sexta-feira, 28 de novembro de 2014

20140120 Veredas existenciais


Dor. Pois damos demasiada importância a nós mesmos, a nossas infantis ilusões, às coisas buscadas: quer materiais ou sentimentais; porém sempre idealizadas e, infelizmente colocadas distantes de nossa essência.


Aliás, nesse processo não temos essência, somos somente uma busca perambulando por las calles, e jamais encontramos o real caminho de nossa interioridade, quem realmente somos, ou queremos ser.


Vagamos, não vivemos.


Somos corpos se deslocando sobre as sombras, e tendo atadas aos pés as correntes pesadas das ilusões trazidas da família, da escola, dos amigos e colegas. Todas aceitas por nós sem a menor reflexão racional.


Somos espectros. Alguns por toda a vida. Outros rompem o processo. Dão às costas à sociedade e às opiniões exteriores às próprias reflexões.


Alguns fatos de destacam nesse corte radical:

1. a solidão, para alguns assustadora;

2. a libertação para viver e voar; quer simbolicamente, quer nas asas de um planador qualquer;

3. morre o Ente de nosso passado, e assim passamos à categoria de SER. Com novas posições e posturas, novos perigos a enfrentar, e desafios a vencer.


Porém, mais que nunca, seremos um devir ambulante, capaz de traçar seus roteiros e encena-los; ou por eles enveredar com todas as suas marchas e contramarchas.


Tidos por loucos, seremos a coragem a se deslocar por todos os espaços. Dentro e sobre nossos mais profundos anseios. Rompendo nossas limitantes.


E finalmente, talvez possamos ser uma inspiração aos espíritos sagazes, capazes de sair em busca do novo para suas existências.


Que assim possa ser!


Paulo Cesar Fernandes

20 01 2014

P.S.: Texto dedicado a João Guimarães Rosa, um mestre perene em minha vida.

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