quarta-feira, 9 de setembro de 2015

20150910 Olgária Matos fala

Mas suas referências são as referências marxistas da Escola de Frankfurt.


Respeitáveis referências, sem dúvida, para a década de sessenta.


Hoje novas problemáticas se apresentam ao indivíduo.


Qual a sua Identidade real?


Qual a sua posição estabelecida neste mundo em total transição?


Por quais valores optar: os valores recebidos pelo seio da família; ou se entregar à modernidade expressa pelas propostas dos Meios de Comunicação de Massas?


Como se sente esse indivíduo no mar de incertezas trazidas ao seu dia a dia? Seguir as normas estabelecidas pelos ditames dos Consultores de RH ou seguir um modo seu e sincero de se colocar diante de um possível empregador?


Não há mais respostas certas para o mar de questões postadas pelo atual momento. Todos temos uma vaga noção e navegamos num mar de incertezas.


Apenas uma coisa é certa: os ditames do século passado não mais são úteis hoje. Nem mesmo os temas focais são os mesmos.


Quem pensava em Identidade em 1968?


Identidade individual e a sua descoberta; e ainda a Identidade das Nações a serem revistas diante de tal onda de interconexões culturais.


Brasil e EEUU sempre foram um MeltingPot de culturas. Talvez os países menos afetados nesse aspecto.


Mas a França tradicional; os valores culturais da velha e boa Itália. Tudo em transição. E não há resposta para nenhuma das perguntas feitas por nós para quem quer que seja.


Se a própria lucidez de um Zygmunt Bauman não arrisca um palpite; nos resta apenas apagar velhos manuais, velhos conceitos e nos aproximar de autores capazes de pensar a Globalização e seus impactos; e mais ainda, capazes de analisar a transição ocorrida desde as "Barricadas do Desejo" de 1968 para chegarmos na atual "Era do Indivíduo", segundo as proposta de Alain Renaut.


Entre Bauman e Renaut encontramos uma constelação de autores, capazes de nos fornecer diferentes respostas, e todas plausíveis, a tudo isso que representa nosso tempo.


Para concluir: o velho já não é mais; e o novo ainda não nos bateu às portas. Sendo o tempo da Liberdade do indivíduo, cada um faça suas apostas, pois o jogo está todo ele na mesa; e todos somos players da atual realidade.

Sem possível fuga, nos resta jogar o jogo.

Paulo Cesar Fernandes



10/09/2015

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