segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

''A ecologia é o ópio do povo'' - Slavoj Zizek

Entrevista com Slavoj Zizek
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Esta entrevista foi realizada pelo professor Ricardo Sanín, do Departamento de Filosofia e História do Direito da Universidade Javeriana, da Colômbia, sendo cedida a MAGIS por intermédio do professor dos PPGs em Filosofia e Direito da Unisinos, Alfredo Culleton. Sanin e Culleton (também responsável pela tradução e introdução da entrevista) trabalham em cooperação em projeto de desenvolvimento de uma Teoria Crítica dos Direitos Humanos, junto com o professor Costas Douzinas, da Universidade de Londres.
A entrevista foi publicada por Magis, Revista da Unisinos, no. 05, dez 2009-jan 2010.

Eis a entrevista.


O senhor tem insistido que tanto o multiculturalismo quanto os movimentos ecológicos não abordam os problemas políticos
verdadeiramente agudos e relevantes para o mundo. Por quê?



O multiculturalismo passa por cima dos problemas políticos verdadeiramente relevantes e agudos quando os reduz a meros problemas culturais. Quando lidamos com um problema real, tanto sua designação ideológica como sua percepção como tal introduz uma mistificação invisível. Digamos que a tolerância designa um problema real. É claro, sempre me perguntam: “Como você pode concordar com a intolerância com os estrangeiros, estar de acordo com o antifeminismo ou ao lado da homofobia?”. Aí reside a armadilha.
Evidentemente, não estou de acordo. Ao que me oponho é à nossa percepção automática do racismo como mero problema de tolerância. Por que tantos problemas atualmente são percebidos como problemas de intolerância, em vez de serem entendidos como problemas de iniquidade, exploração e injustiça? Por que o remédio tem de ser a tolerância em vez de a emancipação, a luta política, ou ainda a luta política armada? A resposta imediata está na operação básica do multiculturalismo liberal: “a culturização da política”. As diferenças políticas, diferenças condicionadas pela iniquidade política ou a exploração econômica, se naturalizam como simples diferenças “culturais”. A causa desta culturização é o retrocesso, o
fracasso das soluções políticas diretas, tais como o estado social. A tolerância é seu ersatz ou sucedâneo pós-político. A ideologia é, neste preciso sentido, uma noção que, enquanto designa um problema real, dilui uma fronteira de separação crucial.




E quanto à ecologia?


É precisamente no terreno da ecologia que podemos delinear a demarcação entre a política da emancipação e a política do medo na sua forma mais pura. De longe, a versão predominante da ecologia é a da ecologia do medo – medo da catástrofe, humana ou natural, que pode perturbar profundamente ou mesmo destruir a civilização humana. Essa ecologia do medo tem todas as oportunidades de se converter na forma ideológica predominante do capitalismo global, um novo ópio das massas que sucede o da religião. Assume a função fundamental da religião, aquela de impor uma autoridade inquestionável que estabelece todo limite. Apesar de os ecologistas exigirem permanentemente que mudemos radicalmente nossa
forma de vida, é precisamente isso que subjaz a essa exigência no seu oposto, isto é, uma profunda desconfiança em relação à mudança, em relação ao desenvolvimento, em relação ao progresso: cada transformação radical pode conter a consequência inestimada de detonar uma catástrofe. É exatamente essa desconfiança que converte a ecologia em um candidato ideal para tomar o lugar de uma ideologia hegemônica, pois faz eco da
desconfiança em relação aos grandes atos coletivos.



Afinal, de qual natureza estamos falando?


A “natureza” como condição de domínio, de reprodução balanceada, de implantação orgânica dentro da qual intervém a humanidade com a sua desmedida, destruindo brutalmente sua moção circular, não é outra coisa que a fantasia do ser humano; a natureza já é de fato uma “segunda natureza”, seu equilíbrio é sempre secundário, trata-se de uma tentativa de negociar um “hábito” que restauraria alguma ordem depois das intervenções catastróficas. A lição que devemos colher é a de que, se não podemos estar seguros de qual será o resultado final das intervenções humanas na biosfera, uma coisa é certa: se a humanidade detivesse abruptamente sua imensa atividade industrial e deixasse que a natureza tomasse seu curso equilibrado, o resultado seria uma ruptura total, uma catástrofe inimaginável. A “natureza” na Terra está tão adaptada às intervenções humanas, a “contaminação” humana está a tal ponto incluída no frágil e instável equilíbrio da reprodução “natural”, que a interrupção intempestiva da ação humana causaria um desequilíbrio catastrófico. É isso precisamente que demonstra que a humanidade não tem como retroceder: não só não há um “grande Outro” (uma ordem simbólica autocontida que seja a última garantia do significado), assim como também não existe uma natureza que contenha uma ordem equilibrada ou de autoprodução e cujo equilíbrio tenha sido perturbado e descarrilado pela intervenção humana desbalanceada. Não só o grande Outro tem sido “gradeado”, a natureza também.



Existe o mito fundamental segundo o qual o liberalismo é o lar da democracia. É a democracia uma produção do liberalismo?


Não, todas as características que hoje identificamos com a democracia liberal e com a liberdade (sindicatos, sufrágio universal, educação universal e gratuita, liberdade de imprensa etc.) foram obtidas pelas classes mais baixas em uma longa e difícil luta no transcurso do século XIX. Tais lutas estavam longe de ser uma consequencia “natural” das relações capitalistas. Lembra a lista de demandas que conclui o Manifesto Comunista: a maioria delas – à exceção da abolição da propriedade privada dos meios de produção, precisamente como resultado das lutas populares – hoje é
amplamente aceita nas democracias “burguesas”. Outro aspecto que se ignora constantemente: hoje, a igualdade entre brancos e negros se celebra como parte do “sonho americano”, se percebe como um axioma ético-político. Sem dúvida, nos anos 1920 e 1930 do século passado, os comunistas dos Estados Unidos foram a única força política que argumentou a favor da igualdade absoluta entre as etnias. Aqueles que defendem a existência de um vínculo natural entre o liberalismo e a democracia estão equivocados.



