sexta-feira, 13 de abril de 2012

Felicidade

Que negócio é esse que todo mundo procura?
A mulher sai pela casa, procurando por todos os recantos.
Nada consegue ver, e ela sabe não ser material e palpável.
Mas seu desespero a impele como se tivesse perdido algo de muito importante.
Telefona para os amigos dizendo que lhe faltava algo.
Faz cursos com o Mestre Yasmin; com o Mestre Tibetano Yuha; vai a Centro Espirita; de Umbanda; Santo Dime; etc.
Tocava sua vida levando a cabo as atividades que sempre desempenhara, mas...
Faz análise freudiana; junguiana; comportamental, individual, grupal, grito-primal, etc.
Nada.

Um dia de exaustão se joga na cama e desiste de buscar...  solta o pensamento e adormece....

Acorda com uma idéia clara e distisnta: colocar no papel cada um dos aspectos que compunham ou fustigavam sua existência.

Assim o fez.
Ao final, levantou da mesa e foi à janela ver a rua e pensar.
Nasceu uma idéia que falou em voz alta::
_ Será que todos os papéis espalhados na mesa eram todos papéis importantes que tinha que desempenhar na existência?
Teve medo do pensamento que lhe veio mas seguiu adiante: jogar fora tudo que não fosse verdadeiramente essencial para sua sobrevivência.

Passou pela mesa cheia de papéis sem olhar. Pegou um grande copo de chá gelado, se encheu de coragem. Parou em pé diante da mesa. Eram doze papéis sobre a mesa: papel de filha(Familia); profissional; consumidora do produto a; academia B; etc
Já tinha se desfeito de sete papéis jogando no  lixo. Restavam: Família; Amigos; Caminhadas; Animais; Plantas.

A tensão por que passara a havia feito suar nas mãos e no rosto. Foi ao banheiro lavar mãos e rosto.
Feito isto se poe a admirar seus imensos olhos azuis. Olha mais e com mais admiração. Se afasta e se aproxima do espelho várias vezes, curtindo sua beleza mesmo.
_ Belos olhos voce tem, menina. E olhava mais fundo ainda, olhava como se visse a própria alma.

CAI UMA BAITA FICHA!!!

_ Aí está voce? Mas é claro que eu não podia te ver. Eu nadava entre dificuldades acessórias. Só no momento em que me desfiz delas, me despojei de seu peso, que a leveza pode tomar conta de mim.
Flutuou até a sala.
Não sentia o chão sob seus pés.

Diante da mesa um sorriso de felicidade veio a seus lábios. Uma lágrima de felicidade desceu-lhe rosto abaixo. Abaixo daqueles olhos, imensamente azuis.
Diante de si estava apenas o essencial. E descobrira que a felicidade sempre habitara sua alma, mas nunca lhe dera atenção pois sempre atentara ao que os outros davam importância. Estava atada aos outros e aos ditâmes das demais pessoas.

Quando se fez livre de tudo e de todos, aí sim conseguiu ver a felicidade, e, mais que isso, vivê-la intensamente.

Paulo Cesar Fernandes

13/04/2012


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