sábado, 31 de janeiro de 2015

20150131 A voz do instinto

A voz do instinto.






Não sei explicar. Mas há em mim um sentimento desta turbulência pela qual o Brasil atravessa, ser similar às chuvas de verão muito fortes, e cujos estragos contabilizamos por longo tempo.


Mas são exatamente tais transtornos, os elementos capazes de promover a necessária renovação dos elementos nas regiões
afetadas.


Tempo virá, na qual esta difícil transição será tida, pelas pessoas de bom senso, como algo benéfico; por mais dolorido nos seja no presente momento.


Ficamos irados, intransigentes e por vezes grosseiros.


Mas o tempo é eficaz.


Ele nos fará ver tudo sob outra ótica. Até pelo fato de termos atingido novos patamares de progresso. Principalmente no trato da coisa pública.




Me pauto pelo que lembro das lições de Hegel, em seu livro "A Razão na História".


Hoje é uma intuição tão somente. Voltando aos meus apontamentos do fichamento desse livro, terei mais elementos e clareza de como analisar este nosso momento.


Hegel é sempre Hegel.


Com alegria soube, numa entrevista de Slavoj Zizek, um ortodoxo marxista, segundo ele fazendo "um retorno a Hegel", deixando seu apego a Marx, e retomando os escritos do velho Hegel.


É significativo. quando o maior marxista da atualidade faz essa deriva no sentido do pensar de Hegel. Isso é prova da força imanente do Idealismo Alemão na época presente, representada por seus maiores expoentes: Kant; Hegel e Heidegger.


Não é possível pensar ou sentir o movimento histórico sem ao menos ter passado os olhos na visão de Hegel a respeito.
Foi contestado por sua admiração a Napoleão, mas muito veraz na prática.


Quanto à nossa tormenta, não é grave como a fase de Hegel em Jena; um pais enfraquecido, tendo à frente as vitórias de Napoleão não é de estranhar tal admiração.


Nessa fase, alguém enunciou: "Os alemães pensam a revolução e os franceses a realizam."


Quem diz ser impossível a instalação de transformador ordenamento jurídico no Brasil?


Meu "faro" me leva a apostar nessa tese uma série de fichas.



Afinal é sabido que CRISE significa OPORTUNIDADE.


E assim será no devido tempo.


Paulo Cesar Fernandes

31/01/2015

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

20150122 Levanta e luta

Levanta e luta



Por vezes, as circunstâncias da vida tendem a nos fazer sentir menores. Mas não o somos.



Em geral, não temos noção de nossa real dimensão. Por diversas circunstâncias a nossa auto-estima é detonada, buscando dobrar
nossa coluna. Fazer-nos servis.


Nada disso! Não permita!



Seu valor não está naquilo pensado por todos (talvez imbecis) ao seu redor.


Quem define o seu valor são os seus pensamentos, desembocando nos seus atos.


A sociedade atual, tende a criar novidades e necessidades para o homem se sentir sempre desconfortável, e compelido à busca
dessas coisas completamente inúteis.



Já percebeu?
A cada momento uma nova pesquisa aponta um produto, um alimento como o vilão; mais adiante o mesmo alimento como herói.


Que há por trás disso?

Há uma lógica: a lógica do mercado.



Mas a lógica capaz de ser útil ao homem é a capaz de libertá-lo de todas as coisas, de todas as instituições, de tudo enfim.

Afinal, você não precisa de nada e de ninguém para orientar a sua vida.

Livre nasceu você. Racional. Capaz. Inteligente.



Bote fora todas as preocupações nascidas fora de si. Afinal você é dono e senhor do seu presente e do seu futuro. Assim sendo não se deve pautar por nada além das suas reflexões e  seus estudos.


Todo o resto são inutilidades. Gente buscando bater a sua carteira.


Não permita!



Já bastam os impostos majorados à sua revelia, e sem razões históricas ou necessidades concretas atinentes à sua pessoa.


Levante a cabeça!


Saiba do seu valor e lute! Tenazmente lute contra o autoritário mundo atual.


Todo Ser é maior que toda a materialidade.


