I am,
somewhere not so far from here

All I know is all I feel right now,
I feel the power growing in my hair

Oh life is like a maze of doors
and they all open from the side you're on

Just keep on pushing hard boy, try as you may
You're going to wind up where you started from
You're going to wind up where you started from

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Cat Stevens se tornou muçulmano e eu Livre.
Todos mudamos de 1972 para cá.
Ou mudamos um pouco a cada ano?

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Fui buscar um livro numa entidade que conheço e cheguei
com uma sensação que devia ter ficado.
Mas a custo de profundo aborrecimento.
Carregava a dúvida em mim e....

Esta música me mostrou que eu estou no meu caminho,
e não preciso abrir os olhos para ver.
Tudo o que sei é o que sinto em cada momento.

O que é real e verdadeiro, e o que é falso e torpe.
É sempre bom estar a cada final de tarde em boa companhia.
Estarei sentado em meu lugar, mas não só,
mas em companhia daqueles que meus pensamentos
forem agregando ao longo do dia.

É um exercício minuto a minuto.
Mas a cada minuto um passo é dado.
Essa nova caminhada é tudo de bom.

Na verdade um labirinto cheio de portas como diz a música.
Mas, ainda como diz a música, todas elas estarão abertas para mim.
Eu estou no meu caminho, eu sei que estou.

Paulo Cesar Fernandes

04/09/2012

sábado, 1 de setembro de 2012

Brasil sem os honestos - Cronica irônica

Estava lendo FEBEAPA 2 (FEstival de BEsteiras que Assola o PAis 2) de Sérgio Porto ou Stanislaw Ponte Preta.
Um jornalista muito inteligente, e feroz critico da Ditadura Militar
e das imbecilidades  feitas naquela época. (Não é de hoje...)
Inclusive publicadas em jornais e revistas no maior descaramento.

Um livro de muitas gargalhadas.

Vivemos um outro momento.
A vida democrática alivia o clima.
Mas, se Sergio Porto estivesse entre nós, entraria no Guiness Book
pelo maior numero de edições com o mesmo título, estariamos por
volta de FEBEAPÁ 200 ou 300.


Mas o problema do Brasil agora somos nós, os que fazemos as coisas certas e queremos as coisas certas.
A gente tem que ir embora daqui e deixar o pais para eles.
Uma debandada dos honestos. Que beleza!

Vejamos:

Os de origem portuguesa voltavam a Portugal levando seu  capital e emprendedorismo.
Da mesma forma os espanhóis e italianos.
Os asiáticos e todos os demais honestos do país retornaria a seu torrão natal.
Isto para todos os descendentes honestos de estrangeiros desde os tataravós.

Os povos originários, os índios, retomariam o caminho de suas tribos e seus valores, reafirmando-se como nações de valor e honradez.
Os negros retornariam à Mãe África, onde dariam uma formidável contribuição ao continente das oportunidades, como vem sendo chamado.


Lembro que negro é raça, etnia. Preto é cor. E não me venham com essa imbecilidade de afro-descendentes. Amo as negras e os negros e assim os chamo pelo meu débito com eles. Só o Blues basta.


Caminho livre para eles: os desonestos.
No início eles fariam a farra, deitariam e rolariam.
Mas apenas na primeira semana.
Os padeiros; donos de supermercados, açougueiros; médicos; engenheiros e arquitetos honestos estariam fora do pais. Refazendo suas vidas.
E os que restaram... He... He... He...


Queria ver um José Dirceu batendo pá para construir estradas.
Um José Genoino aprendendo panificação.

Os banqueiros indo plantar batatas, na região de Mogi das Cruzes e suzano, no cinturão verde paulista.

E o leitor amigo entre  neste jogo irônico e belo.
Me passando sugestões de nomes e atividades, e prazeirozamente eu irei agregando pouco a pouco esses nomes desonrados a fazer algo de útil e honrado pela primeira vez na vida muitos deles.

O Brasil é composta de um povo honesto e trabalhador.
Noventa por cento é honrada.
Pensemos nesse mesmo pais sendo abandonado por todos os honestos.
Deixando-o a essa escória de Mensalões; escandalos do Dem; etc.

Voce leitor deste texto, por favor repasse para as pessoas contribuirem com suas idéias, de quem faz o que, e aonde:

Nome                         Atividade                    Local
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Por certo será uma brincadeira de bom gosto, para quem não tem rabo preso com essas coisas.
Os outros que tivessem pensado bem, e tivessem vergonha na cara, teriam pensado bem antes de mandar pro saco sua reputação.

Eu desprezo, do fundo de minha alma essa gente. Ilude e rouba nosso povo. E todos os povos deste planeta.


Contribua com este jogo. Ele é mais seu que meu.
Abraço do PC

02/09/2012