sábado, 7 de novembro de 2015

20151107 Edu Lobo Limite das Águas 1976

Edu Lobo
Limite das Águas
1976




This is Edu Lobo – Limite das Aguas (1976), for Continental, featuring one of the most requested artists by Loronix community, backed by a constellation of Brazilian musicians. Edu Lobo delivers a blend of Jazz with Brazilian music from Nordeste, Northeast region. Arrangements are in charge of Mauricio 
Mendonca, also known as Mauricio Maestro from the vocal group Boca Livre. Joyce vocals can be heard in two tracks, as described at personnel listing section. 

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*** Personnel
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Edu Lobo: arrangements, voice, violao
Cristovao Bastos: electric piano
Rubinho: drums
Mauricio Maestro, Edson Lobo: bass
Toninho Horta: violao
Claudio Guimaraes: guitar
Marcio Montarroyos: trumpet
Edson Maciel: trombone
Jorginho, Macae: alto sax
Oberdan: tenor sax
Geraldo: baritone sax
Os 3 Morais: vocal
Gege, Claudio Carybe, Rubinho: percussion
Danilo Caymmi, Paulo Guimaraes, Mauro Senise, Nivaldo Ornellas, Dimitri: flute
Joyce: vocals
Lindolfo Gaya, Otavio Basso: conduction
Claudio Bertrami: bass
Jacques Morelenbaum: cello
Wanda Lobo, Malu, Cybele, Angela, Fernando Leporace: choir
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*** Tracks
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01 Uma vez um caso (04.10
Edu Lobo   Cacaso
02 Negro Negro (04.00
Edu Lobo   Capinan
03 Considerando (03.33
Edu Lobo   Capinan
04 Toada (03.56
Edu Lobo   Cacaso
05 Gingado dobrado (02.50 Nordestino
Edu Lobo   Cacaso
06 Limite das Águas (04.02
Edu Lobo
07 Cinco crianças (03.38
Edu Lobo   Gianfrancesco Guarnieri
08 Segue o Coração (03.18
Edu Lobo   Gianfrancesco Guarnieri
09 Repente (04.31
Edu Lobo   Capinan
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*** Letras
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01 Uma vez um caso
Foi um pensamento que varou a noite 
Foi um trem-de-ferro que sumiu na noite 
Foi um peixe-espada que feriu a noite 
Foi um sofrimento que bateu na noite 

Era uma vez um caso 
Um soldado raso 
Que matou seu bem 
Do que se sabe ao certo 
Teve alguém por perto 
Não se sabe quem 
Era um amor escravo preso em outro amor 
Uma lição de dor uma paixão assim 
Era um amor tão bravo que não tinha fim 

Foi um vento doido que dançou na noite 
Foi a própria morte que dançou na noite 

Tinha traição no caso 
Tinha desengano 
Tinha leva-e-trás 
Um coração calado 
Uma intenção partida 
Um desencontro a mais 

E decisão de dor nunca se volta atrás 
Ponta de faca espada rabiscando o ar 
Uma paixão escrava querendo voar 

Um, dois, três e quatro e quem quiser que conte 
Um, dois, três e quem quiser que conte outra 
Um, dois três e quatro e quem quiser que cante 
Um, dois, três e quem quiser que cante outra vez



02 Negro Negro
Nem a água será espelho 
Nem a cinza negro, negro 
Nem o vôo será um traço 
Original e perfeito 

Nem o riso será do louco 
Nem o sacro será do luto 
Nem o mal fruto do acaso 
Nem o bem o mel do justo 

Quando o negro, negro de seus olhos 
Se espalhar na natureza 
Nem aves de arribação 
Habitarão a tristeza 
Quando o negro, negro de seus olhos 
Se espalhar na natureza 
Nem aves de arribação 
Habitarão 

Sequer a forma do pó 
O vivo dará ao morto 
Nem o amargo da bôca 
Dirá do amor o seu gosto 