Pode a política ser sublime em uma era pós-ideológica?


A tendência geral é para o ridículo. A figura do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, é aqui fundamental, visto que hoje a Itália é efetivamente um tipo de laboratório experimental do nosso futuro. Se o cenário político é dividido entre um tecnocratismo permissivo-liberal e um fundamentalismo populista, Berlusconi tem o grande mérito de ser ambos ao mesmo tempo. É sem dúvida esta combinação que faz dele imbatível, pelo menos em um futuro próximo: a histórica “esquerda” italiana agora resignadamente o aceita como destino. Essa aceitação silenciosa de Berlusconi como destino é talvez o aspecto mais triste de seu reinado. Seus atos são cada vez mais inescrupulosos: ele não só ignora ou politicamente
neutraliza juridicamente as investigações sobre suas atividades criminosas para impulsionar seus interesses comerciais privados, como também busca minar sistematicamente a base da dignidade do chefe de Estado. A dignidade clássica da política é baseada na sua elevação acima do jogo de interesses específicos na sociedade civil: a política é "alienada" da sociedade civil, apresenta-se como a esfera ideal do cidadão, em contraste com o conflito de interesses que caracteriza a burguesia como egotista. Berlusconi efetivamente acaba com essa alienação: hoje na Itália, a base burguesa impiedosa e abertamente explora o poder estatal como um meio para a defesa dos seus interesses econômicos. E lava a roupa suja de seus conflitos maritais privados à maneira de um reality show vulgar, diante de milhões de espectadores sentados nos seus sofás. A aposta de Berlusconi nas suas indecentes vulgaridades está, naturalmente, em que as pessoas vão se identificar com ele, na medida em que ele aprova a mítica imagem ampliada da mídia italiana: “Eu sou um de vocês, um pouco corrupto, com problemas com a lei, tenho problemas com a minha mulher, porque outras
mulheres me atraem...” Mesmo sua grandiosa promulgação como um grande e nobre político, il cavalliere, é mais como uma ópera ridícula do pobre homem com sonho de grandeza. E, no entanto, essa aparência de "um homem normal como todos nós” não deve nos iludir: por baixo da máscara desajeitada há um poder estatal que funciona com eficiência impiedosa.


http://slavoj-zizek.blogspot.com/2010/01/ecologia-e-o-opio-do-povo-entrevista.html

domingo, 30 de dezembro de 2012

Triplice massacre do Paraguay

A história da América Latina, e de toda HispanoAmérica, é uma única fileira de mortes.


Massacres dos Povos Originários nos diversos países.


A seguir mais mortes para se ver livres do jugo da Espanha.


E mortes para se ver livres dos mais diversos ditadores, sendo estes da oligarquia agrária de cada país, ou um militar qualquer a seu serviço.


As oligarquias criollas sempre tiveram o sonho de progresso e civilização, "compravam" tal idéia dos países centrais: Inglaterra exportava produtos manufaturados; França exportava ideologia e cultura. E as colonias sempre colonias. Vivendo como colonias, e pensando como colonias.


O único país com progresso real foi o Paraguay, sob o comando forte e diretriz correta de Solano Lopez.
Uma industria nascente.
Ferrovias.
Um padrão cultural autóctone.


Inglaterra não gostou!


Seus lacaios no continente sul americano precisavam dar conta desse ousado país. Brasil, Argentina e Uruguay fizeram o trabalho sujo de destruir o Paraguay. Foi o maior massacre perpetrado contra um povo em nosso continente. Débitos temos para com o povo paraguaio. Profundos débitos.


Ajudá-lo a soerguer-ser é nossa missão: da Argentina; do Uruguay; do Brasil.


Reindustrializá-lo.

Parcerias de cooperação tecnocientíficas.

E tudo o mais capaz de trazer o pais ao patamar minimo presente nos demais paises de nosso continente.

Algo igual ou superior ao dos seus algozes.


Justiça seja feita! Antes tarde do que nunca!


Vergonha! Que vergonha!



Paulo Cesar Fernandes

21  12  2012

Distintas ausências

Ausência.
É uma sensação sem fronteiras a transpor.
Soledad estradeira,
Sem direção certa,
Maltrata sem deixar marcas,
No corpo nada,
E a alma esfacelada.



Um silêncio grita.
Uma alma cativa no tempo,
Um frio de verão,
A queimar como fogo.



Ausência.
Corporal e da alma,
Inconstante e jamais se aplaca,
Jamais permite a calma,
Sonhada harmonia.



Ausência do outro.
Uma dor.
Ausência de si.
Fim da Razão.



Tempestade, tormenta,
Pensamentos em profusão.
De sopetão nos assalta,
O vazio do ente,
Amado ente,
Corpóreo, incorpóreo.



Ente e ausente,
Pedaços de lembranças,
Pequenos talhos na carne,
Das mais sinceras emoções.
Ausência não acaba.
Segue.
Se perpetua.
Faz pousada no coração.



Ausências são perdas,
Todas imateriais,
Importantes.
Imortais talvez.



Elementos brancos,
De vazio existencial.
Elementos brandos,
Sem manchetes no jornal,
Somos todos ausência,
Sem nomes de destaque,
E nessa clandestinidade,
Invisíveis agentes,
Com palavras construimos,
Anteparos de valores.



Sólidas bases,
De um outro amanhã.
Nossa Nova Aurora,
Aurora partilhada,
Solidariedade y amor,
Sem rancor,
Ou malas lembranças,
Do que se fez ausente,
De morte ou apartamento.



Todo distante é ausente,
Distante de apartamento,
Dista no amor,
Sentimento.



Mas a ausência de morte.
É presença sangradeira.
Cada dia toma uma gota.
Sem drenar a energia.
Do amor, viajante no tempo.




Paulo Cesar Fernandes


23  12  2012

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Nordestinagem

É uma alegria quando o barco aporta em Juazeiro na Bahia, depois de alguns dias de viagem.

Alegria da terra firme, e alegria de ver Petrolina, do outro lado do rio.

