segunda-feira, 19 de junho de 2017

20170619 Vulcânico viver.

Vulcânico viver.


Um vulcão, em plena e constante atividade interior, onde nada é estável. Todos os elementos em constante alteração. Por vezes uma erupção sob a forma verborrágica. E faço ferir os territórios ao redor, em geral pessoas.


Mas erupções são da natureza dos vulcões. Embora vezes tantas, tenha zelo no tocante às erupções. Trabalho lento e paulatino iniciado de longa data.


Mas nada é quieto ou silente no interior. Olhar o mundo revolta e intensifica a movimentação.


Raros os momentos de perfeita calmaria. Mesmo nesses momentos, algo sempre borbulha dentro de mim. É da minha essência e dela não me devo afastar.


Este meu Brasil é um grande motivador dessa atividade. Cada dia uma nova agressão. Um roubo. Um ataque. Uma violência entre irmãos. Um escândalo e um desencanto. Sempre alguém derrubando os limites da Ética, pondo ao chão valores tanto tempo válidos. Parece ser da natureza do brasileiro destruir ancestrais valores, aqui trazidos para implementar uma verdadeira 
civilização.


Mas não ! ! !

Esses povos e seus valores não prestam à nossa realidade. Afinal somos tropicais e "Não existe pecado do lado de baixo do Equador."; dessa forma as aberrações se multiplicam instigando a 
movimentação do magma interno; se vai o sono e se estabelece a IRA. É quando se dá a erupção e a verborragia.


E não adianta fugir. A luta é por aqui mesmo. Finlândia; Áustria ou Colônia, a cidade Arte da Alemanha podem e devem esperar, por séculos aqui será o meu Campo de Batalha.


Com que coragem, posso eu deixar para trás, companheiros construtores de algo do passado e do presente: um Darcy Ribeiro; um Professor José Herculano Pires; Eurípides Barsanulfo; um 
Gilberto Gil; Caetano Veloso; um Chico Buarque; ou, mais ainda, um Ferreira Gullar meu poeta maior. Como deixar para trás sem a minha pouca força, mas pouco é mais que nada. Guimarães Rosa 
não abandonará o Brasil tão cedo, estou certo disso..


Como me sentiria diante deles todos, deixasse a luta por pura covardia? Como me sentiria?


Com que olhos os fitaria? Como enfrentaria meu espelho me sentindo um covarde?


É preciso algo fazer, embora eu nada seja. Sem prestígio social sou de pouca valia.

Afinal sempre me neguei às coisas fora de padrões éticos aceitáveis, logo o isolamento é fatal.

_ Não! Esse caminho eu não farei!


O isolamento foi o resultado natural. Mas foi melhor assim.


Sendo assim, aqui estou eu. Buscando não erodir mais. Apaziguando o interior, sendo mais neuronal que emocional. Mas...


Mas sempre pleno de muita atividade. 


Espalhando larvas nos subterrâneos da Vida; e acionando novos vulcões.


Paulo Cesar Fernandes.

19/06/2017.

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