domingo, 31 de março de 2013

Terra, terra, meu chão, meu rincão.


Terra, terra, meu chão, meu rincão.

 

Um homem nasce e com seu chão já faz seu vínculo.

 
Nesse pé de terra aprende a andar. Primeiro engatinhando, e pouco a pouco se vai pondo em pé. Faz-se firme, e se humano é, dela se aproxima mais e mais.

 
As aves de seu pago e seu canto. Os rios, ruas e recantos. Todos vão o marcar pela vida em sua trajetória. Marcas de fogo nos recessos da alma.

 
Se a vida o desloca dali afora, nada lhe fica distante jamais. Há sempre em suas mãos, a sensação dos grãos, a areia que o viu engatinhar. Sensação que o mundo não tira.

 
Nossa cidade, nosso pago, é muito mais dum pedaço de terra, é muito mais que todos os nossos sonhos. São as vozes e falas de nossa gente nos ecoando nos ouvidos; os cheiros de nossas feiras; dos nossos mercados populares, onde nosso sangue corre igual, numa irmandade sem par.

 
Puro sentimento!

O rio que corta minha cidade!

O mar que banha minhas praias!

Casas dos meus bairros: Gonzaga, Vila Belmiro.

 
Lembranças tantas acumuladas: o beijo; o seio; a maciez; a pele leitosa e seu aroma.

Cativos do torrão que nos viu nascer, ganhar corpo, e avançar na vida.

 
Rincão hermoso, ponto de folguedos tantos: a rua; o jogo; a praia; a viola no meio da noite, ao rés da calçada...

 
Terra minha. Comigo te levo por este mundo afora; caso a vida me empurre, me afaste, me ponha fora. Nada mais me tira o que tão fundo forjastes. Ideias, sonhos, energias, emergidas do teu chão, coisas todas comandando meu coração.

 
Torrão natal, torrão natal!

A ti, te devo a vida. E o que trago de emoção.

Saibas enfim. Tu e eu somos apenas um.

 

Paulo Cesar Fernandes


30  03  2013

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