Entre o Ser e o Ente (coisa), se tiver de escolher, opte sempre pelo Ser.


Opte por si mesmo em última instância.



Paulo Cesar Fernandes

22/01/2015

20150126 469 anos da Minha Cidade

469 anos da Minha Cidade



Não. Não perdi meu cinzel de esculpir sonhos.
E estou certo: um deles, talvez o mais bonito, és tu Santos.




E sigo sempre encantado pelas ruas Minha Cidade. Em cada espaço, antigo ou recente digo minhas coisas. Coisas sentidas e coisas pensadas por este coração tão inquieto quanto feliz.



De viver nesta cidade.
Feliz de viver.
Enquanto puder.
O quanto puder.
Até a chama da vida calar.
E minha voz não puder mais ser ouvida.




Mas não se entristeça.
Nada mudará minha luta, vinda de outras tantas vivências.




Teu aniversário, minha cidade, é um marco.
Forte bate em meu peito o teu calor e meu amor por ti.
Mas outros tantos pagos já me foram berço, outros tantos o serão ainda.

Sou transeunte de diversas calçadas, em diversos corpos habitei, enfrentando as mais distintas situações.



Mas neste 2015. Neste Janeiro. Neste dia 26 dos teus 469 anos são teus meu tempo e meu coração.



Santos, uma vez mais te digo: tu e eu somos apenas um.


Paulo Cesar Fernandes

26/01/2015

domingo, 25 de janeiro de 2015

20150126 Es ist vorbei (Acabou

20150126 Es ist vorbei (Acabou


Mas o silêncio diz
Quando o olhar perde o brilho
E com jeito ganha distância.



Mas o silencio diz
Quando a mão quase afaga
Mas para, quase tocando a face.



O silêncio diz
Se a lágrima não chega a cair
Dos olhos tão marejados.



Mas o silêncio diz mais
Quando mãos entrelaçadas
Suavemente se afastam.




É fria.
Toda separação.
Todo distanciamento.
Corte profundo no peito.
Aberto em atos.



E no fim de tudo
Restam apenas notas soltas para piano.
Da canção sem o nome dela.
Acordes sem mais sentido.
E cacos de um porta retratos.



Paulo Cesar Fernandes

26/01/2015


P.S.: Eu preciso aprender música. As coisas caminham para esse rumo e eu não sei nada de quem me leva. Mas se portas se abrirem eu vou. Apesar de velho.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

20150123 Não se prenda

Não se prenda


Não fomos feitos para estar na vida como elefantes de circo.
Atados a estacas.


Solta teu corpo e tua alma em todas as lufadas de vento. Mesmo as mais tempestuosas. Tudo é muito curto. Tudo é muito rápido e não temos tempo a perder.


Ousa viver! Ousa curtir! Como se fossemos eternos adolescentes, vibrando firmemente em todas as emoções.


A morte é certa. Não há fuga possível. Viver! Viver! E mais viver!


É a única fórmula possível de se postar no Pátio dos Felizes. Quem temeu a Vida não conseguiu encontrar seu espaço nesse pátio sagrado. Um lugar para poucos, como no livro de Hermann Hesse O Teatro Mágico na qual o personagem entra por pura curiosidade, e para passar o tempo. Eu estou falando de "O Lobo da Estepe".


Pois tudo se relaciona com tudo. Assim, se tu és meu amigo, a tua felicidade e a tua liberdade aumentarão as minhas. Pois há
laços sutis e desconhecidos entre toda a Humanidade.


Laços não interessantes à ciência. Ela não os vê pois não os olha, não os busca, e não quer deles saber. Pois não há financiamentos para a metafísica. Das Kapital é burro como uma porta; mais burro apenas Der Kapitalismus. E apesar de burro se reinventa para te aprisionar.


Pula fora de todos os esquemas. Tira o terno, a gravata, a ilusão e parte para a vida de verdade. Caminha pela orla de São Vicente jogando fora cada uma das peças. E a cada peça ata uma besteira na qual te obrigaram a acreditar desde a mais tenra idade. Quanto mais despojado, mais leve estarás.



