sábado, 6 de fevereiro de 2016

20151228 Filho jovem se vai

Filho jovem se vai


Passava pela TV5 e uma mulher negra lamentava o assassinato de seu filho. Fugi do canal. Nada mais sei do caso. Mas o olhar da mulher se prendeu em minha alma.


Bom ou mau filho?

Correto ou traficante?

Não sei.


Penso em nossos familiares, alguns dos quais carregando traumas de assaltos. 


Voltar para casa no Brasil é sempre uma vitória. Grande alívio.


A força do amor, a convivência mesmo quando alguns conflitos ocorrem, é sempre estruturadora da psique tanto dos pais como dos filhos.


No desenrolar da vida não nos damos conta disso. Mas o vazio da ausência traz o turbilhão dos "Será que..."


As perdas não tem respostas; se postam em nossa jornada e ai de nós se não lidarmos com maturidade com cada uma delas.


Um familiar ausente, na flor da idade; ou ainda pior, na infância, é um fato nunca acatado com resignação. Feliz do que supera o ódio e o desejo de vingança.


Na França; no Brasil; nos EEUU; a dor de um filho, negro ou branco, ausente por prematura morte é desesperadora e sempre o será. Mas este é o Logotipo do tempo presente no mundo todo.


Não mais choro. Não mais ódio. Não mais lamentações.


Uma nova Jornada de Direitos Civis se faz necessária no mundo. Afinal, o silêncio empodera os assassinos.


Partamos para o ataque, na formação de entidades na defesa da vida. Aqui, lá e acolá; onde paire a insegurança, nos obrigando a defrontar com mortes prematuras.


Cobrar autoridades!


Cobrar ações e soluções. Nem sempre punições. O Poder conhece as soluções, mas apenas as coloca vigentes quando a seu serviço.


Um Poder que é contra nós, o povo. Pois não cumpre seu dever constitucional de nos proteger.


Tolhendo nossa possibilidade em caminhar por nossas cidades sem temor algum. Quem sabe sejam necessárias entidades dos "Cidadãos em Autodefesa". Brotando do solo por pura necessidade vital.


O Estado não cumpre seu dever, o cumpramos nós. A Constituição de 1988 devia ter previsto isso.


Na incompetência do Estado, como hoje vivemos; os cidadão terão o direito de formar suas "Milícias Armadas de Autodefesa".


E esta é uma provocação consciente, um desafio ao Estado. Incompetente e corrupto.


Não quero mais mortes. Não quero mais mulheres chorando a perda de seus filhos e filhas.


Não quero mais sumárias execuções de negros no Brasil ou no mundo.


Não quero e posso não querer. Pelo simples fato de ser um cidadão comum. Normal. Capaz de sentir a dor dos seus semelhantes como se minha fosse.


Não quero a dor de uma família eternizada em centenas de repetições.


Precisamos de Novas Estruturas nos contrapondo a esse Estado que por aí anda. Este já era!



Paulo Cesar Fernandes.

28/12/2015.






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