sábado, 30 de junho de 2012

Servidão moderna

Servidão moderna
Jean-Francois Brient

“É o mal destes tempos, os loucos guiam os cegos.”
William Shakespeare

A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais. Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que os admite se demonstrarem estar suficientemente amansados. Eles mesmos elegem os amos a quem servirão. Para que esta tragédia absurda possa ter ocorrido, foi necessário despojar essa classe da consciência de sua exploração e de sua alienação. Eis a estranha modernidade de nossa época. Como os escravos da antiguidade, os servos da Idade Média e os operários do início da Revolução Industrial, podemos dizer que estamos hoje diante de uma classe totalmente escravizada, mas que não o sabe, ou melhor, não quer saber. Eles ignoram a rebelião que deveria ser a única reação legítima dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que lhes foi planejada. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraca.


Jean-Francois Brient, nasceu nos subúrbios de Paris em 1975, filho de um pai pilantra e uma mãe cabeleireira apaixonada pela cultura clássica. Professor de literatura, de história e de Latim, ensinou primeiro em Paris e a partir de 2002 na América Latina. Iniciou escrevendo canções, roteiros de filmes e livros em 1990. É conhecido por seus companheiros por sua tendência ao álcool e aos excessos. É a favor da abolição das fronteiras, das religiões, do Estado, da família e do trabalho alienado. Considera-se um revolucionário.

Eu e ela, a musica

Eu e elamusica
Me vejo de novo no Gonzaga, rodando devagar pelas ruas da memória, sem a impaciência dos demais, que vem e vão a algum lugar.
No meu caso não vou a lugar nenhum. Passeio internamente, e garimpo emoções ouvindo Crosby Still Nash and Young, trilha sonora de todo um tempo de mudanças de percepções. Fora e dentro de mim.
Ouço a memória me chamar prá mais longe e paro na Rua Manoel Vitorino 62. A casa continua lá. Seus 3 andares, sua fachada ligeiramente modificada, mas lá está. Um casario de lembranças. O relógio da sala onde aprendi a ver as horas. A mais remota lembrança da minha relação afetiva com a música: as canções de Luis Gonzaga nos dias de encerar a casa, canções que se misturavam ao cheiro de cera e ao cheiro da comida em preparo na cozinha.
A música do reclame do café de então. Toda vez que tocava, me via correndo para junto do radio da sala, um magnetismo não explicável nos meus tenros 2 ou 3 anos. Menos que cinco é certo, pois aos 5 cheguei à Pasteur. Capítulo à parte na construção de uma vida onde muitas notas musicais se desprenderam dos muros ainda baixos, ou das beiras de calçada onde sentávamos sem outra preocupação que cantar juntos, Zé, Cabeto, eu e mais...
Na última quadra, sentado no meio-fio os primeiros versos:
                O Che é homem de fibra.
                O Che é homem de bem
                O Che ...
                O Che não teme ninguém.
A formação ideológica autônoma. Sem influência nenhuma. A Turma da Pasteur não era dessas coisas. Eu sou dessas coisas. Sou de esquerda, de sinistra, left, anticapitalista. Sou eu. Moderado nunca.  Tal qual Dario Fo. A Turma da Pasteur não. Cada um tem seu jeitinho. Seu caminho. Seu projeto.
Acho que eu não tenho projeto. Ou talvez este seja meu projeto. Exatamente Isto.  Falar e dizer coisas a quem quiser ouvir. Sempre há ouvido sábio colhendo palavras do vento. Eu, apenas falo, simplesmente.
Falo duro, seco e direto. Mas sempre, sempre falo do coração.
Ouvidos há que me odeiam as palavras. Por sorte e por certo são ouvidos distantes, afetivamente distantes.
As letras começaram a cair tal qual as folhas das árvores, nos retornos a casa pela Rua Paraguai, pela Tolentino Filgueiras,...
Um texto aqui, um poema ali, um chão de tênis aos meus pés.
Assim cresceram os cabelos. Ao mesmo tempo. Todos os cabelos do mundo cresceram juntos. Idéias curtas?  Não, não Kennedy, não mesmo. Cresceram idéias às quais nem sonhava tua geração de riquinhos ianques. Tua soberba. No seio do teu país, como um câncer, uma ferida purulenta, bem dentro do American Way of Life. Humm como foi bom o Rock and Roll de verdade, a contracultura, os Hippies, Hendrix, Joplin, Morrisson ... Por vezes falar ou escrever corta nossa carne, pois somos mortais. E muita gente nossa foi embora sem deixar endereço de contato.
Como na Pasteur, a vida nos levou embora e não nos permitiu o novo endereço.
A Rita da Manoel Vitorino é uma palavra apenas, marcada a fogo naquilo chamado memória.
As ruas andam, seguem, mudam, mas a memória não. Retrato fiel, imorredouro, que o tempo não apagará.
Com este texto chego em casa. Nova casa, nova rua, novo tempo. Mas a memória segue perene, guardando o que tem prá guardar.
Paulo Cesar
28/10/2007

Prá Camila

Prá Camila.
Me pedes um texto menina?
Pois aí vai:
Um texto, um túnel, um tronco abatido, uma lágrima verde, um continente amazônico devastado.
A saga da soja, do milho, dos magnatas do curto prazo.
Qual criança de tenra idade,  nasce uma planta sem saber até onde vai.
Que moto-serra deterá o seu caminho?
Sabes tu? Sei eu?
O futuro é incerto, neste mar de individualismo sem fronteiras.
Elas, as fronteiras agrícolas se alastram mais e mais...
Até o limite de nossa palavra:

BASTA ! ! !

