quarta-feira, 14 de agosto de 2013

20130811 Palavras agonizam em mim


Palavras agonizam em mim




Não te sinto mais, perto de mim. Já não és a primeira, a segunda já não és. Tuas palavras de mim se afastam para mergulhar no Lates, o grego rio do esquecimento. Já não me dizes, e eu; eu já não me digo por ti.

Os esforços por ter a ti dentro de mim se perderam no tempo. Desgaste. Tristeza. Desilusão. Somos distantes hoje.

Conheço-te e reconheço, mas não me tocas a profundo o peito, como o fizestes no passado.

Não somos estranhos, mas não és mais.

Sem ti me valho de outras, com prazer, por vezes errando mais que errei contigo. Mas delas obtendo mais prazer, a cada palavra, em cada expressão uma exatidão maior.

Penso mais nelas, penso mais através delas: a espanhola; a italiana; a francesa; e a alemã me dão mais prazer.

Não as domino como a ti dominei.

Mas as amo como amei cada vocábulo teu no passado.

Ainda te guardo em mim; e cada vez menos, por isso temo.

Temo pelo dia que entre nós, apenas reste a expressão:

_ So long, baby. Bye. Bye.

 

Paulo Cesar Fernandes

11 08 2013

 

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