Ama tua mulher, teu marido, teus filhos.



Urge fazer nascer o amor. Usar a linguagem, ou as várias formas de expressão para dizer o amor. Afinal fomos formatados para
esconder o amor em prol do egoísmo. Feitos para negar o amor. Fala do teu amor. Te expressa. É urgente mesmo, não te iludas.



Eu? Quem sou? Apenas um Arauto do Bem Viver. E não se vive sem amor. Espalho as sementes do pensar para brotarem nos
corações. Alguns são pedra bruta e a semente dorme.



Mas, por outro lado, há corações terra fértil em boas emoções. Se a semente cai num desses, a Terra é só perfume por anos e anos. É a Paz se consolidando como um fato. É o nascimento do Reino da Justiça propagado por Jesus de Nazaré, o homem, e não o mito nascido da ignorância.



Viver é também desnudar todos os mitos, sobretudo beber o cristalino de cada um de seus pensamentos e ensinos. Falo de
Nietzsche assim como de Jesus de Nazaré; Falo de Jung assim como de Martin Heidegger. Falo do meu irmão assim como falo do
meu avô materno. Falo de John William Hooke assim como falo de Ernesto Che Guevara.


Desnudar a si; desnudar os mitos, para revelar o mundo.


Um processo sem fim no andar do tempo.


Não temas!


Abre as asas para todas as percepções e deixe os ventos levarem tua alma muito além do imaginável.


Paulo Cesar Fernandes

23/01/2015

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

20150121 Brincando com a Pena


Pena (O Teatro Mágico




O poeta pena quando cai o pano
E o pano cai
Um sorriso por ingresso
Falta assunto, falta acesso
Talento traduzido em cédula
E a cédula tronco é a cédula mãe solteira



O poeta pena quando cai o pano
E o pano cai
Acordes em oferta, cordel em promoção
A Prosa presa em papel de bala
Música rara em liquidação



E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
A Luz acesa
Lá se dorme um Sol em mim menor



Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior
Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior
Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior
Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior



O palhaço pena quando cai o pano
E o pano cai
A porcentagem e o verso
rifa, tarifa e refrão
Talento provado em papel moeda
Poesia metamorfoseada em cifrão



O palhaço pena quando cai o pano
E o pano cai
Meu museu em obras, obras em leilão
Atalhos, retalhos, sobras
A matemática da arte em papel de pão



E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
A luz acesa
Já se abre um sol em mim maior



Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior
Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior
Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior
Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior


===

Assista já!

https://www.youtube.com/watch?v=xupjCmlUR08

===


O poeta pena quando cai o pano
E o pano cai



O poeta e a pena como seu instrumento de trabalho.


Mas o poeta também pena, de penar, de sofrer, pois sofre o poeta de verdade ou por ser um fingidor. Como disse outro poeta, da dor que deveras sente.

E sofre com a queda do pano pois detrás do pano é o locus onde ele se esconde.
É como a máscara, a persona, atrás do qual cada um de nós; poetas ou não, nos deixamos iludir de levar ilusão aos demais.



Falta assunto, porém muito mais falta acesso para a mulher ser dona de seu corpo e apenas receber o filho concebido
intencionalmente. Não se pode livrar daquele engano, daquela gravidez fora de tempo, fora de ápoca, e fora de qualquer
possibilidade. E mais, não pode converter isso em algo útil a quem quer que seja.
Um outro Ser, nem pelo mais puro amor ao mundo.



Acordes em oferta, música em liquidação e o poeta vende seu samba. Algo de comer para sua família. E a Cultura de verdade é deslocada para a periferia. E não sabe o tal Ministério, jaz nos grandes centros o que não é mais. E renasce a periferia,
renasce a outra forma de fazer tudo através de liberdade e da criatividade total.



Ninguém segura com as mãos a Liberdade da Arte. Ninguém a amarra nem com os mais complexos nós de marinheiro. Ela eclode e ponto final. Lá está. Sem meios e mídias, mas pelos meandros caminha a Arte. Nos desvãos dos caminhos caminha a Arte.



