terça-feira, 3 de julho de 2012

20111231Operário

Operário

Segundo meu pensamento, operário é quem tem que levantar antes das 10 da manhã.
Tive neste ano de 2011, os 7 primeiros meses de operariado, e 5 de libertação e possível criatividade.
Não, não, não pense que fiquei inútil. Minha casa está legal. Reformada em parte. Li e escrevi muito mesmo. Fichei e sigo fichando livros.
O fato de poder deitar a qualquer hora é uma dádiva. Descobri que as idéias só saem de seus nichos pela noite, nas quebradas do silêncio, somos capazes de capturá-las tais quais moscas ou borboletas, e rapidamente transcreve-las no papel mais próximo.
Idéias são ansiosas, se não as atendemos de pronto, se desfazem no ar, deixando-nos apenas com fragmentos seus e uma sensação de perda.


Fui liberto em Agosto.
E estive disponível a elas grande parte desse tempo.
Grafando-as ou digitando-as como agora faço.
O ser não-operário muito me ajuda nesse mister. O ócio é amigo da poética e da escritura.
Quando era operário de informática, e me via envolto em grandes projetos, ou projetos de grande envergadura, toda a energia se concentrava no cerne das questões relativas à perfeição da arquitetura do projeto. Não sobrava energia para a poesia, para a intelectualidade, para nada. Era pura e simplesmente um operário.

E ponto.

Agora a vida me abre possibilidades. Bons ou mediocres registro meus versos.
Leio meus pensadores. Escuto meus músicos. Minha espiritualidade não é religiosa.
Tem outra categoria que ainda não sei nominar. Vivo na imaterialidade. Distinta do "mundo das idéias" de Platão. Embora composta das idéias, do pensar, e do desdobrar-se sobre esse pensar para um novo pensar. Para que nunca um pensamento tenha a possibilidade de se cristalizar e se  converter em ortodoxia.
São muitos e muitos anos que destrui a possibilidade da Verdade.
Não quero e não tenho Verdades ou verdades, bem como me distancio das mentiras.
Busco apenas me pautar por 3 eixos existenciais: Liberdade Plena; Razão Cristalina e Amor a tudo que vive.

Como focos maior do Amor: 1) os meus familiares (acima de qualquer coisa); 2) a Filosofia 3) a Música. Estas duas últimas se alternando conforme a ocasião.
Todo o resto é apenas paisagem. Faz parte do todo, é bela, compoe algo, tem minha admiração por vezes, mas não passa de uma paisagem.

Paulo Cesar Fernandes - 31/12/2011 23:57

Nenhum comentário:

Postar um comentário