quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

20140227 Menino eterno

Menino eterno



O espetáculo das aves saltando entre antenas de TV extasia meus olhos de menino eterno.


Sempre envolto e ocupado no desvendar a natureza.


Quero livres a plantas: maracujá; a bucha; a gibóia e as rendas portuguesas.


Quero livres os animais todos, assim como busco a libertação do animal homem; todos formatados para servir, ser servo dos outros, desvinculando-se da individualidade que lhe é própria. Que o constitue e anima.


Sei que é fim de tarde.


Desde menino esse momento tem um acesso privilegiado sobre meu interior. É um momento que me chama pelo nome. Apela à minha atenção. Atenta à minha sensibilidade humana.


É a hora das Aves. É a hora dos encontros. Dos abraços sinceros entre antigos amigos. É a hora das mais doces palavras no retorno ao Lar.


A própria natureza se movimenta mais quieta e respeitosa no preparo da noite.


A alma humana, quando atenta, registra tão somente o seu sentir.



Paulo Cesar Fernandes

27 02 2014

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