quarta-feira, 24 de setembro de 2014

20140924 A caneta

Escrevia eu de tarde quando me acaba a tinta da caneta.


_ Justo agora! - disse eu pesaroso. - Quando o texto me fluia com maior vigor a caneta me falha.


De imediato saí em busca de outra para dar prosseguimento ao trabalho.


"_ Uma caneta é como nós. Tem lá sua quilometragem de escrita. Chegada a essa marca para de escrever. E acabou. Ponto final."


Um materialista assim pensa de sua vida.


De outra forma pensa quem sabe da imortalidade do Ser, alma, ou espírito.


Para estes o fim da vida é apenas um deixar o corpo, para seguir vivendo em uma outra dimensão.


A grande dúvida para todos é o que está do outro lado desse imenso muro.


Ao nos vermos obrigados a saltar para o outro lado qual será nossa situação? Felizes? Saudosos do corpo? Saudosos do palco da vida, ou do palco cênico caso sejamos artistas?


As religiões e a filosofia se debruçam sobre tais questões.


Tenho minha posição, mas por justiça reivindico o direito de todos escolherem o próprio caminho.


Afinal, segundo penso, não há Verdade ou verdades. Somos plena autonomia, somos plena Liberdade.


Sendo isso o que nos permite voar. Singrar os ares do sonho de trazer a Justiça para a face da Terra.


Nossa tinta um dia acabará.


Mas, a cada quilômetro caminhado, possamos estar mais fortes em nossos sonhos e mais capazes de torná-los realidade concreta.


Viver é sonhar coisas superiores. Todo o resto é ilusão.


Paulo Cesar Fernandes

24/09/2014

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