sábado, 30 de junho de 2012

Servidão moderna

Servidão moderna
Jean-Francois Brient

“É o mal destes tempos, os loucos guiam os cegos.”
William Shakespeare

A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais. Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que os admite se demonstrarem estar suficientemente amansados. Eles mesmos elegem os amos a quem servirão. Para que esta tragédia absurda possa ter ocorrido, foi necessário despojar essa classe da consciência de sua exploração e de sua alienação. Eis a estranha modernidade de nossa época. Como os escravos da antiguidade, os servos da Idade Média e os operários do início da Revolução Industrial, podemos dizer que estamos hoje diante de uma classe totalmente escravizada, mas que não o sabe, ou melhor, não quer saber. Eles ignoram a rebelião que deveria ser a única reação legítima dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que lhes foi planejada. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraca.


Jean-Francois Brient, nasceu nos subúrbios de Paris em 1975, filho de um pai pilantra e uma mãe cabeleireira apaixonada pela cultura clássica. Professor de literatura, de história e de Latim, ensinou primeiro em Paris e a partir de 2002 na América Latina. Iniciou escrevendo canções, roteiros de filmes e livros em 1990. É conhecido por seus companheiros por sua tendência ao álcool e aos excessos. É a favor da abolição das fronteiras, das religiões, do Estado, da família e do trabalho alienado. Considera-se um revolucionário.

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