Paulo Cesar
20/05/2008

terça-feira, 26 de junho de 2012

A Era da Ética - Leonardo Boff

A Era da Ética

Leonardo Boff

As imagens de torturas a prisioneiros iraquianos, aliás cotidianas, segundo o NY Times de 31 de maio, nas prisões norte-americanas, são reveladoras do descalabro ético a que chegamos. Elas tem a ver com a crise de nosso paradigma civilizatório. Com efeito, a era que está terminando se fundou na vontade de conquista e dominação dos outros e da natureza, quase sempre com o recurso da violência direta. O capital, a acumulação privada de bens materiais, o consumismo, a competição, a exaltação do indivíduo e a espoliação dos recursos naturais caracterizam esta era. Junto a valores irrenunciáveis, não se pode desconhecer um legado perverso: uma humanidade barbarizada e dividida entre incluídos e excluídos, uma Casa Comum depredada e uma máquina de morte montada, capaz de destruir o projeto planetário humano e de afetar profundamente o sistema da vida. Tudo indica que ela já realizou suas virtualidades históricas. Sem capacidade de persuasão, precisa usar a violência para se manter, o que agrava sua situação. Se quisermos garantir nossa presença no processo evolucionário precisamos de outro arranjo civilizatório que nos crie condições de futuro e de sustentabilidade.

Em outras palavras, precisamos de uma revolução no sentido clássico da palavra, vale dizer, do estabelecimento de uma nova utopia, de um novo rumo com outras estrelas-guias que orientam a caminhada, desta vez, da humanidade como um todo. Embora com pretensões universalistas, todas as revoluções anteriores foram regionais. Agora importa que ela seja global porque globais são os problemas que exigem um equacionamento global. E ela é urgente, porque o tempo do relógio corre contra nós. Ou a faremos dentro de um tempo limitado (a ONU estabelece até o ano 2030, Joanesburgo até 2050) ou será tarde demais. O sistema-Terra-Humanidade perderá sustentabilidade. O impensável pode virar provável.

Sobre que base se fará esta revolução? Cristovam Buarque, nosso político-pensador, nos acenou para a pista verdadeira. Referindo-se à segunda abolição, a da pobreza, escreveu: precisamos de "uma coalizão de forças que se fará por razões éticas, muito mais do que por razões políticas".

Pensando na situação mundial eqüivale dizer: precisamos urgentemente de uma ética planetária para garantir nosso futuro comum. Como se fará isso? Não será em poucas linhas que desenharemos seu perfil, coisa que tentamos em nosso ensaio, fruto de muitos intercâmbios, Ethos Mundial, um consenso mínimo entre os humanos (Sextante 2004).

Mas precisamos antes de tudo uma utopia: manter a humanidade re-unida na mesma Casa Comum contra aqueles que querem bifurcá-la fazendo dos diferentes desiguais e dos desiguais dessemelhantes. Em seguida, precisamos potenciar o nicho onde irrompe a ética: a inteligência emocional, o afeto profundo (pathos) onde emergem os valores. Sem sentir o outro em sua dignidade, como semelhante e como próximo, jamais surgirá uma ética humanitária. Depois importa viver, no dia a dia, para além das diferenças culturais, três princípios compreensíveis por todos: o cuidado que protege a vida e a Terra, a cooperação que faz com que dois mais dois sejam cinco e a responsabilidade que zela pelas conseqüências de todas as nossas práticas para que sejam benfazejas. E por fim, alimentar uma aura espiritual que dará sentido ao todo. A nova era ou será da ética ou não será.

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Cristovam Buarque também serve de referencial para Leonardo Boff. Suas intervenções no senado são dignas de parar para ver, sempre uma nova idéia, sempre uma lógica, sempre uma ética que até onde sei se soma a seus atos.

Parabéns Senador, Ministro, mas sobretudo professor de todos nós.

Paulo Cesar Fernandes
Santos - SP

segunda-feira, 18 de junho de 2012

CUBA AMOR ESTRATÉGICO - Jeanette Godoy



  • CUBA AMOR ESTRATÉGICO (Domingo 17-06-2012)