Duas pérolas beira-rio tão bem cantadas por Alceu Valença:

«««

Petrolina Juazeiro

Na margem do São Francisco, nasceu a beleza
E a natureza ela conservou
Jesus abençoou com sua mão divina
Pra não morrer de saudade, vou voltar pra Petrolina



Do outro lado do rio tem uma cidade
Que em minha mocidade eu visitava todo dia
Atravessava a ponte ai que alegria
Chegava em Juazeiro, Juazeiro da Bahia



Hoje eu me lembro que nos tempos de criança
Esquisito era a carranca e o apito do trem
Mas achava lindo quando a ponte levantava
E o vapor passava num gostoso vai e vem



Petrolina , Juazeiro, Juazeiro, Petrolina
Todas duas eu acho uma coisa linda
Eu gosto de Juazeiro e adoro Petrolina



«««

Sei lá por que motivo, primeira vez que ouvi essa música desanquei de emoção.


Emoção forte, a ver com ter conhecido ambas as cidades, mas
emoção mesmo da beleza da poética de Alceu.


Soube ele fazer emergir sua juventude, juventude de muitos e muitos brasileiros, que vivem pé numa, pé noutra dessas cidades.

Irmãs siamesas.

Amantes sem pudor, desavergonhadamente se despem uma para a outra, na maior sensibilidade e carinho.


Mas ocorre vez em quando me vejo assim, meio paulista e meio nordestino, e falo e escrevo diferente, algo simples, mas complexo, a complexidade toda da diversidade nordestina; uma diversidade capaz de ser um todo coerente no coração de seu povo.

E essa tamanha riqueza cultural...


Mesmo o não nascido por lá, se for verdadeiro brasileiro, tem a necessidade de sentir e ver e ouvir a música a fala, a musicalidade dessa mesma fala, bela e identificadora de algo, de sua raiz, de um outro modo de viver e de sentir. Um sentir forte, é a nordestinidade perto e dentro de si.


Sentir o Rio São Francisco, a correr dentro das próprias vias; e perder os olhos em lembranças a esse rio vinculadas; lembranças marcantes de uma época da infância, e outras tantas marcantes para toda uma vida. Não há brasileiro, navegante dessas águas, não tenha delas fortes marcas.


A beleza do Rio São Francisco se apossa do coração do homem brasileiro. Passa a ser parte integrante desse coração.

Tão belo é o sol nascente como o sol poente. O mesmo encanto em dois momentos distintos.


Nordestinamente, nos vem no vento, o som das feiras das pequenas cidades, onde se apregoam mercadorias e versos.

Poetas de cordel fazem seus livretos, ganham seu pão da poesia.
Todo fato é mote. Nada lhes foge aos olhos. O mundo se lhes apresenta por meio de versos.


Embrenho meu pensamento sertão adentro. Rasgando matas. Gibão e cavalo de boa coragem, dois companheiros fiéis, de vida e viração. Sem um cavalo de fibra, nada vale a coragem do sertanejo.


Homem e cavalo são uma unidade indivisível, por entre galhadas e espinhos, confiam um no outro como amantes fossem, não há traição possível; há por toda uma vida um cuidar de ambas as partes, pois o bom vaqueiro bem atende as percepções de sua montaria.


Pouco ve o homem em comparação ao seu animal. Dos perigos e dos caminhos mais sabe o animal.


Curote d'água sempre a postos, aos dois serve na mesma medida.


Nas paragens dos sertões, vaqueiro e montaria são as duas partes de uma mesma vida.


Com propriedade disse um dia Euclides da Cunha:

_ "O sertanejo é antes de tudo um forte."


Paulo Cesar Fernandes - Portal Fernandes

28  12  2012

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Apenas um sorriso sincero

Do Rio Grande do Sul me vem uma estória/história interessante. Sobre o autor do "Pequeno Principe". Trata apenas de um sorriso sincero. Se é real não sei, é bonita:


Bom, existe uma história mais tocante ainda que aconteceu de fato com o criador  do Pequeno Príncipe, o escritor francês Antoine de St. Exupéry.

Poucas pessoas sabem que ele lutou na Guerra Civil Espanhola, quando foi capturado pelo inimigo e levado ao cárcere para ser executado no dia seguinte.

Nervoso, ele procurou em sua bolsa um cigarro, e achou um, mas suas mãos estavam tremendo tanto que ele não podia nem mesmo levá-lo à boca. Procurou fósforos, mas
não tinha, porque os soldados haviam tirado todos os fósforos de sua bolsa. Ele olhou então para o carcereiro e disse:

"Por favor, usted tiene fosforo?"

O carcereiro olhou para ele e chegou perto para acender seu cigarro. Naquela fração de
segundo, seus olhos se encontraram, e St. Exupéry sorriu.

Depois ele disse que não sabia por que sorriu, mas pode ser que quando se chega perto de outro ser humano seja difícil não sorrir. Naquele instante, uma chama pulou no espaço entre o coração dos dois homens e gerou um sorriso no rosto do carcereiro também. Ele acendeu o cigarro de St. Exupéry e ficou perto, olhando diretamente em seus olhos, e continuou sorrindo. St. Exupéry também continuou sorrindo para ele, vendo-o agora como pessoa, e não como carcereiro.

Parece que o carcereiro também começou a olhar St. Exupéry como pessoa, porque lhe perguntou: "Você tem filhos?".

"Sim", St. Exupéry respondeu, e tirou da bolsa fotos de seus filhos. O  carcereiro mostrou fotos de seus filhos também, e contou todos os seus planos e esperanças para o futuro deles.


Os  olhos de St.  Exupéry se encheram de lágrimas quando disse que não tinha mais planos, porque ele jamais os veria de novo.


Os olhos do carcereiro se encheram de lágrimas também. E de repente, sem nenhuma palavra, ele abriu a cela e guiou St. Exupéry para fora do cárcere, através das sinuosas ruas, para fora da cidade, e o libertou. Sem nenhuma palavra, o carcereiro deu meia-volta  e retornou por onde veio.


St. Exupéry disse:
"Minha vida foi salva por um sorriso  do  coração".


