sexta-feira, 2 de agosto de 2013

20080606 Acerca dos símbolos Algo de Semiótica


Acerca dos símbolos Algo de Semiótica


Como se estrutura nosso pensamento?


Através de símbolos.


Imagens, sensações, lembranças, e uma série de outras coisas não passam de símbolos.


Será que estou certo?


Vejamos o aroma da Dama da Noite, este aroma me remete a um determinado momento da infância; uma determinada situação familiar, quando um primo comprara uma TV e pela primeira vez eu veria uma imagem televisiva. Os demais membros da família já haviam tido uma TV numa padaria de meu pai em São Paulo. Na Vila Bela próxima a São Caetano do Sul.


Sempre esse aroma me traz o símbolo desse momento.


Tomemos a música, como outro exemplo a ser trabalhado.


Que é uma música senão uma série de signos inseridos numa folha de papel com conjuntos de 5 linhas. Mas para cada componente de uma orquestra isso se reflete de uma determinada maneira. Com uma significação específica, permitindo-lhe a participação no momento exato do seu instrumento.


Para mim. Neófito que sou é apenas um documento. Mas também me remete a um momento da vida, quando via primos com aulas de solfejo e harmonia. Aulas que não podia participar, evidentemente.
 
Voltando aos signos.


Casa vez se consolida mais dentro de mim a certeza de sermos seres a se movimentar pela vida através de elementos semióticos.


Os sentidos são o portal pela qual os signos/símbolos chegam até nós. E se apresentam das mais diversas formas.


Um símbolo, diante de um grande número de pessoas pode assumir as mais diferentes significações. Tomemos uma bandeira por exemplo. Num pais ela terá semelhantes significações. Apenas semelhantes. Uma vez que cada cidadão terá para com esse símbolo uma postura, uma valoração; reverenciando-a ou não, seguindo as suas mais profundas convicções. Mesmo que exteriormente cumpra com as normas sociais advindas de seu lugar enquanto cidadão de um determinado pais.


Se a um deficiente visual entregarmos uma bandeira sem lhe dizer do que se trata, ele a terá por um corte de tecido tão somente.


Ao ser informado toda sua postura muda. Somos culturalmente formados para reverenciar os símbolos nacionais.


Na verdade culturalmente e ideologicamente formados nesse sentido.


Todos os governos tem interesse em ter servos a seu serviço. Seguindo cegamente os seus ditames. Para isso se valem dos símbolos/signos nacionais.


Eu me pergunto: como fazem os novos estados da extinta União Soviética para poder aglutinar a energia de todo um povo, voltando-a para novos signos?


Essa é uma das questões que por um tempo mais estarão em aberto para mim. Pois o amor por nosso país, por nossa cidade, se estabelece na relação com o lugar.


Há pessoas cujo vínculo nunca se estabelece, e migram pura e simplesmente. Nada as relaciona com seu lugar de nascimento. Acabam muitas delas se relacionando com o país ou a cidade que lhes deu acolhida. E adotando como seus os signos de seu novo lugar. Muitos imigrantes no Brasil assim afirmam: “Eu nasci lá, mas sou brasileiro de coração.”. E em verdade reverenciam os símbolos do Brasil, sem deixar de amar seu país de origem, mas já tendo um outro referencial simbólico-afetivo.


De tudo isso que podemos concluir?


As nossas relações com o mundo ao nosso redor são sempre mediadas por signos e símbolos de toda sorte.



Paulo Cesar Fernandes


06 06 2008

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