sábado, 12 de outubro de 2013

20131011 Mascarados somos todos

Mascarados somos todos


Queiramos ou não, aceitemos ou não, todos usamos máscaras nas nossas relações interpessoais.


Uns são mais sutis e escamoteiam sua realidade. Mas num momento ou outro, mesmo os que buscam a transparência cristalina resvalam numa mentira, mesmo pequena.


Um diálogo imaginário entre amigos a discutir isso. Um deles não admite suas máscaras:


_ Que é isso que as pessoas chamam de viver com máscaras nas nossas relações?


_ Não sei, pois nunca usei. Sempre tive a nítida impressão ser a mentira e a falsidade qualidade de vilões das estórias lidas, assistidas e ouvidas nos tempos de infância. E como sempre me revoltaram os vilões, não me julgo capaz de mascarar a realidade. Por isso sou grosseiro muitas vezes.


_ Isso, grosseiro. Muitas vezes tenho ouvido isto de ti.


_ Estão certos esses. Não me perguntes algo, pois te responderei na mais pura sinceridade. Sinceridade infantil. E isso fere as pessoas.


_ Tens orgulho disso ao que me parece.


_ Vergonha. Mas ainda não aprendi a agir de outra forma. Embora já cale em muitas ocasiões. E tenho isto como um avanço pessoal.


_ Calar é algo. Mas na verdade não basta. Agredir as pessoas não faz sentido.


_ Enfim. Onde queres me levar? Buscas que seja igual aos demais? Gente asquerosa por sua costumeira falsidade?


_ Nada disso. Busco te fazer mais afável ao mundo e aos que por abrigação compartilham tua companhia.


_ Ser mais afável com o mundo? Por que o seria se dele não recebo isso? As pessoas e o mundo são agressivos. Lembro agora do filme "Pequenos assassinatos". Um filme antigo. Chegastes a assistir?


_ Não gosto de cinema. De que se trata?


_ O filme se passa numa cidade norte-americana. Um cidadão comum, tendo uma vida comum e normal vai recebendo agressões no transcurso de um tempo, esse tempo se prolonga. São relegações, desprezos, as pancadas da vida recebidas por todos nós. Ao fim de um tempo enlouquece e se posiciona no alto de um prédio a atirar nas pessoas da cidade.


_ E tu és esse personagem? - pergunta assustado.


_ Não, não creio. Mas nenhum louco admite a própria loucura. - responde sorrindo.


Ambos se despedem e cada um segue seu destino.

***


Temos todos uma pitada de loucura?


Recebemos mesmo pancadas da vida ao longo dela?


Em caso positivo reagimos todos da mesma forma diante desse fato?


De minha parte preciso refletir mais para formar uma opinião mais clara.


De uma forma ou de outra viver é um grande barato. Com máscaras. Sem máscaras. Beber a essência de cada nova oportunidade.


Esta é, a meu ver, a verdadeira e autêntica Vida.



Paulo Cesar Fernandes

11 10 2013


***

Pequenos assassinatos.

Sinopse:

“Little Muders” é a história da apatia, do “movimento pela apatia”: da neurose da psicose de se viver aprisionado. É a psicose da galinha olhando o ovo, estranhando o ovo que acabou de botar e MASSACRANDO aquela coisa estranha que comemos, que vira omelete ou objeto de Páscoa e que Colombo colocou em pé. Mas o apático fotógrafo (Elliot Gould), assim como uma galinha infértil, só faz mesmo é fotografar “merda de cachorro”. Ah, e é espancado por gangs de NYC nos anos setenta enquanto sonha. Sonha. Sonha em querer sonhar como um quase Hamlet, um quase ham omelett.


O resto, em sua volta, é muito barulho, muito barulho, e muitas balas voando, muita gente falando, muita gente no armário, muita classe média, o sonho americano ruindo nos anos setenta sob Nixon, muita gente se auto-flagelando e auto-baleando.



FICHA TÉCNICA:

Título original: Little Murders
Gênero: Comédia
Diretor: Alan Arkin
Duração: 110 minutos
Ano de Lançamento: 1971
País de Origem: EUA
Idioma do Áudio: Inglês


ELENCO:

Elliott Gould ... Alfred Chamberlain
Marcia Rodd ... Patsy Newquist
Vincent Gardenia ... Mr. Newquist
Elizabeth Wilson ... Mrs. Newquist
Jon Korkes ... Kenny Newquist
John Randolph ... Mr. Chamberlain
Doris Roberts ... Mrs. Chamberlain
Lou Jacobi ... Judge Stern
Donald Sutherland ... Rev. Dupas
Alan Arkin ... Lt. Practice


Fonte:
http://cinecoolt.blogspot.com.br/2009/09/pequenos-assassinatos.html

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