    A Cuba la amamos con amor estratégico, de esos que posan la mirada a lo profundo del horizonte, en cada paso siente el gozo de construir caminos que avizoran el final del arco iris, busca gigantes a quienes derrotar, dulcineas que liberar, siente bajo los talones el costillar de rocinante.
    Cuba entró en un período de cambios, no compete a nosotros juzgar...
    los. Nos impone la historia apoyarla en sus vicisitudes, en su odisea de atravesar con la frente en alto el bloqueo, el asedio del monstruo del norte y el desplome del campo socialista, manteniendo la dignidad y la gloria de ser Revolucionaria. Su épica solitaria impone el respeto de los pueblos del mundo.
    Cuba trasciende el comportamiento de sus hijos, se hizo historia, su bandera inmortal representa al pueblo que supo mantener la esperanza de la especie humana. Ese pueblo dio ejemplo de lo que es capaz una sociedad impulsada por profundos sentimientos de amor. Demostró que el hombre es más que un animal: sus sentimientos, su imaginación, remontan cualquier consideración material. Allá se demostró que no somos unas máquinas de consumir y producir, que el hombre, capaz de poesía, de llorar con la belleza del amanecer, con el ballet de Alicia Alonso, capaz de transformar la Sierra Maestra en altar del decoro, esa clase de humano merece vivir porque es la obra más hermosa de la evolución de la vida.
    Cuba demostró que el Socialismo es incomparablemente más eficaz que el capitalismo, que todo el oropel del sistema de explotación no vale una sola de las realizaciones de que es capaz un pueblo cuando se relaciona con amor.
    La relación amorosa, como sustituto del egoísmo, abre mundos desconocidos por el humano de las sociedades consumistas: la disolución del peligro que emana del “hombre lobo del hombre” proporciona seguridad, paz, vivir en fraternidad, sin las acechanzas del delito, uno importándose por todos y todos preocupados por la suerte de cada uno, eleva la sociedad a cumbres de sosiego que es terreno propicio para las mejores creaciones.
    Cuba ha dado regalo de vida a la humanidad, le entregó la esperanza en el futuro, ha demostrado que el hombre puede vivir en amor, que el sueño de Cristo, del Quijote, de Bolívar, de todos los majaderos de la historia, es posible, que vale la pena vivir, que hay razones sagradas por las cuales luchar.
    Los combatientes de la Sierra Maestra, devenidos en pueblo, idealistas impulsados por una idea justa, merecen la solidaridad y el amor de los hombres honestos del planeta, de los revolucionarios del mundo. Estamos obligados a unir nuestros hombros al esfuerzo de esos héroes.
    Nada justifica renunciar a estar al lado de la Revolución Cubana. No hay excusa para no apoyarla, dejarla sola es abandonar lo mejor de la humanidad, aplastar el futuro. Cuba vivirá siempre, y más allá de cualquier consideración, en el corazón de los pueblos irredentos.
    ¡Con Chávez y con Cuba Revolucionaria!
    Ver mais
    — com Ricardo De La Cruz e outras 13 pessoas.

Omar Cabezas e sua narrativa


Este foi o primeiro livro que li da trajetória heróica de um povo, o povo nicaraguense. Como todo bom narrador, nos deixa por momentos sem ar, buscando ler maisrapidamente para saber como se desatou aquela situação. Há edição em portugues que varia de R$15,00 a R$20,00 se for procurada na Estante Virtual (http://www.estantevirtual.com.br/), ponto de encontro de vários sebos do Brasil.

Vale a pena ampliar nossos horizontes culturais entrando em contato com realidades muito diferentes da nossa.




Aproveito o ensejo para homenagear cada um dos poetas e escritores elencados por Omar Cabezas em seu agradecimento.

Paulo Cesar Fernandes

18/06/2012

Günter Wallraff ? ? ?


Günter Wallraff

Se trata de un verdadero periodista heroico por sus acciones y su generosidad sin límites que le llevó a prescindir hasta de tener vida propia. Durante más de 25 años fue capaz de transformarse
—no de disfrazarse— de diferentes personalidades para introducirse en lugares y situaciones que de otro modo no hubiera sido posible. Vivía estas experiencias hasta el más profundo de los
fondos, por muy duras que fuesen y por largo tiempo, incluso años. Este
montaje de coches, se introdujo como paciente en un psiquiátrico, vivió como un mendigo, se hizo pasar por uno de esos seudo-periodistas, llamándose Hans Esser, de la tremenda prensa
sensacionalista alemana gobernada por Axel Springer. Durante cuatro meses de trabajo como pudo reunir material suficiente para revelar los trucos y mentiras, inventos y sucios métodos del
sensacionalista y reaccionario

En 1974 se encadenó a una verja en Atenas pidiendo libertades para el pueblo porque quería conocer cómo era la represión en la Grecia de la dictadura militar: fue detenido, torturado y condenado a 14 meses de cárcel de los que paso tres meses encerrado, siendo liberado poco antes de la caída del régimen.

En 1976 se hizo pasar por un alemán rico y pro-nazi y descubrió de ese modo la intentona golpista de derecha del general portugués Antonio Spínola.

Fue un empresario católico que sentía “escrúpulos de conciencia” y por eso fue a consultar sus dudas a once sacerdotes y obispos: ¿puedo vender napalm al ejército norteamericano en el Vietnam?, les preguntó. Todos, sacerdotes y obispos, le aconsejaron que podía vender su química abrasiva y letal.Fondo de Solidaridad con los extranjerospara la defensa de los grupos de marginados que le sirvieron como modelo de sus denuncias.

Günter Wallraff publicaba libros después con todas estas experiencias practicando así lo que él mismo asumió y defendió como un contra-periodismo formado por unos relatos cargados de
sobriedad y documentados exhaustivamente. Gran parte de sus ingresos millonarios por sus libros los empleó en crear fundaciones —como el

Otra parte de esas ganancias las tuvo que emplear para pagar los costes de sus innumerables procesos judiciales. Ha vivido oculto, amenazado y hasta con protección policial. Sus libros son
la constatación de una realidad que es necesario saber, conocer y reconocer para luchar por su transformación.

Recopilado por el digitalizador
GAFP
periodista indeseable, como él mismo se calificó en un recordado libro (1979), trabajó en una inhumana cadena deBild Zeitung, diario de más de 6 millones de ejemplares.

O que houve com o mundo?

