sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

20150116 Acerca da Arte

Acerca da Arte


A Arte nasce natural, como nasce uma planta, muitas delas nas condições menos prováveis. Àquele sem arte, lhes podemos
colocar na mais perfeita estufa, com todas as condições e jamais será convincente.



Eu falo de Teatro. Me refiro ao Teatro mais fortemente.



Alguns atores há; ou talvez a sua grande maioria; jamais conseguem ser outra coisa além de rudes variações de si mesmo.



O verdadeiro ator é um camaleão constante; num mesmo trabalho de atuação, se faz outro a cada instante.



A arte de verdade é nascida da verdade da Cultura; das horas e anos de leituras das mais diversas. Sem temas fixos ou préestabelecidos. Tudo é fonte de prazer ao ávido do saber.



Tudo lhe diz respeito pois humano é.


E tudo do humano lhe diz respeito.





Não Flávio Rangel! Jamais sairás igual de uma peça de teatro protagonizada por um ator de verdade. O trabalho dele te toma
todo e te domina. Beberás cada personagem seu, como o néctar dos deuses.



Os demais atores? Brilharão sim. Pois quem é verdadeiramente grande carrega consigo todos ao seu redor, todo o seu elenco.
Abre deixas aos companheiros para a projeção do seu trabalho.



Um grande ator deve ter, antes de tudo, grandeza de alma. E no contracenar ele ensina.



Por ser labor coletivo, dentro e fora do palco tudo se enche de amor. E todos os egos se apagam em benefício do resultado
final: o prazer do público.



Somos sempre famílias. Desde as pequenas escolas de teatro espalhadas pelo pais até a EAD (Escola de Arte Dramática) da USP. Ou, melhor dizendo, do Doutor Alfredo Mesquita.



Somos todos. Os de cá e os de lá da vida devedores do Doutor Alfredo Mesquita. Ele soube ver o Brasil e seu Teatro no início
do Século passado e teve a coragem de agir. Agiu para deixar algo. Talvez simples para a pretensão de alguns; mas grandioso em seus resultados.



Não me parece possível um ser humano distante da Arte. Alguma forma de Arte deve ter.



Talvez estes tempos. De rudeza preponderante, possam ir apagando talentos, dessensibilizando pouco a pouco; a ponto de um dia, todo homem ser uma lápide fria se movendo dentro da cidade.



Até lá artistas, cumpram vosso dever com devoção; dando ao mundo o melhor de cada um de vós: a sensibilidade.



Quem sabe assim, todo o processo se reverta, e a Arte volte a brilhar com o condão de desenvolvimento integral do Ser.



Portal Fernandes

16/01/2015

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