terça-feira, 26 de abril de 2016

20160118 Encontro diferente (Conto

Encontro diferente (Conto


Vejo ao longe uma figura alta, magra, densamente séria, quase mal humorada. Me interpela:

Figura_ Podemos conversar? - sua voz era muito grave.

Totalmente assustado balbuciei algo, afirmativamente.

F_ Vamos sentar. Precisamos de tempo e calma.


Um banco vazio se apresentava a certa distância e com a mão lhe indiquei o banco. Caminhava algo na minha frente e percebi na manga da sua jaqueta ua guitarra. Do seu corpo pendia uma perfeita gota de sangue; enquanto das chavelhas uma gota cristalina. 

Como conseguiram bordar uma gota cristalina?

Algo a ser desvendado ocorria ali. Meu interesse cresce.  Após sentados e acomodados me diz:

F_ Me disseram ao me mandar aqui da minha visibilidade. Só deveria falar aos capazes de me ver. Aí sim contar minha história.Cuidasse a não perder meu tempo, o usar de forma útil.

PC_ Mas afinal. Qual é a tua? - perguntei meio irritado pelo mistério da coisa.

F_ Blues. Eu volto a ti neste novo momento teu. Quem sabe possamos algo juntos elaborar?

PC_ Outra vez a questão do Blues?

F_ Já não é a mesma questão. Hoje tu me ves. Tu és outro camarada.

PC_ Mas...

F_ Sim. O mesmo hold da banda de Blues com um projeto de escrever um livro nas mãos. E tu não o colocastes nas ruas.

PC_ Mas eu tenho outros projetos...

F_ Tem? Tem mas não leva a sério, e eu não estou para perder tempo. Faremos algo diferente. Nada de Academia, muito rigor científico. Não. Nada disso.

PC_ E como pode ser isso então?

F_ Eu virei com diversas fisionomias, retratando diversos momentos do Blues. A jaqueta será minha identificação, estará sempre presente.

PC_ Mas eu não me lembro de mais nada.

F_ O material todo está em ti, e contigo, e não foi pouca coisa por mim fornecida. Quer que te lembre? - numa fala seca, rude até.

PC_ Não é preciso, bem o sei. E agradeço.

F_ Pois assim sendo te prepara ao trabalho. Registra tudo.Mas volta ao que tens. Temos uma tarefa e um trato de longa data.

PC_ Mas não consegui editora. Bem que pelo menos cinco eu tentei. - disse angustiado.

F_ Mas agora temos outros meios. Nestes tempos que tu chamas de PósModernidade. Ou é "Era do Indivíduo" que preferes?

PC_ É isso mesmo. - respondi intrigado.

Como esse maluco sabia dessas coisas que eu andava estudando. Me espionava por certo.

F_ Pois bem indivíduo - com forte sarcasmo - prepara-te ao trabalho !

Quando ia contestar já vi a figura de costas, com seu tenis, jeans e a preta jaqueta. Gingava no andar, algo típico da raça.


Paulo Cesar Fernandes.

18/01/2016 

20160316 Afinal!

Afinal!

Quando estou mais só?

Em meio à multidão enfurecida; cheia de palavras de ordem e slogans revolucionários?

Ou quando me posto na varanda de minha casa, olhando sem ver o nãoEU se deslocando com nenhum pensar a me conduzir? Sendo o pleno vazio dos segundos e das horas?


Mas afinal: Que é a solidão?


Paulo Cesar Fernandes.

16/03/2016.

20160308 Abandono

Abandono


Não mulher, eu não fui abandonado. Eu me deixei abandonar na vida pala pura fruição da LIBERDADE.


Livre sim. Livre de tudo e de todos.

Evidentemente só! Eminentemente só! E isso é bom, permite coisas.


A solidão pura não é dolorida. Dor maior é a solidão a dois. Habitando o mesmo teto, trombando pelos ambientes e totalmente incomunicáveis. Não se pode chamar a isso de casal, e a este espaço de Lar.


No Reino das Aparências tudo vale. Mas a realidade interior é outra coisa.

Não eu! Sou sapato velho e esgarçado pelo uso. Sou jaqueta jeans já esfiapando pelo uso desmedido. Mas estou pronto ao uso, pronto a tudo vindo de boa origem, e cujo destino seja de igual ordem.


Deixar-se abandonar!

De inícionos dá um certo medo. Um certo duvidar de como o será. O tempo ensina na verdade. E mostra; e ajuda. Dessa forma, quando menos percebemos estamos assentados na nossa nova situação: Estamos Livres.

