sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

20140207 Caminhada

Caminhada


A vida é veloz demais para manter rancores.


Bom é pegar o cavalo e seguir afora nos rumos do estradão.

Pois as veredas são muito maiores que o próprio sertão.


E atento nos caminhos, pois nem todo atalho chega a bom lugar.


Muito atalho leva a lugar nenhum, deixando nada em seu lugar. É voltar no percorrido e vez mais recomeçar.


E não maltrata o animal, dá-lhe água, dá-lhe comida, mais de tudo dá-lhe um tempo de descansar. Depois deixa ele te levar, pois sabe mais dos caminhos guiado pelo instinto.


Nosso instinto é o inconsciente, reprimido vida toda, deixa ele falar, pegar distraidos nas terras do poetar. Menino esperto desperta e nos leva a caminhar.


Deixa falar o impulso como cavalo a corcovear. Dessas horas que brota, que de melhor a terra dá. Na palavra, no gesto, no som aí o ouro está.


Deixa fluir o impulso, deixa o bicho corcovear.


Nos sertões ou nas cidades, sempre há lugar prá chegar.


Paulo Cesar Fernandes

07 02 2014

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