O que foi aquela  "chama" que pulou entre o coração desses dois homens? Isso tem sido tema de intensa pesquisa atualmente, na medida em que os cientistas estão se dando conta de que o coração não é meramente uma bomba mecânica, mas um sofisticado
sistema para receber e processar informações. De fato, o coração envia mais mensagens ao cérebro que o cérebro envia ao coração!


Como disse o  filósofo francês Blaise Pascal:
"O coração tem razões que a própria razão desconhece".

Estados emocionais negativos, como raiva ou frustração, geram ondas eletromagnéticas totalmente caóticas do coração, como se estivéssemos pisando no acelerador e no breque simultaneamente. Esse estado de batimentos desordenados é chamado de "incoerência cardíaca" e  está ligado a doença cardíaca, envelhecimento precoce, câncer e morte prematura.


Em estados de amor ou gratidão, nosso batimento cardíaco torna-se "coerente". Isso diminui a secreção dos hormônios do estresse, reduz a depressão, hipertensão e insônia, melhora o sistema imune e aumenta a clareza mental. Essa é uma das razões pelas quais tem sido provado que as emoções positivas estão associadas à boa saúde física e mental - e à longevidade.

Essa irradiação  coerente do coração - essa "chama" de genuína afeição - pode afetar  pessoas a uma distância de até 5 metros !

Logo, na próxima vez em que você estiver numa situação difícil, respire profundamente,  lembre-se de St. Exupéry e do Pequeno Príncipe e irradie a energia de seu coração. Como o Pequeno Príncipe nos lembrou,  "somente com o coração podemos ver com clareza" .


Amiga Ira.
Obrigado.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Renovar a teoria

Diziam que o mundo ia acabar acho que em 21 de dezembro.
Não acabou!


Mas acaba a cada dia para as aves. Estas se recolhem aos ninhos e cuidam de si e de seus filhotes.
Em sua forma de vida ProtoEspiritual, tem uma condução familiar inegavelmente bela. Poderíam os humanos tomer-lhes o exemplo e em muito sairiam ganhando.


Algo mais belo que a família? Não creio.
Quais os motivos capazes de levar as pessoas, de forma geral, não terem interesse em discutir esse tema?
Queiramos ou não, somos família.


Inicialmente família consanguínea.
Avançamos.
Passamos a amar as pessoas de nossa comunidade religiosa.
Avançamos mais.
Passamos a amar e buscar cuidar das pessoas de nosss rua, nosso bairro. Sim. Por vezes um idoso requer nosso olhar, nosso cuidado, nossa preocupação. Vejo isso em minha rua.
Assim vamos, de avanço em avanço, até chegarmos ao ponto de amar a Família Humana. 


Não que venhamos a ter o mesmo cuidado, e as mesmas preocupações, dedicadas à família consanguínea; mas o sentir nossos companheiros dos cinco continentes como "nossos", isto já é um considerável avanço.


Não nos deslocamos à África, mas doamos algo aos "Médicos sem Fronteiras"; ao pessoal do "Playing for Change", que através da música, executada por participantes dos mais diversos países, consegue manter escolas, e núcleos de apoio, em locais esquecidos das autoridades mundiais.


Avançar!


Renovar predisposições interiores para o caminho de um outro mundo. Pois outro mundo é possível, e não virá das mãos dos poderosos. Somos nós, por debaixo de todos os governos da Terra, a dar esse passo fundamental para a Nova Aurora.

Chamemos isso de "Era de Aquarius" como na década de 60 era costume. Nova Aurora. Importa menos a denominação. Nossa nova postura individual, poderá se refletir numa postura coletiva de maior alcance. Seremos, mesmo com as limitações ainda em nós presentes, os portadores de uma nova civilização.


É contraditório Lutar pela Paz? Mas não será diferente.


Pipocam iniciativas pela Paz ao redor de todo o mundo.

Segundo o pensador mexicano Enrique Dussel, todos esses movimentos, trazem a necessidade de um novo paradigma teórico para pensar o mundo. Numa reação em cadeia, os demais paradigmas, todos eles serão necessáriamente alterados.


O mundo não se sustenta mais tal qual está.


As centenas de novas organizações, presentes no Fórum Social de Porto Alegre são a marca registrada da necessidade de pensar o mundo desde a perspectiva dos de baixo da sociedade. Nascem novas linhas demarcatórias das estruturas sociais. E essas linhas exigem a construção de novos patamares, e paradigmas teóricos.


Inclusive rompendo com o imperialismo cultural europeu: o EuroCentrismo nascido em nossos tempos de colônia.


Precisamos estabelecer teorias sociais não apenas capazes de abarcar a realidade dos países periféricos, mas teorias nascidas a partir da ótica dessas mesmas populações. O que é muito diferente.


Não mais uma voz européia sobre América Latina. Mas uma teoria sociológica latinoamericana, nascida das práticas diárias dos movimentos sociais latinoamericanos. Tomemos um exemplo brasileiro, o MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra). Partindo das experiências acumuladas desses trabalhadores ir elaborando uma teoria sociológica capaz de articular suas preocupações e interesses.


Na Bolívia e no Chile, o mesmo se daria a partir das experiências das organizações mineiras de cada um desses países.


As organizações campesinas de toda nossa HispanoAmérica também se veriam contempladas, bem como entidades do Sudeste Asiático, da África, cobrindo todo o mundo.


É o momento de renovação de toda a teoria sociológica. A Globalização teve esse positivo aspecto, segundo meu pensamento: fez eclodir diversos núcleos pensantes no mundo, pensantes de suas realidades locais; tirando a primazia dos pensadores europeus da Modernidade. Pensadores até respeitáveis como Marx, Hegel, Kant, mas defensores do colonialismo, vendo a Europa como a única fonte da Civilização; em todos os outros povos a representação da Barbárie.


Revertemos a ótica.


Vamos, pouco a pouco, fazendo nascer novos marcos teóricos, condizentes com a nossa realidade, e aderentes às perspectivas dos inúmeros movimentos sociais espalhados pelo globo terrestre.


Talvez, ainda não seja o fim do EuroCentrismo, mas seguramente é um divisor de águas; entre o passado colonial, e o presente da Libertação:
Ética da Libertação; Economia da Libertação; Sociologia da Libertação; Teologia da Libertação; etc.