Mas eles querem que tudo se torne dinheiro, cifrão, inutilidade. Pensam que a tudo se lhe bota um preço.

Boto fora essa gente a pontapés. Pois a Arte é mais, mais dum dolar de milhões de dinheiros.



A Arte é. E se basta com isso.


O artista sabe quem é, e quanto é maior que si mesmo.
É o Ser-em-si e ao mesmo tempo é o Ser-para-si.
Mas ao mesmo tempo se desloca no palco sendo mais e mais a cada dia.


Se sabe algo mais por dentro, e nega as imagens dele feitas. Vistas de fora.



E é por isso, e só por isso, seus altos brados em todas as ruas e em todas as esquinas, dos bairros mais humildes e dos
jardins mais ajardinados. Assim ele brada:

"Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior."



E o é, com certeza.


Paulo Cesar Fernandes

21/01/2015

20150118 Passarinho


"Morreu. Mas como um passarinho.
  Tomou um tiro no peito."



Este negro humor, de tão mau gosto é um fato. É Real no Brasil de hoje.



Ocorreu na tua esquina e tu não ficastes sabendo. Afinal não saiu na TV, pois nem tudo sai na tua TV.



E não dá para dar nota das 52 mil mortes ocorridas a cada ano neste pais sem eira e nem beira. Desgovernado e sem rumo.



Vinte e seis mil mortes no trânsito, e outras vinte e seis mil por homicídio.



No Rio de Janeiro são balas perdidas. No resto do Brasil as balas sempre encontram um peito para nele se acolher.



Viver no Brasil é exercício de vida a cada dia. E voltar vivo para casa é um motivo de comemoração.



Uma coisa eu tenho plena certeza.


"Ao fim e ao cabo somos todos prováveis passarinhos."


Paulo Cesar Fernandes

18/01/2015
 
 
P.S.: Não tem como. A esquerda é sempre o melhor lado. Pena que o nosso governo seja de extrema direita. Traindo todos os ditames que trouxe à vida o Partido dos Trabalhadores.


Se alia aos banqueiros e permite que elevem aos píncaros as taxas de juros. Traidores. Colocam nas costas do povo, através de impostos, todos os desmandos e as incompetências dos quatro anos de desgoverno.
 


"Cala a boca Magda" é o bordão de um seriado de TV usado toda vez que Magda diz uma asneira.
 


Creio que o Ministério todo deu um
"Cala a boca Dilma" para tirar ela de onda de vez. Afinal ela é burra, incompetente e desonesta.
 
 
Quem vai tentar limpar a área lá em Davos?
 
 
O Ministro da Economia. Um banqueiro (do BRADESCO) representando um governo que deveria ser de esquerda.
 
 

Eu não entendo mais nada. Só sei uma coisa:
 

Conseguiu montar um ministério muito pior para esta gestão.
 
 

A CULPA É DO LULA. AQUELE SACANA E DESONESTO. PAU NO LULA ENTÃO. 
 
 

20150118 Dominical

Dominical





 
 
Mulher Sandinista na Guerra de Libertação da Nicarágua.
O trabalho, a luta, a guerrilha nunca fazem mal.
O que detona o homem são as ilusões do capitalismo.





Eu tenho medo aos domingos. Pois seu lugar é logo ali, antes da Segunda-feira. E não temo o trabalho, mas é angústia pensar em todos os dias pela frente, até a vinda da Sexta-feira.



Domingo de manhã tem cheiro de praia. Mas o tempo leva longe a praia e pouco a pouco se posta a semana seguinte em minha cabeça.



E o coração vai. Vai se pondo triste em pequenas doses, em tais doses morremos um pouco a cada hora do dia de domingo; para renascer pleno, apenas ao fim do dia de Sexta-feira.



E as cervejas geladas, encomendadas pela manhã no local de costume, pipocam nas mesas. Entre amigos, risos, e mesmo gargalhadas.



Assim é.



Semana após semana. Mês após mês. Ano após ano.



Ao longo das diversas gerações.



Inevitavelmente: assim é.



