sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Dos eleitos

Dos eleitos

Não sou brasileiro,
Não sou estrangeiro,
Não sou brasileiro,
Não sou estrangeiro,
Não sou de nenhum lugar,
Sou de lugar nenhum.
Não sou de São Paulo, não sou japonês.
Não sou carioca, não sou português
Não sou de Brasília, não sou do Brasil
Nenhuma pátria me pariu
Eu não tô nem aí.
Eu não tô nem aqui.

Titãs
(Lugar Nenhum
in: “Jesus não tem Dentes no País de Banguelas”, 1987 )

Isto tem o suave som de marretas a destruir tudo que é velho, velho e falso.
Niilista?
Quem disse que niilismo é ruim, é o mal, é o fim?
Talvez seja apenas um recomeço em novas bases.
Bases que perpassam o sarcasmo da obra de Giorgio Gaber, sempre presente, sempre lembrado com carinho, pois muito me ensinou, ensino vero, senza pudore, vero e profitabile. Francesco Guccini, o maestrone de Modena. Não precisa ler Niezsche no original, nem freqüentar os bancos da famosa Escola de Frankfurt para perpassar os antigos valores por ferina crítica. Basta ter a coragem de um pensar verdadeiramente livre. Pensare per la propria testa.
As idéias renovadoras estão aí para quem as quiser perceber e abonar, aos temerosos resta o aporte da crítica.
Pois assim seja, segundo vossa soberana vontade. Mas apenas para vós, que alegremente dão suporte às velhas concepções.
Vós, que tendes os olhos sempre bem abertos, ao próximo nicho de poder capaz de vos receber; e tolher a liberdade como conseqüência, pois isto ocorrerá, estejais seguros disto.
Vós, que sem usar da linguagem dos fariseus de plantão nos diversos púlpitos, vivem farisaicamente, e o que é pior, inculcam os mesmos farisaicos valores às novas gerações.
Vós, que ides às eleições como crentes; ou ainda, como torpes ludibriadores da inocência popular.
Tendes um compromisso com a História, e ela; impassível, tolherá vossos nomes de ruas e praças, placas e muros, pois o tempo é implacável a todos aqueles que se vendem, que mercadeiam com ideais, que fazem da sociedade e da vida feira de negociatas.
Não, não, Nietzsche nunca foi niilista, vossa vida sim, vossa vida é uma somatória ininterrupta de pequenos nadas a se constituir no grande vazio existencial.

O texto acima, é dedicado por completo às grandes amizades, amizades pautadas nos mesmos projetos, nos mesmos caminhos, em similaridades éticas, como é o caso da grande amizade que une o Senador Aloisio Mercadante e o Senador José Sarney. Farinha do mesmo saco.

02/08/2010

Fale: pcfernandes1951@bol.com.br 
Fernandes, Paulo Cesar (Keine Grenze

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