Amamos de igual maneira às pessoas merecedoras; mas não mais precisamos de ninguém como bengala. Os vínculos existente são de plena horizontalidade.De respeito mútuo. Ninguém é maior ou menor. Somos iguais, solidáriamente iguais.

A isso eu chamo Liberdade. 
A isso eu chamo Solidariedade.
A isso eu chamo Fraternidade.


Paulo Cesar Fernandes.

08/03/2016

20160307 Música como formadora

Música como formadora


Não se pode separar a Educação da Música. São compartimentos de uma mesma nave. O progresso do voo só ocorre com esses dois elementos unidosem complementaridade.


As escolas do Brasil precisam se remeter ao pensamento de Heitor Villa-Lobos: música em todas as escolas, e isto é vital para o desenvolvimento da sensibilidade juvenil.


Me refiro à música melodiosa, e nunca ao "batidão"; da apologia à vida em contraposição às outras apologias presentes no mundo.


Viver não pode ser violento, não precisa ser apartado de tudo, afastado do mundo. Mas a busca do equilíbrio pode ser uma bela escolha.


Teremos um salto de humanismo ao chegar a música aos currículos escolares. Quando ocorrer você o verá.


Paulo Cesar Fernandes.

07/03/2016..

20160425 Fé em ti

Fé em ti

Ir além do teu sonho não é todo dia possível.

Mas. E sempre tem um mas...

Mas um dia amanhecediferente e estás em perfeita harmonia, tudo até então presente como uma dificuldade simplesmente desaparece.

Você não mudou.

O mundo não mudou.

É a mágica da vida de oportunizando crer em ti mesmo. Você quer, logo você pode.

O foco de tudo está dentro de ti.

Mas para algo ocorrer é necessário chegar o tempo certo. "Com o tempo se colhem as uvas." diz o ditado espanhol. E assim o é.

Nada nos chega antes ou  depois da hora.

É preciso sabedoria. Isto significa saber esperar o real momento de todas as coisas.

Valendo para tudo: desde a política até o danado do emprego demorado demais.

Nunca se desespere. A VIda te cuidamuito bem, tu não o percebes muitas vezes.

Tem fé em ti. Tem fé na Vida. E tudo sempre te sairá da melhor forma possível.

A Vida é sempre boa e Justa.


Paulo Cesar Fernandes.

25/04/2016.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

20160425 Lisboa a cidade eterna

Lisboa a cidade eterna.


Negar meus antepassados é negar-me mesmo a mim.

NÃO. 

Não me nego e me permito saber do meu EU fora de mim no tempo e no espaço.


Na Lisboa que sonha o mar e sonha as grandezas de outrora.


Mas te sabes eterna amada Lisboa pois o tempo não se passa sobre teu casario e sobre os homens e mulheres que te cantam ao som do fado.

Sois a mais bela joia da modernidade e seguirás assim sendo: bela e acolhedora.


PC 25/04/2016.

20160423 É o cão?

É o cão?

Quando a verdade se faz distante
O negror do tempo se apresenta
Vazias ficam as ruas
Sombrias as faces
Um silêncio ensurdecedor
Cobre todos os lares.


Desconfiados
Os olhares não se cruzam.
Há um ar de traição
Perpassando os corações.
E cada palavra
Antes de ser dita
Deve ser reelaborada.


Na verdade ausente
Um erro é fatal.
Cada passo hesita
Entre a vida e a morte.
Toda pessoa é
Potencial inimiga.


É o tempo do não lugar.
Do não ser.
Do não desejar.
Do não existir.


Transbordam convenções sociais.
Conversas de passar o tempo.
Cabeças de passar o vento.
O Mundo é um imenso vazio.
Quando a verdade se faz distante.


Assim é.
O Brasil de agora.
Vigora o NADA.
Reluz a sombra.
A sombra de cada um.
Na luta de manter-se vivo.
O Não Ser aprofunda.
E o Ser Vil se apresenta:
Sou Mefistófoles! Prazer!

Como nunca há um odor de enxofre em todos os lugares.


Portal Fernandes.

23/04/2016.

sábado, 2 de abril de 2016

20160402 Anarquismo

Anarquismo

Por Antonio Gasparetto Junior







Anarquia é um conceito político que prega a eliminação de qualquer forma de governo compulsório.