Paulo Cesar Fernandes

18/01/2015


P.S.: Nunca deixe de curtir cada momento de sua vida. Ela é tudo de bom. Mergulhe de cabeça e saboreie o paladar de cada momento, como se fosse o maior sommelier do mundo.
Um sommelier existencial. SALVE!!!

sábado, 17 de janeiro de 2015

20150117 Mito do verão

Mito do verão



A gente jogava taco, futebol na rua e sem proteção alguma. De chinelo, conga ou sandália, uma sunga de praia e mais nada.



Protetor solar? Nada disso.

Rayto de Sol era nosso bronzeador, vindo da Argentina. Para as peladas da rua e para o futebol de praia de tarde.


Ao fim das férias de verão todos estávamos negros de todo, com uma faixa branca na região coberta.



Vamos combinar que esse negócio de passar protetor solar é frescura?


Coisa da indústria de cosméticos e nada mais.



Provem-me através de pesquisas científicas que a molecada de Pirapora, Sento Sé, Remanso, ou qualquer cidade nas margens do Rio São Francisco tem mais câncer de pele que nós de Santos, São Paulo ou Rio de Janeiro.



Serei o primeiro a acatar se a pesquisa não for patrocinada por nehuma indústria de cosméticos.



Até lá? Bem, até lá quero que a indústria de cosméticos vá para [palavrão].



Sigo sendo cético. Rola muita grana nos Meios de Comunicação de Massas. Bem sabemos disso. E somos enganados de muitas formas e por diversos meios, inclusive pelo "médico de nossa confiança".


Afinal, ele também recebe sua parte das empresas farmacêuticas, para receitar tal remédio, e não o nome do sal. Ex.: Receitam CATAFLAN em lugar de receitar "Diclofenaco Potássio".

Assim funciona o mundo.


"Não se pode confiar em ninguém" diz o compositor Andrés Calamaro. Pura verdade.



Paulo Cesar Fernandes

17/01/2015

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

20150116 Acerca da Arte

Acerca da Arte


A Arte nasce natural, como nasce uma planta, muitas delas nas condições menos prováveis. Àquele sem arte, lhes podemos
colocar na mais perfeita estufa, com todas as condições e jamais será convincente.



Eu falo de Teatro. Me refiro ao Teatro mais fortemente.



Alguns atores há; ou talvez a sua grande maioria; jamais conseguem ser outra coisa além de rudes variações de si mesmo.



O verdadeiro ator é um camaleão constante; num mesmo trabalho de atuação, se faz outro a cada instante.



A arte de verdade é nascida da verdade da Cultura; das horas e anos de leituras das mais diversas. Sem temas fixos ou préestabelecidos. Tudo é fonte de prazer ao ávido do saber.



Tudo lhe diz respeito pois humano é.


E tudo do humano lhe diz respeito.





Não Flávio Rangel! Jamais sairás igual de uma peça de teatro protagonizada por um ator de verdade. O trabalho dele te toma
todo e te domina. Beberás cada personagem seu, como o néctar dos deuses.



Os demais atores? Brilharão sim. Pois quem é verdadeiramente grande carrega consigo todos ao seu redor, todo o seu elenco.
Abre deixas aos companheiros para a projeção do seu trabalho.



Um grande ator deve ter, antes de tudo, grandeza de alma. E no contracenar ele ensina.



Por ser labor coletivo, dentro e fora do palco tudo se enche de amor. E todos os egos se apagam em benefício do resultado
final: o prazer do público.



Somos sempre famílias. Desde as pequenas escolas de teatro espalhadas pelo pais até a EAD (Escola de Arte Dramática) da USP. Ou, melhor dizendo, do Doutor Alfredo Mesquita.



Somos todos. Os de cá e os de lá da vida devedores do Doutor Alfredo Mesquita. Ele soube ver o Brasil e seu Teatro no início
do Século passado e teve a coragem de agir. Agiu para deixar algo. Talvez simples para a pretensão de alguns; mas grandioso em seus resultados.



Não me parece possível um ser humano distante da Arte. Alguma forma de Arte deve ter.



