sábado, 12 de maio de 2012

Mãe exemplo

Mãe exemplo


Madrecita!

Antes de mais nada o mais importante:
_ Tu ouves as palavras que te endereço ao fim de cada dia?
_ Consegues participar dessa reunião humilde que fazem teus filhos, cada qual em seu canto?
_ Recebes os abraços, os carinhos e as lamúrias saudosas de quem não mais te pode ouvir as palavras?
_ Percebes o quanto atastes teus filhos em amarras de amor, as mais fortes dentre todas?


São muitas as lembranças, grudadas não no corpo perecível que a terra ou o fogo levarão; mas gravastes na alma momentos imorredouros que no transpasse de existências persistirão comigo. Pois tu e eu sabemos que a imortalidade do espirito é uma realidade incontestável. Deus pode não existir, não faz a menor diferença, mas nós existimos e de amor somos feitos.

Nos ensinastes o perdão. Não apenas por palavras mas por atos exemplares que não deixavam dúvidas do que ia em teu coração. Me confesso recalcitrante no aprendizado dessa lição, mas já tenho avançado em relação a anos anteriores. Tu sabes, agora mais que antes, toda mudança é um processo lento, muito lento e nos requisita grande dose de energia afetiva. Mas caminho, e sei o quanto acreditas em minha veracidade. Afinal "a mentira tem pernas curtas" como bem dizias e me lembrou ainda ontem Eduardo Galeano, um poeta uruguaio que não tive a oportunidade de te mostrar. Vim a me aproximar da sua obra ainda este ano.

Lembras do teu quartinho de costura? Levantavas a peça de roupa, ora uma camisa, ora um shortinho de criança:
_ Que corpinho habitará esta short?
_ Esta camisa está bem feitinha?
E eu não podia responder muitas vezes, imerso que estava em admirar-te.


Anos, muitos anos se passaram, mas a admiração e o amor nunca deixaram de habitar o coração deste teu filho. E tenho certeza, habitam da mesma forma o coração de minhas duas irmãs.
É a primeira vez que ponho a público estas questões.
Talvez a idade venha me dando mais coragem.
Talvez seja o tempo a passar, ou a mediunidade me aproximando  do universo imaterial.

Vou te dizer uma coisa que te alegrará:
_ Agora, mais do que nunca optei por uma vida simples, franciscana mesmo. E nunca pude ter a felicidade tão presente em meu viver.


Não te prendo mais. Sei das tuas tarefas atuais.
Mas sempre que possam, tu e o pai, estejam junto dos vossos filhos.
Voces são muito importantes e muito fortes para nós.


_Ah!
_ E a senhora fique com os anjinhos!

Nota: Na inocência da infância raciocinava que se eu ia com Deus como a mãe dizia, alguém devia ficar a guardar a ela e as irmãs.
Sobrava aos anjos tal tarefa.

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