A origem do anarquismo é considerada por alguns como algo bem antigo, o que é justificado através de diversos textos de autores de um passado distante. Porém, sem dúvida, o anarquismo em sua forma moderna é bem datado, fruto do Iluminismo e especialmente das ideias do filósofo Jean Jacques Rousseau em torna da centralidade moral da liberdade. Outros intelectuais vieram depois formulando concepções políticas e econômicas do anarquismo até chegar a ideia de ausência total de um Estado e formação de sociedades voluntárias. O primeiro a efetivamente se declarar anarquista foi o filósofo francês Pierre Joseph Proudhon, considerado por algumas pessoas como fundador da teoria moderna do anarquismo.


A ideologia da Anarquia ganhou vários seguidores e desempenhou um importante papel entre as sociedades do século XX, momento em que repercutiu com maior força. O anarquismo esteve presente os seguidores da Revolução Russa de 1917 e nos movimentos civis da Espanha, por exemplo. A ideologia conquistou muitos trabalhadores europeus, que trouxeram as ideias quando migraram para o Brasil nas décadas finais do século XIX e nas décadas iniciais do século XX. Em território brasileiro, os imigrantes, sobretudo italianos, ajudaram a difundir os preceitos do anarquismo entre os trabalhadores e a ideologia anarquista foi fundamental para a eclosão das primeiras greves brasileiras ocorridas na década de 1910. Até a Segunda Guerra Mundial, o anarquismo permaneceu muito forte entre os movimentos operários, mas depois perdeu a característica de movimento de massa. Ainda assim, continuou influenciando revoltas populares como o Maio de 68, na França, o anti-Poll Tax, no Reino Unido, e os protestos nas reuniões da Organização Mundial do Comércio (OMC).


Anarquia, ao contrário do que imagina a cultura popular, nada tem a ver com a ausência de ordem. Mas sim com a ausência de coerção. Ou seja, anarquistas são basicamente contra qualquer ordem hierárquica que não seja livremente aceita. A noção equivocada do movimento foi promovida pela oposição politica e movimentos religiosos ao longo do século XX. Da mesma forma, ataca-se erroneamente o anarquismo acusando-o de ser um movimento sem solidariedade, enquanto, na verdade, o anarquismo tem como preceito básico o auxílio mútuo entre os homens.


O anarquismo, para bem saber, passa por preceitos que são fundamentais. O anarquismo é a emergência de um sentimento puro que permite a cada um desenvolver seu próprio instrumento intelectual, ou seja, é um princípio de não-doutrinação. Talvez o mais conhecido dos conceitos anarquistas seja o da revolução social, que consiste na quebra do Estado e de suas estruturas. É dele que vem a perspectiva do humanismo, defendendo que os grupos humanos seriam capazes de se organizarem de forma autônoma e não hierárquica. O que se liga ao conceito de antiautoritarismo. Todo esse panorama permitiria a liberdade necessária para qualquer pensamento, formulação ou ação anarquista. Rejeitam também a intermediação de políticos na resolução de problemas sociais, defendendo a ação direta e o apoio mútuo. Essas medidas devem ser difundidas, consistindo no conceito de internacionalismo. Os anarquistas compreendem as revoltas como importante substrato humano para o desenvolvimento social. Após a introdução desses conceitos, uma sociedade anarquista deveria ser baseada em uma educação avançada como base de coexistência harmônica. Como negam a hierarquia e as estruturas organizacionais, a sociedade anarquista deveria ser baseada na flexibilidade e na naturalidade das organizações. Essa sociedade seria organizada através de um federalismo libertário, que subdividiria a sociedade de modo que pudesse potencializar as interações humanas e sociais. E, claro, todos os indivíduos teriam responsabilidades individuais e coletivas.


Ainda assim, como acontece nas ideologias humanas, o anarquismo também não é único, é formado por várias vertentes interpretativas. Uma delas é a do mutualismo, que propõe uma ordem espontânea sem uma autoridade central e em um modelo de sociedade que se preocupa com a reciprocidade. A vertente individualista do anarquismo enfatiza a vontade do indivíduo sobre quaisquer tipos de determinantes externos. Já a vertente social do anarquismo defende um sistema de propriedade público dos meios de produção e também o controle democrático das instituições. Representa a maior escola de pensamento anarquista. Há ainda as numerosas correntes pós-clássica, como o anarcofeminismo, que une o feminismo radical e o anarquismo, e o anarquismo pós-esquerdismo, que procura se afastar da esquerda política tradicional.




Fonte:
http://spartacus_2.br.tripod.com/anomalia/id6.html