sexta-feira, 20 de julho de 2012

Tarefa para grandes almas.

É noite. 20 de julho. A cidade quieta como quê.
E eu pensando em nossos povos. No Blog de um jornalista recebido via e-mail de um irmão matogrossense, o Guapo. Digo irmão pelo comum amor aos povos e sua cultura. Cultura dos povos e cultura  musical do Guapo. Sabe tudo e não empina o nariz. Na simplicidade admirável, vai fazendo e dizendo das suas coisas. Das coisas pantaneiras que tanto ama.

Em resposta disse a ele:

Abri a página.
Pelo jeito vou precisar de babador e lençol... rsrsrs
Gosto muito dessa cidade. Desse povo simples de São Gonçalo e seus/suas ceramistas...
Um povo que não segura sua cultura vira satélite de outro país.Obrigadão
PC
Vejam o link:
Tyrannusmelancholicus.blogspot.com
Fátima Sonoda & Lorenzo Falcão

Mas um povo que não cultiva sua cultura, acaba a perdendo e se tornando colonia no mais triste dos colonialismos, colonialismo cultural. Presente em todo canalha vende pátria de nossos paises. Em geral da burguesia, ou um sem um tostão no bolso e arrota caviar. Pelo menos assim o diz. Gente asquerosa presente da Patagônia até Santo Domingo, Haiti e o escambau.

Caminho com o pensamento em minhas vivencias matogrossenses, e vejo entre as lembranças o Senhor Diretas, e Prefeito de Cuiabá quando lá morei. Dante de Oliveira, em sua simplicidade em jeans, camiseta e tenis. Os grandes homens não hostentam grandeza, sua grandeza emana do seu viver simples. De todo o seu ser, na concepção hegeliana de ser como espirito.

Veja Pepe Mujica do Uruguay. Quer exemplo mais forte. E tenho certeza que além da simplicidade, amor a seu povo, não faz acordos deploráveis e asquerosos, como cansamos de ver, sem o menor pudor e vergonha na cara.


Mas voltemos ao povo ribeirinho deste Brasil. Rio Cuiabá, meu Coxipó da Ponte, Rio São Francisco, o Velho Chico de tantas historias e estórias que habitam suas margens no imaginário dessa gente fertil e criativa.

Na Bolivia recolhi casos de sindicalistas, tanto bolivianos como do Peru.

Esse amálgama de encontros nos vai forjando um outro homem, e nos empurrando para aquilo definido por Amilcar Cabral como "Suicidio de Classe". Morremos como burgueses ou pequeno-burgueses. Morremos para toda a burguesia, e nos transpomos para os valores, forma de ver e de viver do nosso povo. (Amílcar Lopes Cabral (Bafatá, Guiné-Bissau, 12 de Setembro de 1924 — Conacri, 20 de janeiro de 1973) foi um político da Guiné-Bissau e de Cabo Verde.). Renascemos assim numa nova condição, nova postura, nova vida. Perdemos gente que não entende. Até no seio da familia. Mas todo idealista acaba perdendo. É o processo natural da incompreensão humana que quer todo mundo pensando igual a eles em seu autoritarismo. Algumas perdas doem, outras são um alivio, e assim vai  a coisa.
Não é fácil não, até porque são valores arraigados em nossa alma, en nossa emoção, vindos do pai e da mãe, recordações de infância, através do que há de mais forte, seu amor paterno/materno.


Mas precisamos respirar. E respirar em LIBERDADE. Para, só assim, fazer nosso #Suicidio de Classe#, algo incompleto e falso, apenas colocando um bonezinho dos trabalhadores do porto no meu caso, mas muito mais forte que isso é o coompromisso interno do militante para consigo mesmo. Um pode enganar ao mundo mas jamais enganará o espelho.

Militância séria é uma decisão solitária e individual. É um perder-se do mundo para viver essa experiência. Uma experiência de valores, onde cargos e projeção estão fora de questão.
Uma espécie de sacerdócio, pautado na Razão, na vontade de mudar veramente a vida, e na escolha do povo mais simples, para aí semear a libertação e o humanismo, o amor e a solidariedade entre os povos que nos são próximos.

Mesmo que as instituições de um pais percam seu rumo no tocante à dignidade isso não nos afeta. Nosso foco não são os governos, nem para combater, e menos ainda para aderir.

Corremos por fora, distantes dos páreos oficiais.
Sentaremos no chão, sob uma mangueira qual Professor Paulo Freire, e compartiremos a vida com os povos de todos os nossos paises, chamemos de irmãos, companheiros, camaradas, senhor, senhora, amiga; isto não importa. Cada um deles lerá em nossos olhos a sinceridade de nossos propósitos e acreditará em nós.

Da mesma forma que creio em Che Guevara e não em Fidel no tocante à sinceridade; da mesma forma que admiro Giordano Bruno e não a Galileu Galilei.

Giordano Bruno jamais negou suas convicções, e por elas morreu.
Somos todos Giordanos Brunos necessários em nosso tempo, já que as religiões todas estão indo pro saco. Em que pese a ilusão do contrário. Número não é qualidade e mesmo os numeros são pura ilusão. Se um censo for mais rigido na análise das atitudes teremos mais agnóstico e ateus que qualquer outra coisa. Felizmente!


Bem. Um novo mundo é possivel.

E virá apenas de gente digna, os demais já c...ram demais neste mundo, podem morrer, desaparecer, são lixo não reciclável, nada podemos fazer com eles.

A construção do futuro vira de gente compromissada com os povos HispanoAmericanos e não com os poderosos de cada localidade.
Gente que caminha sobre a macia grama do dever retamente cumprido.
Pois estes terão vida. E VIDA em abundância ! ! ! !

Tal qual nos ensinou um homem como nós, idealista, digno, dizia sim sim não não, e expulsou sem medo os mercadores do templo.
Andam mercadejando milhões de vidas humanas, dezenas de Holocaustos ocorrem sob nossas barbas.
A imprensa não pauta isto. Prostituta e lacaia tal qual é.
Filósofos e sociólogos do porte de Zygmunt Bauman e Slavoj  Zizek são as vozes (pouco ouvidas pela ignorância geral) a se contrapor a toda barbárie nascida da Globalização.

Chegou nossa hora de testemunho contra os mercadores de nossas vidas neste Planeta Terra.
Com paz no coração, e firmeza inabalável em cada um de nossos atos mudaremos o mundo.
Antes tarde do que nunca. Confie no seu taco!
Vamos nessa? Tens a coragem? Os pré-requisitos?
Bola pra frente e nada de retranca!

Paulo Cesar Fernandes
20/07/2012

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