terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Das guerras diversas

Krieg (Guerra) [Rio Reiser (1991)]
Refrain:
Der Krieg, er ist nicht tot, der Krieg.
  [A guerra, não está morta, a guerra
Der Krieg, er ist nicht tot, er schläft nur.
  [A guerra, não está morta, apenas dorme

Er liegt da unter'm Apfelbaum und wartet, wartet
  [Está dentro da maçã e espera, espera
auf mich, auf dich.
  [a mim, a ti
Er ist nicht tot, der Krieg.
  [Ela não está morta, a guerra

 Refrão

Er liegt da im Hinterhof und wartet, wartet
  [Ela está no quintal e espera, espera
auf mich, auf dich.
  [a mim, a ti
Er ist nicht tot, der Krieg.
  [Ela não está morta, a guerra

Refrão

Er hat sich sehr gut versteckt und wartet, wartet
  [Bem sabe se esconder e espera, espera
auf dich, auf mich.
  [a ti, a mim
Er ist nicht tot, der Krieg.
  [Ela não está morta, a guerra

Refrão
 Er liegt da unter'm Apfelbaum und wartet, wartet
  [Está dentro da maçã e espera, espera
auf mich, auf dich.
  [a mim, a ti
Er ist nicht tot, der Krieg.
  [Ela não está morta, a guerra

Der Krieg, er ist nicht tot, der Krieg.
  [A guerra, não está morta, a guerra
Der Krieg, er ist nicht tot, er schläft nur.
  [A guerra, não está morta, apenas dorme
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Das guerras diversas
Elas existiram, elas foram, mas elas; infelizmente elas ainda são.
Nas suas diversas formas de apresentação, em suas diversificadas embalagens; nas mais diferentes áreas e instituições ela se faz presente.
Guerras ideológicas são menos presentes nos tempos atuais, se transmutaram em guerras de interesses pessoais, onde o quinhão amoedado se projeta como força incomensurável. Onde o EGO quase explode na busca de poder.
Um poderzinho de nada e uma atroz guerra psicológica. Estes fatos ocorrem no lar, no local de trabalho, nas diversas instituições que compõe nossa sociedade.
Uns $zinhos a mais, e pessoas perdem a compostura e a dignidade. Declaram guerra a tudo aquilo que defendem nos discursos, palestras e textos, enfim guerra à coerência.
Presente ainda está a guerra nesses programas feitos por uns imbecis, para atingir outros imbecis. Me refiro aos reality shows. Estes efetivamente atingem, gerando sonhos em uns, e curiosidade mórbida em outros. 
Isto porque vagabundos não querem o sucesso com o digno trabalho de cada dia, preferem sim a projeção ilusória, se submetendo ao ridículo. Qualquer ridículo, desde que não se vejam obrigados a trabalhar. De bom grado abrem mão do amor próprio, do auto-respeito.
No programa a guerra é feroz, e as emoções desencontradas são a marca mais forte desta sociedade vazia de conteúdos. Composta de uma maioria de pessoas desqualificadas que na ausência completa de aspectos morais de qualificação, se valem das próprias mazelas éticas para sua projeção pessoal.
Neste texto de 1991, Rio Reiser fala da guerra que está dentro da maçã, numa clara alusão ao dito pecado original das religiões.
Diz ele que a guerra espera a ti e a mim. Isto porque bem sabe ele, ora somos objeto da guerra de alguém, ora artífices de guerra contra alguém. Nenhum de nós está livre das garras da guerra, das garras de nossa ignorância, de nossa insensatez.
Muitas vezes pensamos e projetamos uma cultura de paz para o futuro, uma vez que somos incapazes, no presente, de apresentar ao mundo uma verdadeira cultura de paz, respaldada na mais pura compreensão do outro. O outro como alguém como eu, composto de aspectos positivos e aspectos negativos na personalidade.
Ao remeter a cultura da paz para o futuro, nos cremos descompromissados com ela. Projetamo-la fora de nós como se nada tivesse a ver conosco.
Ledo engano. Chegou a hora de trazer ao presente a cultura da paz.
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Fernandes, Paulo Cesar (Keine Grenze

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