Ruas de Maio

O maio de 68 na frança chamado por Olgária Matos de a "Segunda Revolução Francesa" teve por base a afirmação do indivíduo e suas capacidades/potencialidades tais como  a esppontaneidade consciente e criadora.
Acho feliz tal comparação pois, o "Cogito" de Descartes foi o primeiro momemto da História onde o homem e sua subjetividade foram colocados no centro do debate. Nasceu a ruptura do homem voltado para Deus apenas, fazendo-se/sabendo-se este homem capaz de criar coisas, de agir no sentido de gerir seu destino.
Em 68 esta subjetividade retorna num contexto mais amplo, mais forte, diferente.
Digamos que politicamente:
  • se diferenciou do capitalismo em seu modelo industrial-produtivista, que reproduz uma única maneira de pensar e de agir;
  • por outro lado, também se diferencia do marxismo-lininismo e seu autoritarismo. Uma concepção que, através de sua forte vertente ideológica, e do rigor de suas práticas, elimina a individualidade.
Se referindo a este aspecto autoritário dos partidos marxistas-leninistas nos diz Olgária: "A vanguarda interna do proletariado só existe enquanto parte do partido".
A rigor tais partidos não aceitam nada que de sua ideologia se diferencie. Há uma ortodoxia asfixiante.
Será possível pensar a vida, a nossa vida, apenas se nos diluirmos num partido?
Reflitamos algo.
E a vida. A vida na França continuava nas ruas através de um movimento que desde seu princípio recusou o sistema dos partidos, os grupos de pressão componentes de qualquer sociedade; recusavam o sistema e seus métodos como um todo,
Contestava os próprios contestadores daquele tempo. Rompe com as hierarquias dirigentes. Da massacrante disciplina seja do partido ou de qualquer outra origem.
Apenas quem já esteve  dentro de estruturas de um partido ideológico sabe das agruras e dos cortes à liberdade individual. Por sinal, uma característica presente em qualquer entidade/instituição de estrutura autoritária.
O Movimento, em sua liberdade, aniquilava as possibilidades de autoritarismo.
Não estava ali configurada uma luta pelo poder ou contra o poder, segundo a opinião de Olgária Matos, mas sim a afirmação dos direitos à subjetividade e à espontaneidade consciente.
Novo panorama para as ruas
As ruas plenas de gente, pensamentos diversoscompondo um todo coeso. Algo jamais ocorrido até aquele momento:
  • onze milhões de trabalhadores numa greve de duas semanas que quase trouxe a queda de Charles De Gaulle, presidente da França;
  • os sindicatos e o Partido Comunista Frances acabam aderindo a De Gaulle;
  • revolta contra a sociedade de consumo, embora bastante incipiente naquele momento histórico;
  • oposição à Sociedade Tecnológica e aos tecnocratas de uma forma geral;
  • criticas ao capitalismo Ocidental;
Alguns analisavam os fatos apenas como uma forma de colocar em cheque a velha sociedade e sua moralidade.
Greves em universidades e liceus se opunham à proposta de politica educacional do governo, o que trouxe alguns conflitos entre a policia e as administrações universitárias.
O que houve com o mundo?
Todos nós temos cara de panacas, como gostava de perguntar nosso Gonzaguinha?
Cada qual que se responda, segundo sua visão de mundo.
Minha missão é instigar apenas.

Paulo Cesar Fernandes
18/06/2012

Todo dia ela faz tudo sempre igual

Vida cotidiana

                                                                                                                 Todo dia ela faz tudo sempre igual
                                                                                          Me sacode às seis horas da manhã...
                                                                                                                           Chico Buarque
Ele. Exatamente ele, o cotidiano, é capaz de mastigar rapidamente qualquer possibilidade de  fuga à mediocridade. Todas as energias do homem são tragadas pelo excesso de atividades do universo diário. Pelo cotidiano somos escravizados à mediocridade, desatentos que somos a isso.
Segundo Agnes Heller[1]:
"A vida cotidiana é a vida do homem inteiro; ou seja, o  homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de sua individualidade, de sua personalidade. Nela, colocam-se "em funcionamento" todos os seus sentidos, todas as suas capacidades intelectuais, suas habilidades manipulativas, seus sentimentos, paixões , idéias, ideologias. O fato de que todas as suas capacidades se coloquem em funcionamento determina também, naturalmente, que nenhuma delas possa realizar-se nem de longe, em toda sua intensidade. O homem da cotidianidade é atuante e fruidor, ativo e receptivo, mas não tem nem tempo nem possibilidade de se absorver inteiramente em nenhum desses aspectos; por isso, não pode aguçá-los em toda sua intensidade."

