O Teu : o Novo
Chega o momento
O passado não é o obsceno e ausente
Tão distante de ti
Não é mais teu.
Algo solto e perdido
Numa gaveta da memória.
A luz entrando janela adentro
É a mesma a iluminar teus passos
Não és o mesmo, o sabes
Mas não és diferente
Mas que diferença é esta
De igualdade tão presente?
A festa imperdível
Determinadas companhias
Nada mais te dizem
Não. Não é velhice
nesses teus 30 anos
Intrigado olhas ao redor
Teus livros são velhos
Teu pensar não os acolhe
Pensas além deles todos
Mas lidos por tanta gente?
Pensas...
A ti nada mais dizem
A tua é outra Sociologia
Nata da mesma racionalidade
Mas com diverso desdobramento
O EU se opondo ao nãoEU
Tu e o Mundo em oposição.
Ou te negas e segues não sendo
Ou te firmas e pagas o preço.
Não há terceira via.
A eterna dualidade.
A tomada de decisão.
É caldaloso o Rio da Nulidade.
Não nadas nele bem o sabes.
Nada de novos amigos.
Nada de cursos fabulosos.
É algo interno e forte.
Muito profundo em ti.
Um encontro, uma descoberta.
Da essência, do em si e para si.
O mundo se cala lá fora
Paulatinamente desaparece
Teu interior ganha voz
Decide e faz
O passivo seixo do rio
Rebelde prende novo destino
Fixa à margem
De Tudo e de Todos
Estabilizando
Em diversos sentidos
Velho homem é lembrança
Por vezes doce até
Divertido
Mas o Novo chegou
Reordenando tudo
trazendo coisas
Questionando
Aprofundando
Não há passo atrás possível
Caiu a primeira gota
Incipiente Sabedoria
Feliz o coração sente
O futuro, a harmonia
Num filete cristalino.
Um Ontem milenar
Um futuro a se presentar
Olhos sorridentes.
Espírito em mutação.
Nada que foi é mais.
O Futuro forjado agora
De fora nada virá
É chegada a TUA HORA:
Senhor, não mais Servo
De um nãoEU e de todo um vazio.
Tu és!
A História.
E isto te bastará!
Paulo Cesar Fernandes
24/05/2017.
Bob Dylan's Day
76 jahre alt.
Espelho de novo
Nos olhamos, nos pensamos
Como seres inteiros
Mas...
Ledo engano
Incompletos.
Somos seres em construção
E a cada dia nos tiramos
ou adicionamos algum item
Se olhamos o(s) universo(s)
Nos sabemos
Em nossa exata dimensão
Nem Grandes, nem pequenos
Somos algo a conferir
As palavras não nos distinguem
De outro qualquer animal
Latem; miam; grasnam; arrulham...
Onde a diferença?
Na Razão do nosso agir
No Movel de cada ato nosso
Antes das palavras: intenções
Antes do ato: somatória de pensamentos
De dúvidas...
... e a decisão final.
O criminoso sabe do seu crime.
Lambe botas bem sabe o que é
Todos sabemos de nós.
E cada dia o espelho
Nos relembra nosso passado
Sugerindo um outro futuro
Cegos; burros; oportunistas...
Seguimos sem lhe dar atenção
Quando chega a dor serena e calma
Vergastando nosso Ser
Talhando fortemente:
Doença inesperada
Relação sem mais sentido
Filho abatido
Por bala, droga ou ódio...
Pelo chão nossa força toda
Reagimos, mas já com dúvidas.
E voltamos ao espelho
Modificados
Dele buscando respostas
Mas não...
Recebemos o silêncio
A ele daremos nós
Novas formas de agir
A certeza na dúvida
A necessidade da escolha
Recrudesce o embate:
Velho versus Novo
Um Novo talvez nascente
Capaz de nos ajudar
Nesse momento de crise
Da perda de algo
Quando tudo parece findo
Uma porta se abre
Não!
Não fora de nós
Mas no Saber de Si
Na consciência de Si
Numa nova "Inner Light"
Desfrutemos!
É o nosso alvorecer.
Paulo Cesar Fernandes.
18/05/2017.
