domingo, 9 de setembro de 2012

Vida a dois

Ascsentimento - ascensão do sentimento
Dessentimento - Descensão do sentimento.

No segundo caso a expressão "Meu amor" é dita apenas como locução, sem algo maior a viajar por dentro da alma. Uma força de habito, perdeu valor e significação.
Crise dos 3 anos. Crise dos 7 anos. Crise dos 10 anos. E de crise em crise o se aturar é a falta de coragem de ser autêntico, e fiel a si mesmo.
Mas a quem engana? Se perde a oportunidade de se abrir a uma nova afetividade, onde novas expressões se forjem no influxo do

amor.
Aturar-se? Jamais. Amar-se é sempre bom e revigora a vida.
Mas os caminhos se distanciam. redirecionam. É ruim isso?
Não necessariamente.
Uma condição natural de seres capazes de repensar suas formas de existir.
Quem não pensa é ameba. Nós não somos amebas, vai daí seres
pensantes e sentimentais. Corações pulsantes em afetividade.
Um casal não é um circuito fechado. Mas dois seres que se unem num projeto de
complementaridade sim, mas sempre havendo a possibilidade de um crescer, e querer crescer mais, sendo podado pelo companheiro/companheira.
Dada esta possibilidade o que dve ocorrer?
A separação?
Depende...
Nesta hora entre em cena o diálogo entre a sensibilidade mútua e a razão de cada parte. Mas nunca a tolice dos interesses mesquinhos, mas a dignidade de almas postas com sinceridade, na discussão de um futuro capaz de ser feliz, mas feliz
para ambas as partes da equação vivencial.
Sopesar a falta que ela me faz, me fará.
A falta que ele me faz, me fará.
Pois a solidão é uma delícia... mas apenas nos primeiros tempos.... e os tempos passam.... e a solidão vai cobrando sua permanência na vida das pessoas.

Era e é um casal belissimo.
Ele um camarada 100%, ela uma criatura adorável.

Mas acabou. Fim. Já era.
E ninguém tá traindo ninguém não. Puro desgaste da vida a dois. "Todo dia ela faz tudo sempre igual..." Chico Buarque matou a pau.
Quando os projetos de vida se distenciam, até o café levado na cama é motivo de agastamento:
_ O que esse cara tá querendo?
Paira no ar a desconfiança.

Separar é bom? Não é mesmo. Mas viver assim é uma tragédia! Pois merecemos a Paz.
A Paz. A Liberdade. São condições de vida.
De grandeza, De plenitude. Sem elas a vida não é.
Não é prazeirosa. Não é llena de felicidade. Não é produtiva no sentido de produtividade dado por Erich  Fromm. (Sempre ele ao meu lado com suas concepções admiráveis).

Esse viver produtivo nos permite em cada momento vivenciar o prazer: da presença de amigos; duma música; dum poema.
E aquele texto que no conflito era dificil, se abre à nossa compreensão.
Há leveza no viver.
Algo capaz de permitir não mais olhar a mulher ou o marido como antagonista, mas como um ser comum, com defeitos e qualidades como cada
um de nós. Inclusive o leitor deste.
Para Carl Gustav Jung todos temos nosso lado claro, cristalino e nosso lado obscuro da personalidade. E é nos momentos de conflito a emergência da nossa obscuridade. Mas, para nossa alegria...
Somos seres em continua construção. Um motocontínuo de diversidades a cada período.
Ela? Tudo de bom. Ele? Baita camarada legal.
Mas acabou. E ponto!


Cada qual acate, aceite e curta a nova realidade.
Sempre brotam momentos felizes. Pessoas intrigantes.
Corações e corpos estimulantes.
É assim! É natural! É da vida!
Nossa existência peregrina, em todas as instâncias possíveis e imagináveis.
Aceitar os fatos é um ato de sabedoria! Assim!

Harmonia em teu coração meu caro leitor.
Viva voce com ou sem disturbios na vida afetiva.
Mas viva plenamente!


Paulo Cesar Fernandes

09/09/2012

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