sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Ausência e vazio

Ele se foi. Tomado pelo Mal de Parkinson, ele se foi.
Viveu bastante é verdade, mas não o suficiente para derrotar a insuficiência de saber que domina o mundo.
Sim, estou certo que um século é muito tempo. Mas há em mim qualquer coisa que se apaga também.
Juntamente com Darcy Ribeiro, Claude Lévi-Strauss era o grande modelo intelectual que adotei desde minha juventude. Os outros modelos que tenho são importantes, mas estes dois são estruturantes de minha busca do saber.
Da França seu pensamento se espraiava não apenas pela Europa, bem como por todo o mundo.
Transitava Lévi-Strauss desde a etnologia, antropologia até a arte em seus escritos; filosofia e sociologia eram também áreas de grande domínio.
Em determinado momento de sua vida participou na rádio francesa de uma série de entrevistas dadas a Georges Charbonnier. Essa atividade resultou num livro de titulo “Arte, linguagem, etnologia” que agora leio. Mas não sem dificuldade, pois muitas das questões ali tratadas fogem ao âmbito do meu conhecimento.
O que me encanta no texto é a humildade e correção de postura, pois em muitos momentos se diz menos conhecedor de determinadas áreas que seu interlocutor.
Sua grande obra “Tristes trópicos” li e tenho recomendado aos alunos da universidade onde trabalho. Para minha alegria alguns tem acatado minha sugestão.
Sei exatamente por que motivo o pensamento deste homem me encanta de tal forma: trata do mito nas sociedades primitivas e na nossa. E mais, tem sempre o cuidado de não supervalorizar nossa civilização em detrimento das sociedades que estudava. Isto eu aprendi com ele, de uma vez por todas.
Sugestão: Leiam a obra do mestre, mestre no pensamento e na simplicidade.
 06/11/2009
Fernandes, Paulo Cesar (Keine Grenze
Fale: pcfernandes1951@bol.com.br  

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