terça-feira, 24 de novembro de 2015

20151122 Ilusione-se não!

20151122 Ilusione-se não!


Nossas obras não são perenes.
O Tempo, aliado agora.
Adiante as varrerá.
Como varre o vento.
Cada grão de areia,
Em tempos de tempestade.


E Nosso Tempo de Tempestade.
Tem início na ausência corporal.
Um período de choque.
Lembranças e lágrimas.
E o tempo e o vento.
Cumprem seu mister.
Arrasar o terreno e mais.
Lançar pá de cal em tudo.


Meus escritos, textos, romances.
Pensamentos e dados.
Serão nada neste mundo.
Não serão história.
Nem memória.
Apenas trastes inúteis.


Assim é vã toda vaidade.
Todo bater no peito.
Toda busca de projeção.
Projetamos sim energia no mundo.
E nos devolve ele o vazio.
O mais profundamente vazio.
Como o esquecimento.
E a modificação total e plena.


Mas não deixe de fazer.
O que lhe venha à mente.
Talvez outra sorte lhe bafeje.
E seu nome seja praça.
Viela ou logradouro.
Mas nada é duradouro.
Na urbana realidade.
E a placa com seu nome.
Sera trocada logo após.
Pelo mais recente nome.
De vazia celebridade.


Mas não se aborreça.
Assim sempre foi; é, e mais será.
No vigor de todos os tempos.
A força mais pujante,
Tem um só nome:
Esquecimento.


Posso ser um foco.
Penso, publico e passo.
Sem vãs ilusões.
De qualquer celebridade.


Prefiro ser lembrado.
Se for.
Pela minha cerebridade.
Neuronal circunstância.
Capaz sim de me fazer.
Um Ser especial.
Mas isso o dirá o Tempo!


Paulo Cesar Fernandes.

22/11/2015

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