segunda-feira, 15 de setembro de 2014



Trajetória

 

Vou correr atrás da minha ignorância.

Se a pego, talvez a domine, talvez a vença. Na pior das hipóteses, a proximidade com ela faz com que a conheça bem.

Saber de sua dimensão vai ser um processo doloroso, e a única maneira de fazê-la definhar.

O universo do que conheço e o desconhecido: uma luta desigual.

O tempo, esse ente mágico enfileirando minutos ou milênios, abre as portas, e por elas enveredo sem temor. O abismo se contrai e a coragem se agiganta.

Difíceis deixam de ser os temas.

O sabido e o desconhecido são faces de uma única moeda: o valor que me acompanhará.

Eu não acredito nisso!

Sei disso!

Acreditar admite desacreditar.

Saber não. Não há des saber.

Quando passo a saber algo novo, esse conhecimento impregna minhalma e, nenhum banho no Lates[1] o apagará.

Pois sei e sou ciente deste saber.

Ad eternum.

 

Paulo Cesar Fernandes
27/05/2008



[1] Para Sócrates o Rio do Esquecimento no qual banhamos ao início de cada existência. Isso explica o fato de não nos lembrarmos das vidas passadas, segundo o filósofo.

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