Eu não quero saber o nome 
Da fera comum das ruas 
A forma cruel de luas 
Que ordinária nos consome 

Quando o negro, negro de seus olhos 
Se espalhar na natureza 
Nem aves de arribação 
Habitarão a tristeza 
Quando o negro, negro de seus olhos 
Se espalhar na natureza 
Nem aves de arribação 
Habitarão



03 Considerando
Considerando os meus erros 
E pequenos acertos 
Eu me achei no direito 
De, ao menos, pedir 
Um alívio pro meu peito 
Menos peso pro meu dia 
Na carência dos meus beijos 
Maldito bem da poesia 

Considerando o naufrágio 
A rotina dos barcos 
Eu me achei no direto 
De ao menos, pedir 
Tempo claro pro meu rumo 
E nos temporais da febre 
De quem fuma, de quem bebe 
As longas noites vazias 

Eu sou o homem comum 
Eu sou a mulher da rua 
O vagabundo poeta 
O navegante da lua 

Considerando os meus erros 
E modestos acertos 
Eu me achei no direito 
De, ao menos, pedir 
Que o claro cruel da lua 
Que o fogo feroz do dia 
Paguem o preço da lembrança 
Das longas noites vazias



04 Toada
Fiz um verso tão bonito 
Que carrego na lembrança 
Nunca mais eu vi o mundo 
Com meus olhos de criança 

Quis prender a quem amava 
A corrente se quebrou 
A esperança que eu guardava 
Era pouca e se acabou 

Não conheço mar bravio 
Que me faça retornar 
Não conheço nenhum rio 
Que não corra para o mar 

Rio abaixo, rio acima 
Meu destino dá no mar 
Eu que não sou marinheiro 
Eu que nem sei navegar



05 Gingado dobrado (Nordestino
O que é só meu não vou contar 
Só sei cantar não sei rimar 
Dia ,agonia, alegria, arrelia, Maria fingia me amar 
Fio, pavio, arrepio, não fio em juras de amor e de mar 
Só sei cantar não sei rimar 
Sou remador não sei remar 
Medo, arremedo, rochedo, segredo, degredo de amor e de mar 
Digo, maldigo, castigo, consigo, não sigo, persigo outro mar 


Quem não encontra seu chão 
Faz seu castelo no ar 
Digo uma palavra só pra ver 
Qual é o seu gingado dobrado 
Eu não sei falar do meu amor 
Sempre fiquei calado 


O que é só meu não vou contar 
Só sei cantar não sei rimar 
Medo, arremedo, rochedo, segredo, degredo de amor e de mar 
Digo, maldigo, castigo, consigo, não sigo, persigo outro mar 

Quem não encontra o seu chão 
Faz seu castelo no ar 
O meu sentimento ninguém vê 
O meu verso não revela,cancela 
Digo uma palavra só pra ver 
O requebrado dela



06 Limite das Águas
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*** Instrumental vocalizado
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07 Cinco crianças
Cinco crianças sem dono 
Querendo enxergar na escuridão 
Eá, eô ! 
Cinco com medo de tudo 
No meio do mundo irmão com irmão 
Eá, eô ! 

Mãos dadas na mesma sorte 
Mãos dadas com pedras na mão 
Mãos dadas lutando com a morte 
Mãos dadas com pedras na mão 

Há lugar no céu sereno 
Há medo no coração 
Cinco crianças sem dono 
Susurrando uma canção.



08 Segue o Coração
Já é hora adormece 
No acalanto dessa canção 
Cai a noite, vira o vento 
Voz do medo na escuridão 
No teu sono ganha o mundo 
E meus sonhos renascerão 
Mesmo as flores sufocadas 
Dão perfume em sua aflição 
Como um grito de esperança 
Rasga a teia da solidão 
Como as ondas 
Simplesmente vai 
Segue o coração.


09 Repente
Nem o rato 
Nem o gato 
Nem patativa do norte 
Só o ato 
Só a vida 
É mais ativa que a morte


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