terça-feira, 11 de agosto de 2015

20150811 A ilusão e o rio da vida

A ilusão e o rio da vida


Carinhanha - Margem do Rio São Francisco


Sento Sé - Margem do Rio São Francisco





Se a ilusão bater em minha porta.
Atendo não.
Os frutos dela comprados, são por demais amargos.
Comprei no passado e arrependi.
Cerpessoas. Cercertezas. Ceropiniões.
Faço fé mais não.
E não me vendam instituições.
Somatória de pessoas apenas.


Me diga irmão meu.
A quem confiar meus sonhos?
Minhas incertezas e delitos?
De antanho praticados?
Não há quem!


O falso suplantou o verdadeiro.
Se fez padrão.
Tempo houve de pura inocência.
Era um Adão, antes do Saber.
Nenhum Mal ao meu parecer surgia.
Tudo era Bem e todos eram Bons.


A vida fez o tempo passar.
Cravei o remo n'água muitas vezes.
O grito da correnteza me fez consciente.
Da falsidade, torpeza, desamor.
Mas dentro do Rio da Vida.
Apenas covarde foge à sua lida.


E segui, já alquebrado.
No painel deste acinzentado mundo.
Baldo de amor, de caridade e, ai que dor:
Forjado de competição.


Em cada porto habitado.
Um só regaço me servia.
De certeza e dignidade.
A família, o meu sangue.
Me acolhendo na tempestade.
E na dor mais pungente chorei.
Dividi dissabores.
E vozes serenas e calmas.
Aplacaram o ódio em minh'alma a se formar.
Mostrando outros caminhos.
Mostraram no LAR um Ninho.
Recanto a trabalhar.


Igreja do Carmo, Ana Costa.
Sinto a resposta do novo a chegar.
Gregor Mendell e Francisco de Assis.
Adentram meu barco e por vezes.
Eles estão a remar.


O rio bravio se acalma.
Chegam novos amigos agora.
Com diversas colorações.
Na luz dos seus passos.
Encontro definições.


Leme firme na jornada.
Do passado resta nada.
Novo tempo intelectual.
Tendo na ética a contrapartida.
Para o sereno respirar.


O nãoEU aos poucos morre.
Nova sorte se instala.
E a Casa se faz um Lar.


No meu antigo navegar.
Mesmo rio, mesmo mundo.
Diferente e forte? Apenas EU.


Jornada longa e turbulenta.
Deságua no amor da travessia.
Amor ao Saber: Filosofia.
O som cristalino e universal.
De todas as artes o Teatro.
Se faz presente afinal.


Tempo a meu favor.
Vejo renascer aos poucos.
Nova crença no amor.
E isto já me basta.
Traz o sorrir, traz o brincar.
Acreditar na Vida!
E Avançar!


Paulo Cesar Fernandes.


11/08/2015


Nota:

Licença poética tão somente.

Cerpessoas = certas pessoas. 
Cercertezas = certas certezas. 
Ceropiniões = certas opiniões.

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