Fica então o homem comum ali, com todas as coisas na mão, mas nada realiza fora do âmbito das atividades rotineiramente definidas. É feliz, tal a sua incapacidade de perceber de que universo esta vida do dia a dia o está afastando, ou mesmo interditando.
Parar e pensar. Se debruçar em sua existência vendo-a de uma maneira mais ampla e com possibilidades de realizações com as quais nem sonha.
A rotina diária acaba por se tornar num antolho, tal qual usado nos cavalos, e o homem comum, dentro de sua feliz habitualidade, vai vivendo sua vida: um futebolzinho no fim de semana, uma birita depois; um afago na mulher quando está sóbrio. E assim “toca” a semana, sem se tocar, sem se aperceber e sem aventar a si mesmo possibilidades maiores.
Não é só da política que se afasta, mas de si, de sua vida, de sua espiritualidade, deixando claro que essa espiritualidade nada tem a ver com religião, mas sim com as possibilidades do pensar, do repensar negando o pensamento anterior; refletir enfim; esse grande jogo que nós humanos  somos capazes de jogar no momento que nos aprouver.
Sei que é do trabalho que brota o sustento da casa. Mas mesmo dentro do emaranhado tempo dedicado ao aspecto profissional somos capazes de abstrair e extrair uma palavra, uma idéia, um conceito, algo de novo para enriquecer nosso universo cultural.
Não será massacrante a cotidianidade para sempre. Racionais que somos, seremos capazes de saltos de qualidade em nosso viver, fazendo com que este adquira o patamar existencial.
Somos seres existenciais. Existir está num patamar bastante superior ao simples viver. As plantas vivem; vivem os animais. O homem é o único que sabendo de si, reflete sobre sua existência, sobre seu destino, o passado, o futuro, a morte, tudo isso são preocupações inerentes ao reino hominal.
E mesmo sob momentos de trabalho intenso, somos capazes de saltar fora do círculo de fogo profissional, e, postados no alto de alguma colina reavaliar nosso viver convertendo-o num existir.
Neste momento nosso cotidiano não mais será mastigado, isto porque, nossa razão matou a rotina, nos abrindo outros horizontes, inclusive uma possível potencialidade criativa.
Paulo Cesar Fernandes
18/06/2012


[1] Heller, Agnes “O cotidiano e a História”, pag. 17

terça-feira, 12 de junho de 2012

A modernidade líquida - Sua característica

Este texto em azul não é meu, é de autoria de Zygmunt Bauman em seu livro "Modernidade líquida". O que me fascina no trabalho de Bauman é que este não estabelece juizo de valor acerca dos itens por ele tratados. Ele deteta fatos e os expoe a seus leitores. Deixa a análise desses fatos a cargo dos leitores. Cada qual tirará suas conclusões a partir de seus valores. Aprenderei esta lição!

Páginas 69 e 70:

O fordismo era a autoconsciência da sociedade moderna em sua fase "pesada", "volumosa”, ou "imóvel" e "enraizada", "só1ida”. Nesse estágio de sua história conjunta, capital, administração e trabalho estavam, para o bem e para o mal, condenados a ficar juntos por muito tempo, talvez para sempre - amarrados pela combinação de fábricas enormes, maquinaria pesada e força de trabalho maciça. Para sobreviver, e principalmente para agir de modo eficiente, tinham que "cavar", desenhar fronteiras e marcá-las com trincheiras e arame farpado, ao mesmo tempo em que faziam a fortaleza suficientemente grande para abrigar todo o necessário para resistir a um cerco prolongado, talvez sem perspectivas. O capitalismo pesado era obcecado por volume e tamanho, e, por isso, também por fronteiras, fazendo-as firmes e impenetráveis. O gênio de Henry Ford foi descobrir o modo de manter os defensores de sua fortaleza industrial dentro dos muros - para guardá-los da tentação de desertar ou mudar de lado. Como disse o economista da Sorbonne Daniel Cohen:

Henry Ford decidiu um dia "dobrar" os salários de seus trabalhadores. A razão (publicamente) declarada, a célebre frase "quero que meus trabalhadores sejam pagos suficientemente bem para comprar meus carros" foi, obviamente, uma brincadeira. As compras dos trabalhadores eram uma fração ínfima de suas vendas, mas os salários pesavam muito mais em seus custos ... A verdadeira razão para o aumento dos salários foi a formidável rotatividade de força de trabalho que a Ford enfrentava. Ele decidiu dar o aumento espetacular aos trabalhadores para fixá-los à linha ...

A corrente invisível que prendia os trabalhadores a seus lugares e impedia sua mobilidade era, nas palavras de Cohen, "o coração do fordismo". O rompimento dessa corrente foi também o divisor de águas decisivo na experiência de vida, e se associa à decadência e extinção aceleradas do modelo fordista. "Quem começa uma carreira na Microsoft", observa Cohen, "não sabe onde ela vai terminar. Começar na Ford ou na Renault implicava, ao contrário, a quase certeza de que a carreira seguiria seu curso no mesmo lugar”.


Nas páginas 76-78 temos:

Não faltam, obviamente, pessoas que afirmam "estar por dentro”, e muitas delas têm legiões de seguidores prontos a lhes fazer coro. Tais pessoas "por dentro”, mesmo aquelas cujo conhecimento não foi posto publicamente em dúvida, não são, no entanto, líderes-, elas são, no máximo, conselheiros - e uma diferença crucial entre líderes e conselheiros é que os primeiros devem ser seguidos e os segundos precisam ser contratados e podem ser demitidos. Os líderes demandam e esperam disciplina; os conselheiros podem, na melhor das hipóteses, contar com a boa vontade do outro de ouvir e prestar atenção. E devem primeiro conquistar essa vontade bajulando os possíveis ouvintes. Outra diferença crucial entre líderes e conselheiros é que os primeiros agem como intermediários entre o bem individual e o "bem de todos”; ou, (como diria C. Wright Mills) entre as preocupações privadas e as questões públicas. Os conselheiros, ao contrário, cuidam de nunca pisar fora da área fechada do privado. Doenças são individuais, assim como a terapia; as preocupações são privadas, assim como os meios de lutar para resolvê-las. Os conselhos que os conselheiros oferecem se referem à política-vida, não à Política com P maiúsculo; eles se referem ao que as pessoas aconselhadas podem fazer elas mesmas e para si próprias, cada uma para si - não ao que podem realizar em conjunto para cada uma delas, se unirem forças.