Paulo Cesar Fernandes

24  12  2012

sábado, 22 de dezembro de 2012

Navidad en Libertad - Nova Aurora




Pela primeira vez que escutei esta música, era época de Natal, descia a Serra do Mar de São Paulo onde trabalhava.
No meio da serra me atacou uma crise de tristeza, de dor profunda, tão profunda que fui obrigado a parar o carro para me acalmar, para em seguida dar prosseguimento à volta para casa.
Foi um dos momentos mais fortes de minha vida, quando a dor me paralizou.
Toda uma cena se abriu em minha mente como a ver cada verso num filme.
Ainda hoje esta música me emociona.
Inicialmente temos as palavras de Carlos, seu autor e abaixo sua inspirada letra.
 
«««
 

Navidad En Libertad – Carlos Mejía Godoy

Fonte:

http://abel63.wordpress.com/2008/12/20/navidad-en-libertad-carlos-mejia-godoy/

 La Navidad tiene muchos significados, dependiendo de donde vivimos y la situación económica que tengamos la vamos a percibir de una manera muy diferente. En Guatemala durante muchos años vivimos una situación nada agradable para cualquier país, la guerra interna que durante más de 30 años azotó Guatemala y que ya ha terminado dejó al país en la misma situación que estaba cuando empezó, los ricos se hicieron más ricos y los pobres nos hicimos más pobres.

En realidad, cuando uno es niño no se da cuenta de esas cosas, pero poquito a poco cuando se va tomando conciencia de la realidad soñamos con cambiar la situación, tristemente hay fuerzas muy poderosas que no permiten que los cambios se den en Guatemala.

 

La música siempre ha servido para poder expresar pensamientos que de otra manera no podríamos exponer, esta canción de mediados de los años 70 fue para mí una de ellas. La canción hace mención a situaciones que ahora son parte de la historia pero siguen siendo una realidad, solamente se necesita cambiar un poco los nombres para darnos cuenta que es algo muy actual.

««««

Navidad en Libertad
(clique acima para ver o vídeo) 

Carlos Mejía Godoy

 
Cuando desempaques tus regalos,
niño de lujosa vecindad,
piensa en tantos niños que no saben
para qué es la Navidad;

Piensa en el chavalo limpiabotas
Que su Noche Buena pasará
en una banqueta dura y fría
del atrio de catedral.

Feliz navidad, feliz Navidad,
en justicia y libertad.
Feliz Navidad, feliz Navidad,
un mundo mejor,
sin miseria ni opresión.

Esa metralleta de juguete
que te trajo este año Santa Claus,
es el aguinaldo cariñoso
que te manda el tio Sam.

Hoy necesitamos más escuelas,
más cultura, más educación;
son más importantes cien maestros
que un blindado batallón.

Feliz navidad, feliz Navidad,
en justicia y libertad.
Feliz Navidad, feliz Navidad,
un mundo mejor,
sin miseria ni opresión.

Tiene que venir pronto ese día
cuando no sea la Navidad
sólo el privilegio de los ricos
sino de la humanidad.

Que venga Venancio, Pedro y Mincho
la Maruca, Lencho y Pantaleón
Vamos a cantar el villancico
de nuestra liberación.

Feliz navidad, feliz Navidad,
en justicia y libertad,
Feliz Navidad, feliz Navidad,
un mundo mejor,
sin miseria y opresión.
 
 
Paulo Cesar Fernandes
 
22  12  2012
 
Nota:
 
Um futuro melhor é possível e virá. Queiram ou não os que sempre atrapalham o mundo. Estes morrerão, pela lei natural das coisas. Novas formas de pensar estarão de plantão nesse Novo Tempo. Um Novo Tempo que já começamos a construir, contra tudo e contra todos. Destruindo a falsidade e lutando em favor do Bem em todos os corações. Ódios e rancores serão passado. Pois o futuro brota do rês do chão. E chega com novos ventos, arejadas reflexões.
 
Sou um nada nesse mar de gente boa, a promover com suas mãos e corações, essa outra maneira de pensar a vida e de sentir seus semelhantes.
 
 
Os Homens da Guerra se destruirão mutuamente.
Deles teremos as cinzas e registros históricos.
 
Herdaremos um Mundo de Paz, onde a flor mais perfumada será a Solidariedade entre os povos. Uma Solidariedade composta de pequenas gotas de amor. Em diversas localidades essas gotas já trazem lágrimas de gratidão. São as marcas de uma nova aurora. Gente renovada e feliz.
 
 
Assim eu vejo, nesta 00:01h do dia
23  12  2012.
 
E Assim Será ! ! !

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Cuiabá Te estraño

Mato Grosso Terra das Águas   teu Coxipó e teu povo simples.


Falta sinto dessa gente tão distinta da nossa e tão igual da mesma forma.


Teu horizonte sem fim inda marca meus olhos o amarelo de teu por de sol não me deixa a lembrança.


Cuiabá e seu Portinho. Peixe fresco e cangibrina. Barraca de raizada do vizinho amizade e coração.


Manga e caju a rodo  Maracujá, mamão hortaliças no quintal.


A Laika ProtoEspirito de 40 dias sua chegada  cadela fina, sabichona e delicada.


Cuiabá pantaneira  tão brasileira e tão hispanoamericana.


Hino de amor à natureza!


Hino de amor à vida!


Aun eres muy querida!


Paulo Cesar Fernandes

19  12  2012

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O tempo nos aconselha

O tempo nos aconselha


Meu amigo tempo
Se em mim algo fenece
De imediato
Substitutivo ele fornece



Não me é algoz
Como a todos faz
Esse aliado acrescenta
Pouco retira



É feroz com os querentes
Entes sempre a querer
Mais e mais da vida
Das coisas pretendidas
Erram nos anseios
Seres pobres de si



Enquanto passa
Por ser amigo sincero
Me fortalece
Me enriquce
Me faz feliz.



Traz a mim sentimentos
Renovados pensamentos
Uma nova natureza.