Talvez estes tempos. De rudeza preponderante, possam ir apagando talentos, dessensibilizando pouco a pouco; a ponto de um dia, todo homem ser uma lápide fria se movendo dentro da cidade.



Até lá artistas, cumpram vosso dever com devoção; dando ao mundo o melhor de cada um de vós: a sensibilidade.



Quem sabe assim, todo o processo se reverta, e a Arte volte a brilhar com o condão de desenvolvimento integral do Ser.



Portal Fernandes

16/01/2015

20150116 Primitivos educadores

Primitivos educadores



É isso que somos.


Colocar crianças represadas em salas de aula é de uma primitividade sem par. Conter tanta energia por quatro ou oito horas é medieval. É brutal, é burrice demais.


Por que não estar livres num amplo espaço recebendo valores de solidariedade e colaboracionismo?


Por que motivo não despertar a sensibilidade humana através de Jogos Lúdicos?


A resposta está clara: as escolas e os professores apenas formam "mecanismos", "entes", "coisas" para o mercado de trabalho.


O Humano está longe de todas escolas do Brasil, e talvez do mundo.



Basta ver o debate em curso no Brasil da "falta de mão de obra especializada". Não é nada disso. A especialização da Mão-de-
Obra é o ponto final do processo educacional.



Nós precisamos é de seres humanos. Primeiro ensinamos a sentir. Depois os ensinamos a pensar, e em seguida, dadas essas duas
premissas fica fácil formar um profissional altamente gabaritado.


Não há Pedagogia possível sem o sentimento e sem a razão.



E eles vão para Cuba a cada dois anos com suas mentes fechadas a discutir mais do mesmo. E cheios de vaidades vãs e de luta
pelo poder.


Por aí vem o "Pedagogia 2015". Que será uma droga sem sombra de dúvidas. Essa gente não sabe pensar de uma outra maneira a
relação professor/aluno. É sempre pensada de forma autoritária pois formata o corpo discente como HD de um PC.



E o pior é a visão ideológica atrasada. O Império da Ortodoxia.


Na cabeça dos professores não chegou a "Era do Indivíduo" de Alain Renaut. E são tão incapazes que acham a liberdade da
individualidade uma forma de egoísmo. E não querem sequer discutir outras formas de ensino.



Na verdade, todos eles temem é a Liberdade. São autoritários na sua essência. Assim não fosse não iriam sempre a Cuba,
haveria rodízio de países.



Enquanto não tivermos o foco no aluno. O respeito à sua individualidade, e ao seu tempo de aprendizado não chegaremos a ponto nenhum relevante no quesito aprendizado.



Ou respeitamos as crianças e os adolescentes em sua inteligência, e em suas capacidades de aprendizado de cada momento; ou
teremos a eterna guerra entre alunos e professores.



Precisamos acabar com as classes de aulas para recuperar nas crianças e adolescentes o prazer de ir para a escola. Um local
onde algo novo pode ocorrer a cada dia. Uma surpresa saltar de repente no meio do pátio e todo o dia se transformar numa
imensa festa. Mas uma festa que deixa como produto alguma coisa nova de conhecimento e renova a energia de afetividade na
comunidade escolar.



Sem criatividade não há nada que preste neste mundo.


Paulo Cesar Fernandes

16/01/2015

domingo, 11 de janeiro de 2015

20150101 Brasiliana 64 uma bicicleta

Brasiliana 64 uma bicicleta



Uma palavra solta no ar
É nada.

Mas se a palavra tem razão
É brava!   É brasa!   Queima!



Vem lá do fundo do coração.
A Ira!   Destroe!   Desata!   Maltrata!



Sendo assim tenho razão.
Protesto!   Contesto!   Renego!



O teu discurso fascista.
É falso.
Fruto do caos.
Da tua desordem mental.
És louca.



Tua verdade é virtual.
Como a baforada do meu cachimbo.
Esvanece.
Desmancha no ar.
Assim não creio.
E bem vejo.



Ratazanas baratas no plenário.
Seres desbaratados pro Nada.
E teu nome se apaga.
Da História.



