quarta-feira, 12 de outubro de 2016

20160918 Paroles

20160918 Paroles

Que força é essa
Traidora vez por outra
De dizer o preciso e o necessário
A mil ouvidos moucos
A olhos cegos de tanta dor não sentida
Talvez a força seja a ira
Dum verso agressivo
Capaz de explodir o marasmo
Habitante de teu coração.


Idoso mas vivo
Capaz da ira
No mais, palavras são sementes
Lançadas ao não sei onde
Pois as leve o vento forte
De todas as tempestades
Da natureza exterior
E da cegueira interior


Minhas palavras não te acordam?
Teu coração petrificou por certo!
Se fracas são minhas denúncias
Abre os jornais.
Os fatos são mais fortes que minha toda ira.


Nada mais emociona ninguém.
Vivem entre os automatos da ficção dos sessenta.
Com "pílulas da felicidade" e tudo o mais


Nada mais apavora o "Stablishment"
Minha ira forte se perde no Nada
O Nada interior geral
Em termos de solidariedade.


Damasco; Kabul
São linhas do jornal
Não tem gente por lá
Ninguém é nosso semelhante e
Não precisamos ser solidários.


Cuidar da casa, do cão e do salário, é tudo o que basta.
O Outro nada é.
Não me pode ocupar.
Poderá me derrubar.
Preciso me distanciar.
Cuidar bem da minha vida.


Lutar? Prá que?
Qual Don Quixote da atualidade?
Imaginando falsos fantasmas
Com ogivas nucleares cruzando os ares
Que posso eu fazer da realidade 
do dado e estabelecido?


NADA!
Isso é para loucos!


Minha palavra se insurge e...
ao chamarte imbecil,
é doce forma de desfazer tua letargia.


ACORDA ! ! !
O mundo não é teu umbigo.
Se não ajudas, não ajudas para o Bem
Ao menos cala-te contra os verdadeiramente humanos
Todo verme que hiberna já muito ajuda.


Pois vermes não mudaram o mundo.
Foram os loucos, os sonhadores, e mais os revolucionários.
Os vermes são o Resto.
E com os restos nunca se pode contar.


Portal Fernandes.
18/09/2016.


Nota: 

Certas coisas são fruto do inconsciente pessoal, como outras nos vem do inconsciente coletivo.
Por saber dedicada a mim a mensagem eu relutei em dispor ela na rede. 
Mas não é justo o medo. 
Pode ser útil a mais pessoas, mesmo nesse agressivo modo de as dizer.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

20161010 Changes

Faz mais de dez dias e esta música faz questão de rolar na minha cabeça. Tem algo a ver? Vejamos.

===

Everyone is facing changes
No one knows what's going on.
And everyone is changing places
Still the world keeps moving on.

Love must always change to sorrow?
And everyone must play the game,
Because its here today and gone tomorrow
Still the world goes on the same.

>>> Instrumental

Love must always change to sorrow
And everyone must play the game,
Because its here today and gone tomorrow
Still the world goes on the same.

>>> Instrumental

Its here today and gone tomorrow
Still the world goes on the same.

===

Mudanças estão aí. A gente tromba com elas queiramos ou não.

E nem falo das mudanças do envelhecimento, essas tem sido muito legais comigo. Falo das mudanças em geral.

De repente me vi lendo outros autores. 
Pensadores jamais imaginados por mim. 

Uma palestra na casa de amigos ligados à Filosofia, e me vejo envolto na curiosidade sobre a PósModernidade. 

E de Lyotard, o grande e idealista Lyotard, fui passando por outros autores tantos. 

E a neve caiu mais densa sobre meus cabelos e fui descobrindo a lingua italiana através das mãos libertárias de Giorgio Gaber. 

Em seguida Francesco Guccini. 
Fui embrenhando num outro universo.

Ganhei de presente alguns livros de um curso de alemão no meu local de trabalho. Reascendeu a voracidade de aprender essa nova língua. Difícil demais, mas um desafio capaz de me arrojar distante do Mal de Alzheimer presente em minha genética.

Mudanças. Mudanças?

Ocorrem sem saibamos de nada. Elas se dão. Simplesmente ocorrem. Sempre à revelia de nossa vontade ou busca.

E um dia acordamos e a mulher ao nosso lado nada mais significa. 
De inicio desconsideramos, mas a situação vai ficando insustentável. 
Quebrou o encanto e nada mais é como era.
Vem a coragem da mudança através do adeus. 
Dividir aqueles livros. Dividir aqueles LPs. Escolher quem fica com qual.

Que dor!
Mas é preciso. 
A dor maior seria seguir na mentira, na falsa relação.


Nos chega o sabor da Liberdade novamente. (Risos) 
Somos novamente verdadeiros adolescentes.
Querendo viver tudo. 
Todo baile. Todo bar. Toda festa. Todo lugar.


Mas isso também muda.
E a reversão se dá no sentido do mundo interior.
Um mergulho no "Conhece a ti mesmo" do portal do Oráculo de Delfos.
Nasce uma outra jornada de mudanças mais aceleradas. Mais frequentes. Mais intensas.

O mesmo espírito, mas bem outro.
Como é possível mudar e se manter o mesmo?
Essa é a mágica da vida. Caminhamos sim, plantados no mesmo lugar. Com os valores essenciais tais e quais.

Assim é hoje e assim será amanhã.

Pois: na Tomada de Consciência a mudança não se dá ao léu.
É projeto consistente e persistente. 
Se estendendo dia após dia.
Sem domingo ou feriado.
Uma articulação interior.
Destacada de todo o nãoEU.

Verdadeiras mudanças pressupõe rupturas, solidão, simplicidade para chegar finalmente ao patamar da Liberdade.
Pode o mundo seguir o mesmo como diz a canção.
Mas nossa mirada dele ganhou uma outra dimensão: um espírito consciente de si e ciente de seu projeto de vida.

A isso eu chamo LIBERDADE. 
Mas...
Não há Liberdade onde não exista Consciência.

Paulo Cesar Fernandes.

10/10/2016.

Nota: Ouça clicando na palavra.