quarta-feira, 7 de outubro de 2015

20151006 Bairro mutante

Bairro mutante




Conhecer minha cidade.
Reconhecer espaços novos.
Nos lugares onde habitei.
Cai por terra a memória real.
Resta a mim a virtualidade das lembranças.


Nada de saudosismo piegas.
Hoje é melhor que o passado.
Mas no concreto o que fazer?
O concreto cobriu o passado.
Arquitetura é Cultura e Memória.
Pobre do povo sem ela.
Sem Arquitetura.
Sem memória.
É povo vazio de si.
Povo perdido no Nada.
Na competição.
No suicídio e morte.


É são sobreviver.
E viver com as memórias.
Na rua da infância.
No terreiro do quintal.
Cela do pião.
Moleques na pelada.


Um bairro limpo de crianças hoje.
Um silêncio triste.
Sem algazarra infantil.
Já fostes melhor meu Gonzaga.
Com vozes de mães.
Chamando ao banho.
Malas jogadas ao canto.
E a pelada rolando na tarde.


Mas tudo passa!
Tudo tem que passar!
Será que sim?


Paulo Cesar Fernandes.

06/10/2015.

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