domingo, 15 de fevereiro de 2015

20150209 Taro

Taro


Quando vejo o baralho de tarô hoje em dia. Distante da professora, no tempo, no espaço, nos projetos de vida comum.


Eu o leio a meu modo.


Alta dose de intuição Junguiana, abstraíndo daí sua religiosidade, Deus e todo o seu misticismo.


Não o leio como oráculo, mas como fonte inspiradora. Nada do futuro, muito menos do morto passado. Pois o passado se presenta
(presentar = fazer presente) no Ser ora construído.


Nada diz o Tarô com suas imagens de murga uruguaia.


Servem de mote tão somente às tintas grafadas no papel, traduzindo ideias advindas da longínqua ancestralidade.


Não apenas arquetípica, porém intervivencial. Pois tudo se liga a tudo nos meandros do espírito. Esse viajor inconstante,
incompreendido e voraz na sua busca afetiva.


Uma carta. Um mote. Um texto.

Disso sobrevive o poeta.


Paulo Cesar Fernandes

09/02/2015

20150214 Gotas

Gotas


Chove a chuva de verão.

Nos tempos da imaginação da infância a chamavamos de chuva da Corrida de Barcos.

Outra diversão se me apresenta hoje, em tais temporais.


Subdesenvolvidos que somos, ainda temos fios e postes espetados nas calçadas do país.

E, da minha janela avisto uma dezena deles, fios e cabos proporcionando um intenso bailado de gotas de chuva.


Da esquerda para a direita se deslocam algumas.


Outras, mais graciosas e talvez sábias, se movimentam da direita para a esquerda.


No furor do temporal é intenso o bailado semovente; ao seu amansar, seguem algumas individualidades, mais serenas, calmas,
sem pressa de nada. Menos ainda do tempo de se lançarem ao chão, sua morte.


Seguem malemolentes. Esse jeito tão santista de ser. Mas, um momento há, seu peso determina sua queda.


Da minha janela acompanho esse Teatro do Temporal. O mesmo entusiasmo de menino, torcendo para meu barco chegar mais rápido ao bueiro, ponto de chegada de nossa corrida.


Afinal, tudo traz algum encanto, a cada etapa de nossa vida.


Basta ver!


Paulo Cesar Fernandes

14/02/2015

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

20150209 Angústia

Angústia


A palavra me busca ou eu vou em seu encalço  para me expressar?


Há magia nisso?


Outras possibilidades se apresentam?


Como deve ocorrer com os verdadeiros artistas? Teriam eles angústia diante dos seus trabalhos? Sou apenas dúvida agora.


É bom ou péssimo um texto?


Vai ao lixo ou vem à luz?


É perene a angústia ao final de cada trabalho.



Paulo Cesar Fernandes

09/02/2015