terça-feira, 24 de julho de 2012

Primeiro disco ninguém esquece

Tal qual primeira relação sexual, prazeres diferentes mas inesquecíveis.
E o compacto duplo tinha essa música.
Quatro jóias musicais dos Stones.




As Tears Go By
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Jagger/Oldham/Richards


It is the evening of the day
I sit and watch the children play
Smiling faces I can see, but not for me
I sit and watch as tears go by
My riches can't buy everything
I want to hear the children sing
All I ever hear is the sound of rain falling on the ground
I sit and watch as tears go by
It is the evening of the day
I sit and watch the children play
Doin' things I used to do, they think they are new
I sit and watch as tears go by
Mm mm mm...


Essa música..... Além de: "I can get no satisfaction", "Get out of my cloud"; and "Ruby Tuesday".
Get out... tocou até eu cansar, e não cansava... hoje ainda gosto.


Tocava num pick up adaptado num radio mono, esse arranjo do pick up plugado no rádio quem fez foi um amigo do meu cunhado, a pedido dele, pois o Milton sabia o quanto eu sou maluco por música.
Em toda minha vida ganhei  muitas coisas, nenhuma delas me tocou como esta. Eu estava apto a ouvir música na minha casa e a música que eu  quisesse.
Quando vi aquilo na mesma hora fui ao Tremendão e comprei os Rolling Stones.
A musica usada nas rádios era "I can get no satisfaction", mas para mim até hoje, como Rock "Get out of my cloud" é superior.
E no mesmo disco ganhei de presente essa jóia que é "As tears go by", uma grande brincadeira que os Stones sempre fizeram com os nomes das músicas.
Como tinha "As time goes by" do filme Casablanca, tenho certeza ser idéia do Keith Richards colocar esse nome na musica linda tal qual é "As tears go by".
Quando os Beatles lançaram "Let it be" (Deixa estar), os Stones fizeram uma musica chamada "Let it bleed" (Deixa sangrar), sempre tinham uma grande sacada. Sempre foram os "outsiders". Enquanto os Beatles eram os bons meninos e tal.


Richards é o crânio do grupo.
Enquanto Jagger faz a mis-en-scene (?), com suas palhaçadas, e suas frescuras, o Richards só fica no fundo fazendo vocal, tocando uma bela guitarra e pronto.
Mas fez uma apresentação primorosa num documentário sobre o Chuck  Berry. E eu não consegui esse documentário. Vi na TV e ficou por aí. A forma carinhosa que ele lidava com Berry era de travar a garganta. Mas voltando...


O Tremendão era uma loja de discos de uns amigos que a gente ficava importunando querendo ver o que tinha chegado de novidades e eles pacientemente aturavam o "cardume" de adolescentes. (Adolescente só anda em grupos, que eu chamo de cardume.) Ficava numa galeria que existe, passei nela hoje, em frente ao Colégio São José, na Avenida Ana Costa em Santos.

Falo de Santos sim, pois amo minha cidade. Minha cidade, mas cidade do Pelé, do Robinho, de Thaná Correa um baita cara de teatro, falando em teatro nada mais nada menos que Plinio Marcos é de Santos. Eu o acho melhor que o Nelson Rodrigues.
Há uma sutil diferença entre os dois:
Nelson só escrevia suas peças pesadas; Plinio Marcos nasceu e viveu na Região do Mercado Municipal de Santos onde na sua época a barra era pesadona. E alem disso era um baita ator. Atuava inclusive na vida. Sempre fazendo piadas e vendendo seus livros como mascate na saída dos cinemas de Santos. Na Avenida Ana Costa, a cinelândia santista.


Sempre dizia:
"Eu sou imortal! Não tenho onde cair morto!"
Valoroso e saudoso Plinio, que estejas em harmonia mantendo o humor em alta.


Paulo Cesar Fernandes


24/07/2012

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