Em um dos maiores sucessos entre os popularíssimos livros de auto-ajuda (vendeu mais de cinco milhões de cópias desde sua publicação em 1987), Melody Beattie adverte/aconselha seus leitores: "A maneira mais garantida de enlouquecer é envolver-se com os assuntos de outras pessoas, e a maneira mais rápida de tornar-se são e feliz é cuidar dos próprios". O livro deve seu sucesso instantâneo ao titulo sugestivo (Codependent no More), que resume seu conteúdo: tentar resolver os problemas de outras pessoas nos torna dependentes, e a dependência oferece reféns ao destino - ou, mais precisamente, a coisas que não dominamos e a pessoas que não controlamos; portanto, cuidemos de nossos problemas, e apenas de nossos problemas, com a consciência limpa. Há pouco a ganhar fazendo o trabalho de outros, e isso desviaria nossa atenção do trabalho que ninguém pode fazer senão nós mesmos. Tal mensagem soa agradável – como uma confirmação, uma absolvição e uma luz verde necessária - a todos os que, sós, são forçados a seguir, a favor ou contra seu próprio juízo, e não sem dor na consciência, a exortação de Samuel Butler: "No fim, o prazer é melhor guia que o direito ou o dever."


HARDWARE – Modernidade pesada
Até onde pude apreender, antes o espaço tinha importância pois requisitava um tempo (Delta t) para ser percorrido, para que houvesse o deslocamento de um ponto a outro.
A administração de uma fábrica, por exemplo, requisitava pequeno batalhão de cargos intermediários para que esta cumprisse seus objetivos. E caso houvesse um erro/desvio no processo de produção, era necessário um tempo para a descoberta de tal erro.

SOFTWARE – Modernidade leve
O processo tecnológico eliminou a barreira do espaço. Posso administrar perfeitamente uma fábrica na Suíça, estando eu na matriz de Berlim, por exemplo; isto, desde que eu me valha dos adequados instrumentos  capazes de me trazer a informação da ocorrência do erro/desvio no exato instante em que este ocorra.


Ford expressava em voz alta os pensamentos que outros acalentavam, mas só se permitiam murmurar; ou, melhor, pensou o que outros na mesma situação sentiam, mas eram incapazes de expressar em palavras. O empréstimo do nome de Ford para o modelo universal das intenções e práticas típicas da modernidade sólida ou do capitalismo pesado é apropriado. O modelo de Henry Ford de uma ordem nova e racional criou o padrão para a tendência universal de seu tempo: e era um ideal que todos ou pelo menos a maioria dos outros empresários lutavam, com graus variados de sucesso, para alcançar. O ideal era o de atar capital e trabalho numa união que - como um casamento divino - nenhum poder humano poderia, ou tentaria, desatar.

A modernidade sólida era, de fato, também o tempo do capitalismo pesado – do engajamento entre capital e trabalho fortificado pela mutualidade de sua dependência. Os trabalhadores dependiam do emprego para sua sobrevivência; o capital dependia de empregá-los para sua reprodução e crescimento. Seu lugar de encontro tinha endereço fixo; nenhum dos dois poderia mudar-se com facilidade para outra parte - os muros da grande fábrica abrigavam e mantinham os parceiros numa prisão compartilhada. Capital e trabalhadores estavam unidos, pode-se dizer, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até que a morte os separasse. A fábrica era seu habitat comum - simultaneamente o campo de batalha para a guerra de trincheiras e lar natural para esperanças e sonhos.

PRECARIEDADE

A precariedade é a marca da condição preliminar de todo o resto: a sobrevivência, e particularmente o tipo mais comum de sobrevivência, a que é reivindicada em termos de trabalho e emprego. Essa sobrevivência já se tornou excessivamente frágil, mas se torna mais e mais frágil e menos confiável a cada ano que passa. Muitas pessoas, quando ouvem as opiniões contraditórias dos especialistas, mas em geral apenas olhando em volta e pensando sobre o destino de seus entes próximos e queridos, suspeitam com boas razões que, por mais admiráveis que sejam as caras e as promessas que os políticos fazem, o desemprego nos países prósperos tornou-se "estrutural": para cada nova vaga há alguns empregos que desapareceram, e simplesmente não há empregos suficientes para todos. E o progresso tecnológico - de fato, o próprio esforço de racionalização - tende a anunciar cada vez menos, e não mais, empregos.

Quão frágeis e incertas se tornaram as vidas daqueles já dispensáveis como resultado de sua dispensabilidade não é muito difícil de imaginar. A questão é, porém, que - pelo menos psicologicamente - todos os outros também são afetados, ainda que por enquanto apenas obliquamente. No mundo do desemprego estrutural ninguém pode se sentir verdadeiramente seguro. Empregos seguros em empresas seguras parecem parte da nostalgia dos avós; nem há muitas habilidades e experiências que, uma vez adquiridas, garantam que o emprego será oferecido e, uma vez oferecido, será durável. Ninguém pode razoavelmente supor que está garantido contra a nova rodada de "redução de tamanho”, "agilização" e "racionalização”, contra mudanças erráticas da demanda do mercado e pressões caprichosas mas irresistíveis de "competitividade”, "produtividade" e "eficácia”. "Flexibilidade" é a palavra do dia. Ela anuncia empregos sem segurança, compromissos ou direitos, que oferecem apenas contratos a prazo fixo ou renováveis, demissão sem aviso prévio e nenhum direito à compensação. Ninguém pode, portanto, sentir-se insubstituível - nem os já demitidos nem os que ambicionam o emprego de demitir os outros. Mesmo a posição mais privilegiada pode acabar sendo apenas temporária e "até disposição em contrário".