Nota:
Temos a terrível mania de buscar soluções FORA DE NÓS e isso não existe.
Somos a solução de tudo. E ponto final!
Tempo.
Um outro Paulo disse: "... por mais que eu fale a linguagem dos homens e dos anjos, se não tiver amor.." e foi por aí adiante.
Concordo com ele.
Mas acho importante, como um verdadeiro Revolucionário não me prender às linguagens todas capaz de aprender. Pois todas são poucas para abarcar a complexidade da alma humana de todos os povos.
Um Revolucionário é um Cidadão do Mundo. Seu Servir é mais amplo. Seu restrito corpo, muitas vezes lhe tolhe oportunidades. Suas doenças de corpo e de alma lhe tiram parte. Mas não tudo, e esse Revolucionário busca, na compreensão dos outros povos elementos de melhor se compreender para, de forma mais ampla, amar seus semelhantes.
Todo Revolucionário tem a "sua Estrada de Damasco".
Todo Revolucionário tem seu dia de "Suicídio de Classe", quando deixa para trás a classe burguesa que provavelmente tenha nascido, e adota a classe da maioria do seu povo.
Deixa de ser, para nascer como Ser.
Sim. Um Ser do povo. É mais povo que nunca pois mais Revolucionário se torna a cada livro que le, cada palavra que ensina ou aprende.
Um Revolucionário nunca tem paz. Pois a sua inquietação o faz em eterna ebulição interior. O povo holandes é meu povo, como não? O povo da Tanzânia é meu povo, como não? Bem como paraguaios; mexicanos; bolivianos ou mapuches.
Aqui e Agora, um Revolucionário é, apenas e tão somente um habitante da Terra; cuja ambição maior só pode ser a Libertação de Cada Ser.
Pois nessa Libertação cada um fará patamar para outras tantas necessárias Libertações. De todos os demais seres; de seu pais; seu continente e de tudo o que se fizer necessário.
A Vida apenas vale a pena pois ela é Libertária e Revolucionária ao adicionarmos novos elementos culturais em nós e em nossos semelhantes. A Vida deve ser uma eterna Revolução Cultural.
Se assim não for ela é perda de oportunidades.
E não viemos à Vida a passeio. Não. Não mesmo!
Paulo Cesar Fernandes.
20/05/2017.
Olhar do Artista.
O mundo em que vivemos não é o melhor dos mundos.
Nos defrontamos com guerras de todos os tipos e dimensões.
A iniciar na pequena guerra no seio da família. Separando, por motivos muitas vezes pueris, os membros desse núcleo familiar. Por vezes, o que é mais sério, gerando ódio entre seus componentes.
No mundo do trabalho e das instituições temos a Guerra da Competição. Trazendo a infelicidade para todas as partes envolvidas. Quem é capaz de ter sossego e harmonia, em um ambiente onde a competição se estabelece?
A competição serve apenas para os donos do Poder, pois com ela dividem as pessoas e melhor as controlam. Melhor se servem delas. Pessoas se odiando são frágeis instrumentos de manipulação. Afinal o ódio obstruí a Razão. E somos racionais, até prova em contrário.
Ninguém pode ser feliz, nadando em braçadas no ódio. Não! Nem Feliz e nem Livre. O ódio aprisiona o homem à Terra, incapacitando-o a voos mais amplos de conhecimento de si mesmo.
E temos ainda as mais dolorosas, as Guerras pelo Poder nos diversos países do mundo. Muitas delas capazes de promover deslocamentos em massa das populações afetadas. Basta olhar o mundo e ter um mínimo de compaixão dentro de si.
Não! Esse não é o Mundo sonhado pelos artistas.
Nem, muito menos, o mundo da espiritualidade.
Espiritualidade, quando sou eu falando, não é religião, mas a força interna capaz de lutar contra a materialidade vigente em nosso planeta. Nada contra as religiões, mas meu foco é bem outro.
É a reversão dos caminhos para a qual a Humanidade como um todo vem se dirigindo. Ausência do sentimento e primazia da irracionalidade.
