quarta-feira, 31 de maio de 2017

20170524 O Teu : o Novo

O Teu : o Novo


Chega o momento 
O passado não é o obsceno e ausente
Tão distante de ti
Não é mais teu.
Algo solto e perdido
Numa gaveta da memória.


A luz entrando janela adentro
É a mesma a iluminar teus passos
Não és o mesmo, o sabes
Mas não és diferente


Mas que diferença é esta
De igualdade tão presente?


A festa imperdível
Determinadas companhias
Nada mais te dizem
Não. Não é velhice 
nesses teus 30 anos


Intrigado olhas ao redor
Teus livros são velhos
Teu pensar não os acolhe
Pensas além deles todos


Mas lidos por tanta gente?
Pensas...
A ti nada mais dizem
A tua é outra Sociologia
Nata da mesma racionalidade
Mas com diverso desdobramento


O EU se opondo ao nãoEU
Tu e o Mundo em oposição.


Ou te negas e segues não sendo
Ou te firmas e pagas o preço.
Não há terceira via.


A eterna dualidade.
A tomada de decisão.
É caldaloso o Rio da Nulidade.
Não nadas nele bem o sabes.


Nada de novos amigos.
Nada de cursos fabulosos.
É algo interno e forte.
Muito profundo em ti.
Um encontro, uma descoberta.
Da essência, do em si e para si.


O mundo se cala lá fora
Paulatinamente desaparece
Teu interior ganha voz
Decide e faz


O passivo seixo do rio
Rebelde prende novo destino
Fixa à margem
De Tudo e de Todos
Estabilizando 
Em diversos sentidos


Velho homem é lembrança
Por vezes doce até
Divertido
Mas o Novo chegou 
Reordenando tudo
trazendo coisas
Questionando
Aprofundando



Não há passo atrás possível
Caiu a primeira gota
Incipiente Sabedoria
Feliz o coração sente
O futuro, a harmonia
Num filete cristalino.


Um Ontem milenar
Um futuro a se presentar
Olhos sorridentes.
Espírito em mutação.


Nada que foi é mais.
O Futuro forjado agora
De fora nada virá
É chegada a TUA HORA:
Senhor, não mais Servo
De um nãoEU e de todo um vazio.


Tu és! 
A História.
E isto te bastará!


Paulo Cesar Fernandes

24/05/2017.

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76 jahre alt.

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