 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Egoísmo da atualidade

Este texto em azul não é meu, é de autoria de Zygmunt Bauman em seu livro "Modernidade líquida", e consta da página 45 do mesmo. Registrando o fichamento do mesmo me dei conta como o trecho esclarece a angústia presente na população de uma forma geral, sendo reforçada pelos programas jornalísticos policiais, modalidade crescente no último ano. O que nos remete à possibilidade de grande audiÊncia de tais programas.

Uma coisa é noticiar um fato. Outra coisa é trabalhar o sensacionalismo para noticiar o mesmo fato. Sejamos pessoas atentas e inteligentes diante do que consumimos.

Lembrar que Alexis Tocqueville foi um utilitarista e que tinha uma visão pragmática do contexto social. Pendendo sempre para o egoísmo, ou individualismo exacerbado.




"E assim há também outro obstáculo: como de Tocqueville há muito suspeitava, libertar as pessoas pode torná-las indiferentes. O indivíduo é o pior inimigo do cidadão, sugeriu ele. O "cidadão" é uma pessoa que tende a buscar seu próprio bem-estar através do bem-estar da cidade - enquanto o indivíduo tende a ser morno, cético ou prudente em relação à "causa comum”, ao "bem comum”, à "boa sociedade" ou à "sociedade justa”. Qual é o sentido de "interesses comuns" senão permitir que cada indivíduo satisfaça seus próprios interesses? O que quer que os indivíduos façam quando se unem, e por mais benefícios que seu trabalho conjunto possa trazer, eles o perceberão como limitação à sua liberdade de buscar o que quer que lhes pareça adequado separadamente, e não ajudarão. As únicas duas coisas úteis que se espera e se
deseja do "poder público" são que ele observe os "direitos humanos”, isto é, que permita que cada um siga seu próprio caminho, e que permita que todos o façam "em paz" - protegendo a segurança de seus corpos e posses, trancando criminosos reais ou potenciais nas prisões e mantendo as ruas livres de assaltantes, pervertidos, pedintes e todo tipo de estranhos constrangedores e maus."

Paulo Cesar Fernandes

11/06/2012

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Judicialização da sociedade

Quando o Legislativo é incompetente/lento no trato das questões candentes da sociedade, como é o caso brasileiro, acaba se deslocando ao Judiciário a atribuição de solucionar/definir os regramentos desses temas que requerem urgência.
Exemplo marcante nesse aspecto foi a questão do aborto de fetos anencefálicos. Câmara e Senado anos a fio rolando e enrolando o que acabou deslocando a questão para o Supremo Tribunal Federal (STF) o que foi um ganho para a nação brasileira na medida em que seus membros são muito mais gabaritados intelectualmente e cuja sensibilidade social está totalmente desvinculada aos interesses politico partidários, em geral mesquinhos.

Isto promove a judicialização da sociedade?
Sim. E isto é positivo, na medida em que todo um povo passa a acreditar nas instituições. Até porque não é capaz de saber e perceber a questão da divisão de poderes e a atribuição de cada um deles.
O aparecimento da TV Justiça, da TV Câmara e TV Senado foi um advento positivo para o cidadão minimamente interessado para que possa aquilatar cada uma das instituições e cada um de seus componentes.
Quando tinha possibilidade de falar a gerupos afirmava que a partir da década de 80 o Brasil havia dado saltos civilizatórios, capaves de serem facilmente percebidos. à medida em que a Educação for sendo tida como uma necessidade real para o progresso do pais, e melhor posicionamento no contexto internacional, instituições como a Câmara e Senado terão menor possibilidade de manter em seus quadros elementos de tão baixo padrão ético e cultural.
Falo isso com conhecimento de causa pois acompanho as TVs governamentais dado o padrão lamentável da TV comercial do país.
A TV Justiça por seu linguajar superior, e pela temática que aborda é TOP de linha diante de qualquer emissora das Organizações Time-Life Globo.

Paulo Cesar Fernandes
07/06/2012

terça-feira, 5 de junho de 2012

Os dois somos apenas um

Dois entes num só viver
 
Chove em Santos.
Mas Santos não se rende, altiva segue com sua beleza.
Do ônibus, ao olhar a areia da praia a vemos toda picotada pelos pingos da chuva.
E o cheiro. Não é um cheiro qualquer, tem aroma de limpeza.
Ar limpo, cidade limpa, pensamentos limpos, corações batendo forte diante de tanta beleza.
Útero benevolente, acolhe aos viventes que a ela acorrem, se dando por inteira.
Não se faz de rogada, e espalha sua beleza por todos os recantos. Mesmo a região central/comercial, que em todas as cidades são feias, em ti Santos, tem lá um encanto que não cabe explicação, como diria Paulinho da Viola.
Diante de tanta bondade e beleza, só posso me orgulhar de ser filho teu.
Nascido no Gonzaga, Canal 3 com Tolentino Filgueiras: Hospital e Maternidade Anglo-Amaricano. Já lá se vão 60 anos quase e minhas raízes seguem cravadas no Gonzaga, na Praça da Independência mais precisamente. Onde sentados nos degraus da estátua, jóvens nos punhamos a conversar das coisas da vida, do Rock and Roll, da Ditadura Militar, dos professores de cada um...
Mesmo na Ditadura Militar Santos era bela porque resistente.
E o tempo passava célere entre um café e um sorvete, um rolê rápido e de volta ao grupo. Ao ponto focal: os degraus da estátua.
E o tempo passou célere sobre meus cabelos, deixando neles as marcas cinzentas trazidas pelas diversas vivências.
Quanto a ti Santos, não perdi o calor do espanto de viver a cada dia em ti, recebendo os ventos, os sonhos e a liberdade plena.
Menina.
Estás em mim como eu estou em ti.
Os dois somos apenas um.
Paulo Cesar -   30/11/2011