Alguns artistas, de forma consciente ou inconsciente, vem se rebelando contra tudo isso até hoje proposto aos homens. Um movimento a ocorrer em diversos pontos do Globo Terrestre, e entre artistas que sequer se conhecem. Isso eu acho muito importante de frisar. Esses artistas não se conhecem. Eu os conheço e estou fazendo esse LINK entre eles, por minha conta e risco. E posso estar equivocado na minha percepção desse movimento. Mas algo ocorre entre os Artistas de nosso Planeta Terra.
E de que forma se dá essa coisa?
Na retomada da sensibilidade. No aprofundamento e ampliação do seu valor cultural. Sem violência. Sem intencionalidade. Sem competição. Apenas permitindo à sua sensibilidade o acesso ao seu público. Trazendo a esse público Valores.
Retomar valores não é ser saudosista, no sentido pejorativo do termo. É apresentar ao mundo outra vez, uma proposta perdida no tempo. O Nosso Tempo é o melhor dos tempos; mas soterrou muitas coisas capazes de serem resgatadas.
"Triplicate", o mais recente trabalho de Bob Dylan é um dos exemplos disso. (Sempre Bob Dylan apontando caminhos, desde a década de 50).
As últimas atitudes de Udo Lindenberg (Cantor); Win Wenders (Cineasta); e da Banda Punk "Die Toten Hosen" da Alemanha todos, nos apontam a mesma direção.
Na Itália, velhos e novos nomes das Artes, cumprem trajetória similar: Beppe Grillo (Ator e Ativista Político); Adriano Celentano (Músico e Ator); Francesco Guccini (Músico e Escritor); Fabrizio Moro (Músico); Roberto Vecchioni (Professor, Compositor, Músico e Escritor) são exemplos que saltam aos nossos olhos de almas em busca de um Outro Mundo, onde o homem possa evidentemente Ser, deixando de lado o Ter, tão criticado por Erich Fromm.
Os Artistas se colocam contra a Globalização, tal como ela se tem apresentado, pelos rastros por ela deixados. Rastros de dor e subjugação do homem. Subemprego. Precarização da vida, desvalorização do trabalho do homem, tornando-o apenas uma peça facilmente cambiável de uma ampla engrenagem.
Os Artistas negam tudo isso no Futuro do Planeta Terra.
Merecemos algo bem melhor.
Devemos lembrar. No correr da História da Humanidade os Artistas tiveram papel de faróis, indicando os novos caminhos pelos quais o homem deveria trilhar. E trilhar Novos Caminhos sempre significou desembocar num novo tempo, melhor para todos, absolutamente todos.
Segundo penso. Esse alerta dos artistas ao mundo, tem como meta nos encaminhar a uma maior espiritualidade. Maior harmonia interior e exterior. Busca da Paz entre os homens e entre as nações.
A Arte nasceu para o bem do homem. E o Artista é o Medianeiro desse Bem.
Por que não acatar a sugestão dessa gente capaz de sentir espiritualmente caminhos novos, pelos quais ainda não tivemos a coragem de adentrar?
Paulo Cesar Fernandes
20/05/2017
Nota: Desde semana passada, quando ouvi alguns acordes do trabalho de Dylan essas coisas passaram a me habitar. Algo de diferente ocorre no meio artistico do nosso planeta. Por ter a sorte de me interessar por Arte de todas as partes do mundo me foi possível estabelecer essa vinculação entre as coisas.
Convém dizer, uma vez mais, posso estar enganado na minha leitura desse movimento no mundo.
Negativa de voar
Pequena estrela
Sem um céu para ficar
Tudo faz certo
Mas não para a pensar
No seu valor
No seu crescer
Seu libertar
Vive a vida inconsistente
Descontente e sofrida
No entanto não se pergunta
Nunca se questiona
Trabalha e isso lhe basta
Parar no tempo e no espaço
É estrela; é ave
Teme as asas de voar
Cisca pelo chão somente
Sem um sonho a sonhar
Pequena estrela sem céu
Em nada te posso ajudar
Paulo Cesar Fernandes.
11/05/2017.
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Nota:
Dedicado a todas as mulheres incapazes de se ver livre de algum tipo de algoz: marido; companheiro; namorado; etc.
Sofra esta agressões ou não. Não há agressão maior que um cárcere, uma prisão.
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