Justo é o asco do povo.
sem representação.
A falta de liga.
Entre palavras e atos.
Desterro necessário.
Ao salafrário.



E quero mais.
Quero a paz de verdade.
A Paz da Verdade.
Só tem validade
Se for JUSTIÇA.



Paulo Cesar Fernandes

01/01/2015

P.S.:

Brasiliana 64: uma bicicleta



Em 1964 ganhei uma bicicleta Monark.

No Colégio Canadá ia com ela, e nunca fui roubado. Na Padaria Camões ia com ela e toda a molecada da rua.
O dono da padaria nos amava, quando pouco 30 médias de 50 gramas.
E algo se abateu sobre o Brasil em 1 de abril de 1964.
Tempo da maldição



Nova maldição se abate hoje.
E nós, povo brasileiro, daremos uma bicicleta NESSA gente.
Secando suas vidas. Sugando as regalias.
Recolocando esses vagabundos e ladrões na esfera da produção real.
Professores de volta às escolas.
Sindicalistas de volta aos seus bancos, fábricas e quetais.



BASTA!



Todo um Brasil produzindo para o desfrute de uns poucos.
Não somos a Rússia stalinista.
Mas temos o bairro Pankow de Berlim situado em Brasília.
Pankow era o bairro de Berlim Oriental onde se concentrava o Politburo do Partido Comunista Alemão.
Em geral composto por russos.

No Brasil o politburo também é composto por pessoas nada comprometidas com o povo.


Meu grito de IRA é densamente motivado.

20150110 Catulé dissonante

Catulé dissonante


Um texto sem pretexto
Segue a brisa vinda do mar


Algo quebrando tudo
A sala, a figura. E a alma
fica em suspenso na espera
Na esfera louca do Dia
a dia agitado e sem sentido.




Sentir a vida fluir por entre os dedos
De uma mão sem palavras ou versos


A beleza estancada
O cinzento pensar até que o Sol
O Sol do teu sorriso se faça cá
Sem motivo ou pretexto
Além do bem querer




E mais...
Quero saber de nada.
Além de um verso noturno.




Portal Fernandes

10/01/2015

sábado, 10 de janeiro de 2015

20150110 Depoimento do Fernap

_ Eu sou Fer ou Fernap.
_ Fer Naves Prado.


_ Fernap me impus na escola, nas coisas que escrevia e desenhava.
Não apenas colegas, mas professores me chamaram Fernap. Pegou a coisa.



_ Mas... Não tenho imagem no espelho. Não tenho voz própria.


_ E o pior. Preciso desse malandro para o mundo saber de mim.
É humilhação não é? Depender dele é humilhante.



_ Não me queixo do fato de ser personagem, pois eu falo e ele escreve.


_ Mas, ai, azar o meu. Nos.... dias... de  bom... ânimo... apenas.


_ Como pode o personagem viver do humor do autor? Não. Não é justo. Me rebelo sim.


_ Mas já vi piores "disto" do qual me valho. Os tais não me ouviam a voz, não podendo assim agarrar meus sentimentos e vivencia-los para os descrever e materializar.


_ Esse malandro, pelo menos, se entrega por inteiro ao que me proponho. Ri. Se comove com minhas coisas. Eu entro no corpo
dele, e por horas a fio, nós personagens, entramos e saimos desse corpo como um estúdio de gravação. Cada um diz sua fala e
abre espaço ao que vem atrás formando o diálogo.


_ E o fazemos de tal forma ágil, mal lhe damos espaço às suas intervenções.


_ Não é de todo parvo. Respeita nossas falas e sentimentos. E nada inquieta a nós ou a ele, pois nosso pacto é intenso e real. Queiramos ou não, nos pertencemos mutuamente. E eu sei do seu medo em nos perder.


_Claro, falo por mim. Nada sei dos demais personagens.


_Com ele vamos bem. Nele nos apoiamos e o empurramos ao Teatro. Hoje é refén do Teatro. Refém da mais forte das expressões artísticas de todas as Eras da Humanidade:

O Teatro, eterno Teatro.

Fernap


Paulo Cesar Fernandes

10/01/2015