sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Será que nada mudei?

Revendo um texto antigo percebi que penso ainda tal e qual em 2006.
Será isto assustador para o assunto abaixo tratado?
Não sei. Mas penso que verdades ortodoxas são típicas de quem teme mudanças.
De minha parte, eu realmente temo não mudar no transcurso do tempo.
Mas vejamos o texto de 2006:
Alinhavando idéias.
Há um programa, levado ao ar pela STV, televisão do Sistema SESC/SENAI de televisão chamado de “Diálogos impertinentes”, nome apropriado para a proposta de pautar temas polêmicos.
Na segunda-feira, 27 de março de 2006 o o tema central foi o Evolucionismo, a partir das opiniões de um professor adventista (da Universidad Adventista de São Paulo) e um ateu ou agnóstico, uma vez que este não se definiu, este da USP.
Me chamou a atenção a postura de ambos, cujas afirmações eram sempre categóricas, como se a verdade última estivesse em seu poder. Certos de suas posições, jamais cogitaram, ao longo do programa ao menos, da possibilidade de relativizar suas posturas, uma vez que estas se calcaram na somatória de conhecimentos angariados por eles a partir de um universo cultural restrito no tempo. Universo capaz de sofrer abalos caso novas descobertas venham a questionar suas bases.
A ortodoxia, ali evidente, me fez fortalecer a postura de relativização da verdade. A única verdade, a meu juízo é a inexistência desta. Verdades ortodoxas são para espiritos fracos. De certa forma imaturos. A maturidade espiritual, que todos caminhamos para ela, deixa tudo isso pelo caminho, como roupas velhas, inúteis para a festa que se aproxima.
Temos sim concepções, temporárias e mutáveis, pois queiramos ou não, estas são fruto do nosso tempo. E é natural que assim seja, pois construímos idéias e talhamos comportamentos a partir de tudo aquilo que nos cerca em determinada hora e lugar, seguindo os avanços filosóficos e científicos emergentes nessa época e localidade.
Se o fundamentalismo religioso não mais habita em nós, como ocorre em alguns grupos e países, isto não significa necessariamente nossa libertação de todas as formas de fundamentalismo.
Quem sabe se, a Academia não guarda ainda, cultivando com certo carinho, algum tipo de fundamentalismo?
Quem sabe se, cada um de nós, não carrega um “fundamentalismozinho”, bem tratado, pelo simples medo de questioná-lo, e tocar em coisas fundantes de nossa existência? Elementos inculcados em nós, cujo questionamento nunca nos passou pela mente. Por falta de hábito de pensar e repensar. Por preguiça mental. Ou porque "sempre foi assim, que me deu na cabeça de querer mudar agora?".
Verdadeiramente não sei. São apenas reflexões soltas, nascidas de um programa de TV, numa segunda-feira qualquer deste ano de 2006.
 28/03/2006
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Mudar sempre significa crescer? Será que sempre é bom mudar?
Durma-se com um barulho desses... 
Decida voce o seu destino, que o meu já o tenho claro e distinto.
Fernandes, Paulo Cesar (Keine Grenze
Fale: pcfernandes1951@bol.com.br 

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