Me disse um dia
Prá deixar de fantasia
E focar sério o meu eixo
Fora de mim o nada
Atrás, poeira da estrada
À frente um universo.




Sorrindo lhe disse: Como?
Bondoso respondeu: Viva.



Paulo Cesar Fernandes

18  12  2012

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Gravidez adolescente

Sou um ser dizente,
Um ser a dizer coisas e...
Não disser o pensado,
Faço talho no meu Ser.
Pois Ser é pensar.
Pensar e dizer sem medo.



O medroso,
Se ponha sob cobertas,
e morra!
Inútil é seu viver.



Digo o visto,
O sentido,
A dor do olho do outro,
A fome graçando no mundo,
Capaz de ser debelada, mas...
Esquecida, escamoteada.



Que vale a vida dum pobre?
Sem glamour, sem nome,
Sem eira nem beira,
Acaba na sarjeta,
Se chega a nascer
Vida sem valor, sem calor,
Sem clamor em sua defesa.



Pai desconhecido.
A própria mãe não o sabe.
Tanta transa numa noite.
Algum deles é o pai.
Não é puta, nem se acha.
Dá por puro prazer, e mesmo de cara limpa.
O corpo pede, e pede muito.



Aborto não, não pensa nisso.
Mais um? Cabe no barraco.
Vai adiante crescendo bucho.



Ela viu video,
Na Lan House do bairro,
Fetos abortados,
Tres ou quatro ao meio da rua.
Num pais de CentroAmérica.



Sentiu ódio nem pena.
Mas terror em ser mais uma
Não seria Ana Rosa,
Mas um item estatístico.



"Creasce o número de abortos
Na cidade de São Paulo,
Bairros de periferia
Concentram mais casos."



Desliga o rádio dizendo: Não!
Está fora de questãio.
Filho meu vai ser nascido.
Criado, vivido e amado.



Ve a barriga no espelho.
Sorri de alegria triste.
Atenta seus olhos no espelho:
"No amor fui feita, de amor serei.




Paulo Cesar Fernandes

17  12  2012


Nota:

Num documentário no YouTube vi quatro fetos jogados na rua de um país centroamericano.
Foi um corte na razão, me deixando apenas emoção.
Longas, longas horas.
Nem da crítica a capacidade.
Justo nos povos que mais amo, depois do brasileiro.
Eu era só dor.
Uma dor de mortandade.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Stones 50 anos

50?
Boys. Oh! Boys.
Time runs so fast!



Vinho. Taça da mais pura quintessência.


Envelhecido nos mais perfeitos tonéis de Blues e Rock n Rool, mantém a pureza e a energia dos iniciais tempos de formação.

Ron; Keith; Mick and Charlie.   50 anos de palcos e emoções. Quebras de paradigmas. Trangressões e avanços. Sarcasmo sempre em alta.



"Simpathy for the Devil" vosso filme é forte, corajoso. Unusual e surpreendente. Para ir a seu cerne só com um estudo sociológico.


Ocasião houve em que a imprensa os dizia velhos.


Martin Scorcese, genio musical do cinema, tal qual Win Wenders, deu a deixa e fizeram "Shine a Light".

Um desbunde! Como diziamos antes. Guela abaixo, letra por letra a imbecilidade dos críticos.


Mick na sua melhor forma, assim como no show dos 50 anos. Energia e boa forma. Desliza pelo palco, dando sempre a impressão da vida ser uma grande e prazeirosa brincadeira. "Shine a Light" é um poema de energia e de vitalidade.


No show dos 50 anos, uma vez mais derrubaram prateleiras. Puseram no palco seus amigos atuais.

No telão, ao fundo, junto de suas imagens, por
vezes apareciam seus ídolos do Rock n Roll e do Blues em suas performances.  Uma justa homenagem ao passado. Um passado que nunca morre.



Vinho! Vinho bem curtido, num nada desprezível repertório. Eclodiu com "As tears go by"; "I can get no satisfaction"; "Get out of my cloud" uma de
minhas preferidas. Todo um material a ser degustado nas mais finas taças de cristal da Bohemia.


A Taça e o conteúdo emanando prazer.


Parabéns! 50 anos  é para poucos.


"Se suportam" declarou Ron em uma entrevista. Mas muito além disso vão os quatro. São a mais perfeita complementaridade.


O Blues como presença sempre forte, faz as raízes do grupo não perderem a mesma capacidade de absorção dos nutrientes de seu tempo.

Sempre atuais, são essas pedras, rolando em cada momento de nossa existência terrestre.


Todos estão aí!
Em vários sentidos estão aí: pois vivos todos; pois se importam conosco, seu público; pelo rigor de busca fora do grupo, de novos elementos rítmicos
e novas vivências a se incorporarem a um som em constante renovação, mesmo nas antigas canções.


Estão aí! Ao nosso alcançe.


Com as guitarras de Ron e Keith em profusão alegre, brincando no palco cênico. Charlie com sua bateria marca o ritmo e a história de todos esses anos. Vasta  obra! Intensos momentos!


Meu primeiro disco se perpetuou no tempo como a mais vigorosa banda, e a mais longeva. Onde, vaidades individuais deram lugar ao sorriso
sempre sarcástico aos iniciais acordes de um novo sucesso.


50 anos é pouco, sempre há nos ouvidos, e nas glândulas gustativas musicais a espera de algo mais. Pois...


Uma surpresa sempre nos espreita quando se trata de Rolling Stones.


Não! Nunca parem!

Tem muito a vir dessa gente com o som sempre a correr pelas veias.


Hoje, como sempre we may call them: The Rolling Stones.


Thanks for all guys! Congratulations! But we ask for more, and more!


Paulo Cesar Fernandes

16  12  2012






Letargia

Somos reféns de um processo.
Somatória de circunstâncias feias ou não, a nos fazer propostas de mudanças.

Gostemos ou não, novas situações se fazem necessárias, retirando-nos da letargia e propondo-nos o movimento.
Com inteligência ele será ascencional. Sem ela desforme e infrutífero.

Que me dizes da busca do Bem?
Do Perdão?
Do afeto, ou mesmo da paixão mais sem freios?



