sexta-feira, 28 de agosto de 2015

20150828 Nós e a Urbe

Que tesouros guarda a memória de uma cidade?

Onde estão eternizados senão em sua arquitetura?

Na esquerda da casa azul a casa em questão.
Ambas eram muito semelhantes.

Ao ver cair a fachada de uma casa na Rua Antonio Bento, num retorno matutino da Igreja do Coração de Maria eu me assustei.

As marretas dos meninos nos andaimes eram ferozes. Pancada após pancada punham ao chão pedaços de um passado. Não vivido por mim, evidentemente, mas alguém nas décadas de trinta, quarenta e até o ano passado ali viveu e teve sua história.


De imediato Dona Ana se apresenta como personagem de uma crônica já presente no livro "Grãos do sentir e do Pensar".

Mas pensava mesmo é no "progresso" da Rua Pasteur, onde vivi dos três aos trinta anos. E penso ainda em todo o Bairro da Pompéia cujos patrimônios arquitetônicos em quase sua totalidade vieram ao chão. Presentes apenas na memória daqueles que ali viveram ou ali tiveram sua vida acadêmica. E não são poucos em nossa Cidade de Santos os alunos dali saídos para a vida profissional.


Nossas ruas; nossas casas; nossos espaços públicos merecem respeito. Desrespeito a eles é desrespeito a cada um de nós.


Se perdermos a sensibilidade com relação a isso; é bem provável percamos a sensibilidade quanto a outras tantas coisas de humana importância.


É sempre bom lembrar disso!


Paulo Cesar Fernandes

28/08/2015

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