sábado, 11 de maio de 2013

20130429 Breve retorno a Jung

A minha alegria com relação aos países progressistas da América Latina é muito grande, uma esperança muito forte. Tomando por base o pensamento de Carl Gustav Jung essa sensação nasce das entranhas do inconsciente.


Estou solitário nesta minha esperança? Ou junto a mim, neste nosso imenso e por mim amado continente, muitas mais pessoas carregam essa mesmo sentir?


Esse sentir-se alegre por ser Latino-americano.


De um continente onde temos a Venezuela, a Bolívia, o Equador e o Uruguay; quatro nações em processos de mudanças históricas.


Quatro nações que apontam e constituem novos momentos para ampla maioria das suas populações.


Quatro nações que ampliam o valor do cidadão na tomada de decisões, acatando e respeitando-as. Muitas vezes situações difíceis de chegar a um consenso, dada a divergência de interesses dos integrantes de qualquer sociedade. "É difícil." como diz Pinera, vice-presidente da Bolivia. Difícil mas eles vão caminhando.


Voltando a Jung. Se esse sentimento for apenas meu. Pasa nada. Nada há para elaborar pois é coisa apenas do meu inconsciente. Um sonho, um devaneio apenas meu.


Mas, se centenas de milhares de pessoas, estiverem sentindo o mesmo, temos aí uma coletividade projetando seu inconsciente num processo. Um elemento de percepção do futuro. Se todos tiverem a mesma sensação de algo positivo. Isso acabará ocorrendo.de alguma forma.


O filme "Remembering Jung", um documentário sobre a vida de Jung, em determinado trecho, afirmava ele ter visto em alguns pacientes seus, mesmo antes de 1919, um prenúncio de uma catástrofe se abatendo sobre a Europa. Algo forte e recorrente. Essa gama de pacientes estava prevendo a chegada de Hitler. Algo apenas consolidado em 1933. Mas isto não invalida as percepções dos ditos pacientes.


Jung podemos ter por guru. Alguns referenciais nunca os devemos perder de vista. Nunca mesmo. São seguros roteiros para a trajetória de nossa curta passagem pela Terra.


Se algo foi previsto no passado com acerto. Quem me garante não haver a possibilidade do mesmo fenômeno ocorrer em nosso momento, numa perspectiva de positividade, de avanço no processo geral de civilização da América Latina.


Não importa que não seja o Todo, mas apenas uma parte. Tudo é um processo paulatino de mudanças. A verdade sempre se estabelece. Em tudo na vida.


Esse processo paulatino de retomada dos valores dos Povos Originários é uma grande forma de reverter a "Sociedade dos Consumidores" preconizada por Zygmunt Bauman. É muito provável chegar ao futuro sonhado por todos os homens de bem da Terra, onde a Paz e a Justiça reinem soberanas.


Com os Povos Originários estamos diante de um novo momento de aprendizado. Fecho com uma frase de Jung durante o filme, em seu final.


"Finalmente é um problema moral que o homem aplique ou não o que aprendeu."   Carl Gustav Jung



Paulo Cesar Fernandes

29  04  2013

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