Tudo isso nos mobiliza as energias. Movimenta o lodaçal da mesmiçe.
Nada mais triste, stacatto (inerte) que pensar igual por anos a fio. Por meses a fio. Por semanas a fio.

Isso é o fim!


É Letargia espiritual! É morte intelectual!


Pule fora!
Para sair disso?

Só na busca. Oportunidades são sem número. Basta definir objetivo e cair na trilha de seu encalço.


As diferenças se apresentarão na razão direta do nosso empenho. Pois assim é a inércia.


Se parado estou, parado fico. Em movimento, movimento.
Movimento Retilíneo Uniforme (MRU), ou Movimento Uniformemente Acelerado (MUA)?
Questão de escolha.

Com acréscimo da vontade teremos o progresso, a evolução e "nada será como antes amanhã" bem disse Milton Nascimento em seu cantar.


Nosso amanhã é reflexo de nosso hoje, bem como nosso hoje o é de nosso ontem.

Há um encadeamento do tempo e de nossas ações.


Invisíveis fios tecem as malhas da nossa existência, sejamos corpóreos ou incorpóreos.  Há
sempre uma malha, interagindo e interpenetrando com as milhares malhas das pessoas ao nosso redor. Seres gregários por excelência vamos
ampliando nossa capacidade de ação e de interconexão com os mais diversos seres.


Assim se apresenta a vida de nosso tempo.
É antiletárgica e mobilizadora.

Se voce ficar parado (a), sonhando com as candongas (encanto, paixão, pessoa querida), o trem da vida passará por cima de ti sutilmente, sem deixar marcas; e a História seguirá seu rumo sem a tua presença.


Quem não sabe de seu tempo, não visa o seu tempo, não pensa no seu tempo vive em letargia, sendo um pária da História.


Leia! Observe! Procure saber! Pense muito!


Nós estamos na História, tão fortemente como a História está em nós.

Somos reféns ou atores dos processos históricos?


Apesar de meu tamanho, luto para ser agente do processo histórico, tendo por única arma a palavra.


Com ou sem as minha palavras, um novo mundo, inda que tardio, nascerá: um mundo transbordante de Justiça.


Paulo Cesar Fernandes


16  12  2012

Relações


" Tudo é questão de manter
   A mente quieta
   A espinha ereta
   E o coração tranquilo."


Valter Franco dá a fórmula.
Algo fácil para os despojados.
Impossível aos presidiários do "Tenho que".



Nada nos prejudica a saúde como as obrigações desagradáveis a serem executadas.

Sejam estas impostas pelas circunstâncias, sejam pela própria pessoa.


Liberte-se do seu "SuperEgo". Isso, aquele todo tempo a te cobrar coisas a fazer. Qual o mais severo juiz, ou pior, capataz. Afinal não somos escravos e não nos devemos deixar escravizar por nada e por ninguém.


Lembre: sua única tarefa na vida é aprender a ser feliz.

Bonito isso. Mas não fui eu quem disse, mas Aristóteles, muitos e muitos anos atrás num país de tradições filosóficas: Grécia.


Importa mesmo é a tua felicidade, o teu bem estar real. A beleza interior, e o saber-se amado(a). Evidentemente ser amado é a consequencia natural do fato de amar.


Amar provoca outro viver.

Obriga o homem a sair de si. Do ensimesmamento. Aquele esquema de concha, sempre fechado em si.

Cuidar do ser amado é uma atividade especial. É um entregar-se incondicional e não mercantil. Sem qualquer busca de retorno, de troca ou troco.


Nada disso. A felicidade do amante é o amor habitando seu coração. Ser ou não ser correspondido é um detalhe apenas, a ser trabalhado em seu devido tempo.


Quem somos nós?
Seres feitos para o amor, ou comerciantes dos sentimentos?
Esqueça o retorno e ame com equilíbrio e doação. Nada mais natural.


Quando um casal entra na fase PDR (Precisamos Discutir a Relação), a relação já se foi faz tempo, e nenhuma das partes o percebeu. Por muito tempo o olhar do outro não mais importava. Não dizia coisas a serem percebidas. Sequer era foco de atenção.


Em tempos normais o olhar do outro é um foco constante de preocupação e interesse. A busca de saber o pensamento atrás do olhar. Pois o outro, e seu bem estar, tem muito a ver comigo e com meu bem estar.


Cuidar. Isto só se dá onde o amor se faz presente.


Fazer coisas não é cuidar. É dar contas à consciência. Cuidar é fazer um nada. É sentar-se ao lado e transpirar solidariedade. Isto é forte num casal. Mas pode se ampliar ao mundo.


Afinal, pensando bem, isso é o amor.

Tem a base no núcleo familial. Aprendemos. E vamos amadurecendo.

E quando maduros amamos a toda a Humanidade.


Paulo Cesar Fernandes

11  12  2012

sábado, 15 de dezembro de 2012

Apenas alfabetizado.

Não. Escritor não.
Tão somente um escrevedor.
Um que escreve. Eu repito. Tão somente!



Escritores são esses com livros em livrarias. Concorridas noites de autógrafos, baba ovos nos Meios de Comunicação de Massas. Alguns até com jabás, mas isso não tem a menor importância.


A mim nada disso ocorre.
Quem me compraria um livro?
Quem se ocupa da sociedade hoje?
Da sociologia?
E da Ética então?



Nada disso é interessante.
Não escrevo tragédias, comédias, e muito menos as futilidades da vida das celebridades.

Escritores de verdade carregam nas tintas de seu estilo.
Sua forma.
Sua estética.

Ai de mim!
Sou descolorido, desformado, desestetizado.



O horror da estética formal.
Eu deformo a lógica.

A lógica da burguesia.
Da burguesia do grande capital.


Que editora vai querer uma coisa dessas?
Um Fernandes qualquer, num mundo cheio de Fernandes tantos; tão bons e melhores
ainda. Escritores de verdade.

O Millor, o Hélio, são ambos Fernandes.
Um Paulo Cesar caiçara a estes não se compara.