Brient

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Patas arriba

Do livro “Patas arriba.   La escuela del mundo al revés”
 
Cuando un delincuente mata por alguna deuda impaga, la ejecución se llama ajuste de cuentas; y se llama plan de ajuste la ejecución de un país endeudado, cuando la tecnocracia internacional decide liquidarlo. El malevaje financiero secuestra países y los cocina si no pagan el rescate: si se compara, cualquier hampón resulta más inofensivo que Drácula bajo el sol. La economía mundial es la más eficiente expresión del crimen organizado. Los organismos internacionales que controlan la moneda, el comercio y el crédito practican el terrorismo contra los países pobres, y contra los pobres de todos los países, con una
frialdad profesional y una impunidad que humillan al mejor de los tirabombas (terrorista).
El arte de engañar al prójimo, que los estafadores(meliantes) practican cazando incautos por las calles, llega a lo sublime cuando algunos políticos de éxito ejercitan su talento. En los suburbios del mundo, los jefes de estado venden los saldos y retazos de sus países, a precio de liquidación por fin de temporada, como en los suburbios de las ciudades los delincuentes venden, a precio vil, el botín(fruto) de sus asaltos.
Los pistoleros que se alquilan(alugam) para matar realizan, en plan minorista, la misma tarea que cumplen, en gran escala, los generales condecorados por crímenes que se elevan a la categoría de glorias militares. Los asaltantes, al acecho en las esquinas, pegan zarpazos que son la versión artesanal de los golpes de fortuna asestados por los grandes especuladores que desvalijan multitudes por computadora. Los violadores que más ferozmente violan la naturaleza y los derechos humanos, jamás van presos. Ellos tienen las llaves de las cárceles. En el mundo tal cual es, mundo al revés, los países que custodian la paz universal son los que más armas fabrican y los que más armas venden a los demás países; los bancos más prestigiosos son los que más narcodólares lavan y los que más dinero robado guardan; las industrias más exitosas son las que más envenenan el planeta; y la salvación del medio ambiente es el más brillante negocio de las empresas
que lo aniquilan. Son dignos de impunidad y felicitación quienes matan la mayor cantidad de gente en el menor tiempo, quienes ganan la mayor cantidad de dinero con el menor trabajo y quienes exterminan la mayor cantidad de naturaleza al menor costo.

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Quero compartir um fragmento de texto deste ilustre  representante da intelectualidade LatinoAmericana: Eduardo Galeano.
Tenho pensado e postado algo sobre a necessidade de DESEUROPEIZAÇÃO entre todos nós latino e centroamericanos.
Sou  o primeiro a estar incluso nesse processo. Meu vinculo com a intelectualidade da Europa é por demais forte.
Conversando com gente de toda essa adorável América Hispanica me dei conta de quanto ignorava da história dos países que nos cercam.
Os massacres todos que se fizeram nas populações indígenas, ou, melhor dizendo, populações originárias dos países. Tudo isso foi uma vergonha.
As burguesias dos diversos paises sempre desclassificaram nossas potencialidades, inculcando em nós a idéia que a Europa significava progresso.
O Paraguai já tinha industrias, ferrovias e um certo progresso estabelecido, quando Brasil, Uruguay e Argentina, paises lacaios dos ingleses, arrasaram o Paraguay, tornando-o o que é hoje.
Temos grandes débitos financeiros e humanitários com esse país e com esse povo irmão.
Em função das diversas vergonhas nacionais é que a História da América Latina não é ensinada em nossas escolas.
Tal ensino ia passar pelos crimes dos nossos antepassados. Nosso passado vil.
Tudo pode ainda ser mudado e recomposto. É uma questão de Senso de Justiça.
Quem sabe consigamos algum dia a Unidade dos Povos LatinoAmericanos.
Como queria Violeta Parra em sua sensibilidade continental.
 
Forte abraço a todos.
Paulo Cesar

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Pequena Ode a Belém do Pará

Santa Maria de Belem do Grão Pará é a cidade mais aprazível que conheci deste imenso Brasil.

Há uma aura de beleza e simplicidade que toca fundo os coração.

Uma miscigenação de gastronomias, odores e tipos humanos capaz de desnortear o visitante.
Gostaria ainda nesta vida de voltar ao Museu Emilio Gueldi e percorrer as ruas com suas mangueiras trazendo sombra harmonica ao transeunte. Belas tardes de Belém do Pará.
Pela manhã o reboliço do Mercado de Ver-o-Peso magistral.
E na parte da tarde caminhar vendo a arquitetura e parando por vezes para um suco de frutas da terra.
Eu acho que vou. Não sei é se volto...

Salve Belém do Pará!!!

Paulo Cesar Fernandes
01/06/2012