sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Bluesman na Baixada Santista

Eu disse   na   Baixada Santista e não   da   Baixada Santista.
Embora goste de Santos...

Muita gente boa no Brasil toca Blues. Gente que eu não ponho reparo nenhum enquanto músico.
Mas ser bluesman é outra coisa. É uma visão de mundo. E quem tem essa visão de mundo no Brasil vem na Baixada Santista, no SESC, e eu ainda não tenho a data mas não faltará divulgação.

Quem é ele?

Veja a seguir: Fonte: http://www.andrechristovam.com.br/index_biografia.htm

Biografia

Considerado o principal artista do blues do Brasil,
André Christovam traz na bagagem uma história de mais de 30 anos de estrada. Foram anos de  estudos e muitas viagens tocando com diversas lendas do blues.

 

 

 

Nada mais nada menos que Buddy Guy.

Define seu futuro musical quando, em 1974, ganha uma aposta que fez com o fotógrafo, Sérgio Amaral. O pagamento foi o disco "The London Howlin' Wolf Session", que tinha a participação de Eric Clapton. Mas foi o guitarrista Hubert Sumlin, que também fazia parte deste disco, quem o  fez seguir o caminho do blues.

Com doze anos de carreira musical, em 1988, André Christovam grava o álbum "Mandinga", seu primeiro disco pela gravadora Eldorado, e por suas letras em português, torna-se um marco da discografia do blues nacional.

Quando lança seu disco "A Touch of Glass", André Christovam apresenta suas composições em inglês e mostra-se um exímio "slide guitarist". Com bottleneck no dedo, realiza 70 shows em seis meses, culminando com apresentações deste trabalho nos Estados Unidos, no Tobbaco Road, em Miami, lotando a casa por duas noites. Menos de um ano depois, têm início as gravações de um álbum que foi um verdadeiro divisor de águas na história do blues no Brasil. André Christovam, B.B. Odon e a cozinha de Buddy Guy, composta por Jerry Porter (bateria) e J. W. Williams (baixo e vocal) registraram em 80 horas de gravação, o que viria a ser o terceiro disco de André Christovam, "The 2120 sessions".

Ainda em 1991, André decide agrupar em torno de sua guitarra e voz o que denomina "sua formação ideal". Nasce então o André Christovam Trio, por onde já passaram os músicos: Paulo Zinner, Athos Costa, Mario Fabre, Guimo Migoya, Izal de Oliveira, Fabio Zaganin e Maurício Uzeda.

Em 96, André Christovam tem participação em duas músicas do lendário guitarrista Carlos Santana durante sua turnê pelo Brasil. E no ano seguinte entra no estúdio de novo e tira das cordas de sua guitarra, o que ele denomina catarse - a purificação ou limpeza figurativa das emoções de tocar blues por 20 anos no Brasil. O CD gravado recebe o título de "Catharsis" e é considerado o começo de novas aventuras do band-leader e o fim de uma etapa de sua carreira.

A descoberta da compatibilidade dos elementos brasileiros com sua maneira "blues" de tocar, indicam novos caminhos para sua música. Do resultado deste novo experimento, surge o CD "Banzo", o quinto disco de sua carreira, lançado em 2002. "Banzo", vai desconcertar os que vêem o blues como uma música repetitiva, aprisionada em doze compassos e acorrentada aos clichês dos mestres do passado. "Banzo" faz a comunhão do blues com o samba, a world music, a MPB.

Heresia? Lá fora, quem desbrava novos caminhos para esse gênero centenário é considerado ousado e até visionário. O blues já soube fundir-se a gêneros tão diversos como jazz, rock, tecno, reggae, hip hop, música árabe e africana, por que recusar a influência da música brasileira, uma das mais ricas do mundo? "Era uma evolução lógica", afirma André.

Seria mais fácil fazer um bom disco de covers, tocando clássicos que os fãs de blues conhecem e apreciam, sem correr riscos, sem precisar queimar a  pestana. "Banzo", ao contrário, é um disco autoral, com as qualidades e defeitos de quem não se acomoda, pesquisando e experimentando incansavelmente.

As composições, todas de autoria de André, trazem de volta a verve poética que fez de canções como "Genuíno Pedaço do Cristo, Confortável",  Dados Chumbados e "So Long Boemia" (faixas de "Mandinga") alguns dos maiores clássicos do blues nacional.

Graças a um convite de Débora Teixeira do SESC Pinheiros, André foi incumbido de preparar um evento que uniria todas as vertentes do blues brasileiro. O show se transformou num evento de alto luxo e num maravilhoso especial da TV Cultura que foi exibido em quatro capítulos na passagem de ano de 2008 para 2009: O Blues no País do Samba e contou com a participação do mestre Heraldo do Monte, Flavio Guimarães, Greg Wilson, Álvaro Assmar, Carlão Gaertner entre inúmeros outros jovens artistas dos quatro cantos do nosso país!

O ano de 2009 trouxe a turnê de celebração dos 20 anos do disco Mandinga e cortou o país com uma série memorável de shows que além do AC Trio trouxe a contribuição do pianista Adriano Grineberg. "Um outro projeto saiu dos meus sonhos" ele diz. "Ir para a estrada e tocar com o mais importante guitarrista da historio do Brasil: Heraldo do Monte! Após nossa aproximação nas gravações de O Blues No País do Samba, tive a chance de conviver com ele e com Dª Lurdes e fizemos algumas apresentações inesquecíveis. Acreditem, esse projeto vai durar enquanto ele não me puser pra fora da casa dele. Cada encontro é uma aula e para absorvê-la vou levar o resto da minha vida. Heraldo é Jóia Maior da Coroa da Guitarra Brasileira"!

