quarta-feira, 18 de novembro de 2015

20151118 Sá, Rodrix e Guarabyra Terra 1973

Sá, Rodrix e Guarabyra
Terra
1973




Artist: Sá, Rodrix & Guarabyra  
Type: Album 
Released: 1973 
RYM Rating: 3.76  / 5.0  from 45 ratings    
Genres: Folk Rock; MPB 
CD: Terra
Selo: EMI

01 Os anos 60 (01.51
02 Desenhos no jornal (02.18
03 Mestre jonas (03.25
04 Blue Riviera (03.17
05 Adiante (02.37
06 Pendurado no vapor (02.54
07 O pó da estrada (04.11
08 O brilho das pedras (04.16
09 Até mais ver (03.15

*



*
*** Letras
*
01 Os anos 60

Faz muito tempo que eu não vinha no clube,
Mas as pessoas permanecem as mesmas,
Parecem personagens saídas de uma balada de Neil Sedaka,
Do começo dos anos 60,
Do começo dos anos 60,
Do começo dos anos 60,
Do começo dos anos 60.

Só falta agora entrar a mesma turma de outrora,
De topete na testa, blusão James Dean e globetrotter marron,
Só falta agora alguém botar um rock na vitrola,
Que eu saio de porre pela sala com um cuba libre na mão.
*
02 Desenhos no jornal

Eu vou te encontrar,
Nos muros cobertos de folhas,
Lugares adormecidos pelo tempo,
Eu vou te encontrar,
Em outras passagens dessa vida,
Quando tiver mais coisa pra dizer,
Eu vou te encontrar nas torres de 130 andares,
Por trás das malhas de vidro,
Caindo no esquecimento,
No futuro que eu não sei se haverá,
Vou te escutar,
Nas finas antenas de metal,
Vou ver teus desenhos no jornal,
Um rosto distante se apagando
No meio da multidão.
*
03 Mestre jonas 

Dentro da baleia mora mestre Jonas,
Desde que completou a maioridade,
A baleia é sua casa, sua cidade,
Dentro dela guarda suas gravatas, seus ternos de linho.

E ele diz que se chama Jonas,
E ele diz que é um santo homem,
E ele diz que mora dentro da baleia por vontade própria,
E ele diz que está comprometido,
E ele diz que assinou papel,
Que vai mantê-lo dentro da baleia,
Até o fim da vida,
Até o fim da vida,
Até subir pro céu.

Dentro da baleia a vida é tão mais fácil,
Nada incomoda o silêncio e a paz de Jonas.
Quando o tempo é mal, a tempestade fica de fora,
A baleia é mais segura que um grande navio.

E ele diz que se chama Jonas,
E ele diz que é um santo homem,
E ele diz que mora dentro da baleia por vontade própria,
E ele diz que está comprometido,
E ele diz que assinou papel,
Que vai mantê-lo dentro da baleia,
Até o fim da vida,
Até o fim da vida,
Até subir pro céu.
*
04 Blue Riviera 

A gente já era uma barra no tempo do rock no blue riviera
A gente já era, no blue riviera,
Você com seu rabinho de cavalo, me contando que a sua mãe
Não lhe deixava sair,
Na garupa da lambreta pra dançar no blue riviera,
A gente sacudia os ossos no tempo do rock do blue riviera,
A gente sacudia, no rock do blue riviera
Com toda essa moçada da pesada que hoje está com 30 anos ou mais
E já não deixa cair
Como no tempo da lambreta sem saia no blue riviera.
Eu digo blue riviera, blue riviera, nos meus olhos e ouvidos
Da sala enfumaçada pr'onde foram meus amigos queridos
Eu digo blue riviera, blue riviera, o pão, a carne, o sangue, o vinho,
No meio das lembranças do passado eu não estou sozinho...
*
05 Adiante 

Eu ando bem normal como se deve andar,
Pois eu tenho que ir adiante,
Quando eu quiser chorar, sorrir é menos mal,
Pois eu tenho que ir adiante,
Não posso mais ficar parado no meio do tempo
Se a chuva desabar, eu vou me mexer, eu vou me cuidar,
Não vou me molhar, e o meu coração quer rever
As pessoas distantes,
Ele quer, ele quer, ele tem que seguir adiante,
Como se deve andar, adiante,
Sorrir é menos mal (adiante).
*
06 Pendurado no vapor 

De Bom Jesus da Lapa a Pirapora,
São cinco dias pendurado no vapor,
Subindo a correnteza desse rio,
São cinco dias pendurado no vapor.

Depende da madeira, se não der ventania,
Mais cinco dias boto meu pé nas Minas Gerais,
Depois de toda a festa, depois da romaria,
Eu pego a montaria e vou rever o meu amor,
Depois de cinco dias pendurado no vapor.
*
07 O pó da estrada 

O pó da estrada gruda no meu rosto,
Como a distância, matando as palavras,
Na minha boca sempre o mesmo assunto,
O pó da estrada.

O pó da estrada brilha nos meus olhos,
Como as distâncias mudam as palavras,
Na minha boca sempre a mesma sede,
O pó da estrada.

Conheci um velho vagabundo,
Que andava por aí sem querer parar,
Quando parava, 
Ele dizia a todos,
Que o seu coração ainda rolava pelo mundo.

O pó da estrada fica em minha roupa,
O cheiro forte da poeira levantada,
Levando a gente sempre mais à frente,
Nada mais urgente,
Que o pó da estrada, 
Que o pó da estrada.

Conheci um velho vagabundo,
Que andava por aí sem querer parar,
Quando parava, 
Ele dizia a todos,
Que o seu coração ainda rolava pelo mundo.

O pó da estrada fica em minha roupa,
O cheiro forte da poeira levantada,
Levando a gente sempre mais à frente,
Nada mais urgente,
Que o pó da estrada, 
Que o pó da estrada.
*
08 O brilho das pedras 

Todos os dias eu faço força pra lembrar,
Coisas pequenas que eu nunca pude reparar direito,
Onde será que andava o mato do jardim,
E os bichos da noite,
Que eu nunca ouvi tão alto assim?
(Ouvi tão alto assim).

Todos os dias levanto cedo pra sentir,
O que eu perdia,
Por não saber que tinha um outro jeito,
Preste atenção comigo,
E quando o sol nascer,
O brilho das pedras vai te doer nos olhos.
(Doer nos olhos).
*
09 Até mais ver 

Até mais ver,
Teto sem forro.
Até mais ver,
Telha de barro.
Até mais ver,
Casa de abelha, no morro.
Cama de palha, 
Trilha de areia,
Alma-de-gato,
Rio amarelo e vazio.
Até mais ver, sertão...
Até mais ver,
Copo de folha.
Até mais ver,
Couro de boi.
Até mais ver,
Vento das onze da noite.
Flor de pimenta,
Carne-de-sol,
Pomba cinzenta,
Gente morena e vivida.
Até mais ver, sertão...

*****

Um comentário:

  1. Quem fez arranjos?
    Quem toca o que?
    Piano do Zé é phoda.
    Suaves acordes.
    Nossa gente é tudo que prezo demais.,

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