Ademais sem ascendência intelectual.
Honrosamente filho de padeiro; carvoeiro; caminhoneiro; operário como tantos neste imenso país.


Sem pistolão de qualquer ordem, uma verdadeira benção da vida.

Pode a alguém interessar?
Não creio!



Mas um homem bem pensante, e fala do pensado sem medo e com vigor. Crítico dos Meios de Comunicação pois sabe a quem servem. A formação de jornalista lhe tirou a venda dos olhos. Ve os jornais por dentro, com seus jogos de interesses e dos cargos no mercado de venda de convicções.


Tá muito caro!
Eu não me vendo!
Eu denuncio!
Não sou canalha...
Não afago ladrões e os combato insistentemente...



Que posso esperar da vida?
Ilusões?

Nada disso! A vida de sucesso é para os indignos.

A mim resta o ostracismo de um velho escrevedor.
Quem bem sabe disso é o Professor Yves de La Taille.
Ele bem analisa nosso tempo.
Ele cita Bauman quase sempre.
O Bauman de minhas leituras tantas.



Mas quem aos 13 anos iniciou no affair da escrita, e todos esses anos seguiu escrevendo até bater às portas dos 61 anos mantendo acesa a chama da produção, não deve se achar de tal forma mediocre. Algum valor aí deve andar.


Muito lixo já teve seu devido rumo.
Algo mais ainda o terá.

Complacência. Lembranças. Vinculos emocionais ainda
interferem, mas tudo passará por reanálise, reavaliação e redestino.


Uma luta feroz entre Razão e Emoção.
Resta pouco da Caixa de Laranjas plena de versos e textos soltos. Contextos diversos.



A Urbe sempre tão envolvente.
É São Paulo a metrópole incandescente, um verso puro, ela em si.
Minha pequena e gloriosa Santos, tão presente sempre.
Cuiabá, minha terra das águas.


Cabelos molhados e corpos de mulher.
Momentos suspensos na noite, ativa e nua.
Uma pausa e um novo confronto, nova Luta Corporal, qual diria Gullar.



Textos. Textos nascidos de textos. Filhos diletos de letras musicais.


Mas quem editaria?
Sou um PC Nada.
Um Fernandes qualquer sem pai Florestan.
Tão digno de homenagens.



Um simples homem do povo.
Um escrevedor do povo.
Voltado para seu povo, e povos hermanos.


Nesse mundo de homens e mulheres maltrapilhos e maltratados.
Espalhados pelos 5 continentes.
A morrer de fome, de sede, de angústia, de desprazer e de inabalável Exclusão.

O mundo não é deles, lhes roubam um pedacinho mais a cada dia, a cada novo corpo que fenece.


Escrevedor maldito!
Talvez bem escrito, mas odiado; ético, porisso alijado.



Sou o NÃO sincero! Nesse mar de falsidade.


Paulo Cesar Fernandes


15  12  2012

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Aparelhos de barba

Um teste de produto.


Tive problemas com o aparelho de barba de 3 lâminas de uma empresa.
Liguei para o SAC dessa empresa, e foram corretos demais comigo.
Recebi novo aparelho em casa, via correio.



Resolvi cotejar duas empresas em aparelhos de duas lâminas.

Anotando a data de cada barba perfeita.


Empresa A

22/10/2012
26/10/2012
30/10/2012

Empresa B
02/11/2012
05/11/2012
08/11/2012
11/11/2012
14/11/2012
17/11/2012

Empresa B
21/11/2012
25/11/2012
29/11/2012
01/12/2012
04/12/2012
07/12/2012


O fato de estar aposentado me permite essa brincadeira.

Que acaba me posicionando quanto ao melhor produto para meu Lar.

Esta é uma sugestão para cada uma dos consumidores. Não apenas para aparelhos de barba, mas para cada produto usado em nossos lares.

Por vezes adotamos um produto como o melhor, por sua fama, sua propaganda na TV, e por mil outros motivos.

Será que é o melhor?

Ponha no papel e verifique.

Surpresas como a minha lhe serão oferecidas.


Paulo Cesar Fernandes

12  12  2012

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Vencendo a morte

Tenho muito, e nada tenho.
Idéias não trazem recursos.
Do saber, e dos sabores,
Me alimento a cada dia.



Nem mentira, nem verdade,
Frouxidão ou tirania.
Carrego no coração,
Tempero de água fria.



Descida da montanha,
Não provoca distonia,
Entre saude do corpo,
E alma em harmonia.



Dos heróis vistos na vida,
Guardo a eles no peito,
São muitos, são garantia,
De mundo melhor, mais perfeito.



Tempo passa sem desânimo.
Do mesmo sonho presente.
Ter no nosso povo.
O valor do Brasil prá gente.



Santos nomes, santos homens,
Ateus em maioria,
Deixando atrás um rastro,
Heroísmo e valentia.



Um simples Carlos no nome,
Ou Lamarca ou Marighella,
Não se mostra na TV,
Nem se fala na favela.



A história é burguesa e mente,
Conta trechos nunca o todo,
Tanto faz por esconder,
Aguça o faro do povo.



Esse povo busca e lembra,
Fatos, relatos e morte,
Toda sorte de injustiças,
Covardia de grande porte.



Se tive perdida a vida,
Me seguiram as idéias,
Me alegram, me alimentam,
Mesmo depois da morte.



Sigo meu rumo sereno,
Num recanto de grande porte,
E tenho por companheiros,
Espíritos de toda sorte.



Não há queda e nem tristeza,
Se crescente e rica é a vida,
Pensamos, sonhamos, propomos,
Partilhamos o que temos.



Se aceito ou rejeitado,
Isso não causa tristeza,
Natural, pois cada qual,
Tem em si um arsenal.



Mas na batalha, na luta,
Estamos todos conformes,
Faremos mudanças profundas,
Pois já vencemos a morte!



Portal Fernandes


10  12  2012


Nota: Distonia » ausência de tonalidades sonoras. A água a descer da serra ou da montanha tem um som sempre parecido. Não apresenta variações tonais, como na música ocorre.
Evidentemente é palavra criada, pura licença poética.
O correto aqui seria: mono » um - tonia » tom.