No entanto nuvens escuras rondavam o horizonte: Baixas de grandes proporções vieram para fechar o ano. Após dez juntos o baixista Fabio Zaganin e o baterista Mario Fabre deixaram o trio e seguem suas jornada com nossa torcida! Uma nova formação do trio então foi formada com dois músicos que migram da cena musical de Salvador - Bahia - Maurício Uzeda no contrabaixo e o argentino Guimo Migoya na bateria. Essa versão do AC Trio passou boa parte de 2010 na estrada, foram vistos nos Festivais de Brasília e de Rio das Ostras e ainda juntaram-se a Luis Carlini e Álvaro Assmar para abrirem os shows de Johnny Winter no Canecão do Rio de Janeiro e no Via Funchal em São Paulo, percebam a opinião dele a respeito desse episódio: -“Patético, trazer artistas de tamanha relevância mundial ao nosso país quando estão nos estertores de sua carreira e nem sombra de sua grandeza chega a ser projetada é uma vergonha. Fazer parte disso me deixou vexado e muito triste”.

Em Setembro de 2010 o maior dos baques, Dª. Cida, mãe, maior conselheira e amiga vem a falecer após um acidente doméstico menos de um mês após completar 90 anos. –“A perda é enorme e não há reparo que conserte o vazio. Mas, uma vida como a dela é razão para celebramos em todas as instâncias. O baile lá em cima ficou mais animado e agora é meu pai que ficará com os cabelos em pé para controlar tanta energia!” Após esse acidente André tirou o resto do ano para curtir o silêncio dessa nova etapa e com a ida de Guimo para Argentina a nova formação do AC Trio se desfez.

E para 2011, como se faz para celebrar 35 anos de uma jornada tão especial? O ano começou com a oportunidade de tocar os arranjos do amigo trombonista Bocato com a Orquestra Sinfônica Municipal no Aniversário de São Paulo.

Regidos pelo Maestro inglês Nelson Wong e ao lado dos músicos Andréas Kisser (Sepultura), Mingau (Ultraje) e Japinha (CPM22) formaram o núcleo musical que acompanhou Kid Vinil, Paulão (Velhas Virgens), Badaui, Supla, Paulo Ricardo, DH, Zeider,Tony Campello, Clemente, Malu Magalhães e os irmãos Vecchione (Made in Brazil) além dos rappers Rappin Hood, Thayde e DJ Hum num evento portentoso de mais de 2 horas de duração e mais de 10 mil pessoas assistindo em plena Praça da República!

 “É, foi um bom começo de ano, aprendi muito com a vitalidade, dedicação e musicalidade de todos os envolvidos, principalmente do Japa, do Mingau e do Alemão (Andreas Kisser), uma aula de humildade e amor à música. Nenhuma atitude presunçosa, nada de egocentrismo, extrema pontualidade... Uma vibe maravilhosa! Inesquecível pena que foi uma vez só! Mas, no mais estou avesso a celebração e mais interessado em estudar guitarra, dividir meus novos conhecimentos com alguns alunos que já são parte da família e passear com meus filhos e meu cachorro... Nada muito grandioso. Mas, um germe teima em cutucar essa tranqüilidade... Há a idéia de reunir-me com o Mario e o Fabio para comemorar esses “35 anos de loucura” em junho e nos encontramos para possíveis gravações, já conversamos e está tudo encaminhado, mas sem afobação porque com a falência do selo Eldorado e a infinita re-organização do sistema de divulgação e venda de música nos tempos atuais, ainda estou absorvendo opções e estudando alternativas. Devagar... Bem devagar... Se existe uma verdade a ser dividida é que ainda amo compor e gravar. E mais ainda quando esses dois senhores estão envolvidos no projeto”.

Uma novidade, no entanto, nos deixa curiosos: Ao lado do amigo e ex-aluno Gabriel Nascimento prepara-se para colocar no mercado uma produtora com a intenção de atuarem no ramo de shows internacionais. A Main Stage SP, mais sobre o assunto em breve!
 
-"Tocar sempre, estudar todos os dias, amar o que faz e agradecer a Deus pelo privilégio de nos dias de hoje, nos ser permitido viver exclusivamente da arte que divisamos dentro de nossas almas! É o que, além da minha família, faz com que eu levante todos os dias com o coração leve e muita disposição" diz André.

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Algo sobre o Blues:


Eric Clapton afirmou que de todos os gupos do qual ele se desvinculou, só ocorreu pois estes queriam fazer um trabalho mais pop. Mais comercial, deixando o Blues de lado. Nessa hora ele pulava fora. E sentenciou:

"Compreendi, em determinado momento, que meu compromisso nesta vida era com o Blues. E sigo fiel a esse compromisso até hoje."

Isto num documentário sobre Blues de Martin Scorcese.
Nesse mesmo documentário B. B. King afirma com a maior humildade:
"Não fossem os ingleses terem se interessado pelo Blues, todos nós estariamos morrendo de fome".
E os inglêses que ele se refere, além de Eric Clapton, é claro; eram os Rolling Stones; Eric Burdon and The Animals; só prá citar os que me ocorrem agora.

Nascido das canções de trabalho dos algodoais do  sul dos EEUU, e do trabalho nos portos da Costa Leste do mesmo pais, o Blues é uma visão de mundo. É uma ótica, a meu ver algo ideológica.
O verdadeiro Blues jamais perde a marca de sua origem negra e sofrida: é um lamento.

ATENTOS! O único Bluesman do Brasil estará em Santos.
Fiquem ligados!

Paulo Cesar Fernandes
12/10/2012

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