sábado, 20 de maio de 2017

20170520 Olhar do Artista

Olhar do Artista.


O mundo em que vivemos não é o melhor dos mundos. 

Nos defrontamos com guerras de todos os tipos e dimensões.


A iniciar na pequena guerra no seio da família. Separando, por motivos muitas vezes pueris, os membros desse núcleo familiar. Por vezes, o que é mais sério, gerando ódio entre seus componentes.


No mundo do trabalho e das instituições temos a Guerra da Competição. Trazendo a infelicidade para todas as partes envolvidas. Quem é capaz de ter sossego e harmonia, em um ambiente onde a competição se estabelece? 


A competição serve apenas para os donos do Poder, pois com ela dividem as pessoas e melhor as controlam. Melhor se servem delas. Pessoas se odiando são frágeis instrumentos de manipulação. Afinal o ódio obstruí a Razão. E somos racionais, até prova em contrário.


Ninguém pode ser feliz, nadando em braçadas no ódio. Não! Nem Feliz e nem Livre. O ódio aprisiona o homem à Terra, incapacitando-o a voos mais amplos de conhecimento de si mesmo.


E temos ainda as mais dolorosas, as Guerras pelo Poder nos diversos países do mundo. Muitas delas capazes de promover deslocamentos em massa das populações afetadas. Basta olhar o mundo e ter um mínimo de compaixão dentro de si.


Não! Esse não é o Mundo sonhado pelos artistas.

Nem, muito menos, o mundo da espiritualidade.


Espiritualidade, quando sou eu falando, não é religião, mas a força interna capaz de lutar contra a materialidade vigente em nosso planeta. Nada contra as religiões, mas meu foco é bem outro.


É a reversão dos caminhos para a qual a Humanidade como um todo vem se dirigindo. Ausência do sentimento e primazia da irracionalidade.


Alguns artistas, de forma consciente ou inconsciente, vem se rebelando contra tudo isso até hoje proposto aos homens. Um movimento a ocorrer em diversos pontos do Globo Terrestre, e entre artistas que sequer se conhecem. Isso eu acho muito importante de frisar. Esses artistas não se conhecem. Eu os conheço e estou fazendo esse LINK entre eles, por minha conta e risco. E posso estar equivocado na minha percepção desse movimento. Mas algo ocorre entre os Artistas de nosso Planeta Terra.


E de que forma se dá essa coisa?


Na retomada da sensibilidade. No aprofundamento e ampliação do seu valor cultural. Sem violência. Sem intencionalidade. Sem competição. Apenas permitindo à sua sensibilidade o acesso ao seu público. Trazendo a esse público Valores.



Retomar valores não é ser saudosista, no sentido pejorativo do termo. É apresentar ao mundo outra vez, uma proposta perdida no tempo. O Nosso Tempo é o melhor dos tempos; mas soterrou muitas coisas capazes de serem resgatadas.





"Triplicate", o mais recente trabalho de Bob Dylan é um dos exemplos disso. (Sempre Bob Dylan apontando caminhos, desde a década de 50).


As últimas atitudes de Udo Lindenberg (Cantor); Win Wenders (Cineasta); e da Banda Punk "Die Toten Hosen" da Alemanha todos, nos apontam a mesma direção.



Na Itália, velhos e novos nomes das Artes, cumprem trajetória similar: Beppe Grillo (Ator e Ativista Político); Adriano Celentano (Músico e Ator); Francesco Guccini (Músico e Escritor); Fabrizio Moro (Músico); Roberto Vecchioni (Professor, Compositor, Músico e Escritor) são exemplos que saltam aos nossos olhos de almas em busca de um Outro Mundo, onde o homem possa evidentemente Ser, deixando de lado o Ter, tão criticado por Erich Fromm.



Os Artistas se colocam contra a Globalização, tal como ela se tem apresentado, pelos rastros por ela deixados. Rastros de dor e subjugação do homem. Subemprego. Precarização da vida, desvalorização do trabalho do homem, tornando-o apenas uma peça facilmente cambiável de uma ampla engrenagem.




Os Artistas negam tudo isso no Futuro do Planeta Terra. 

Merecemos algo bem melhor.


Devemos lembrar. No correr da História da Humanidade os Artistas tiveram papel de faróis, indicando os novos caminhos pelos quais o homem deveria trilhar. E trilhar Novos Caminhos sempre significou desembocar num novo tempo, melhor para todos, absolutamente todos.


Segundo penso. Esse alerta dos artistas ao mundo, tem como meta nos encaminhar a uma maior espiritualidade. Maior harmonia interior e exterior. Busca da Paz entre os homens e entre as nações.


A Arte nasceu para o bem do homem. E o Artista é o Medianeiro desse Bem.


Por que não acatar a sugestão dessa gente capaz de sentir espiritualmente caminhos novos, pelos quais ainda não tivemos a coragem de adentrar?


Paulo Cesar Fernandes

20/05/2017

Nota: Desde semana passada, quando ouvi alguns acordes do trabalho de Dylan essas coisas passaram a me habitar. Algo de diferente ocorre no meio artistico do nosso planeta. Por ter a sorte de me interessar por Arte de todas as partes do mundo me foi possível estabelecer essa vinculação entre as coisas.

Convém dizer, uma vez mais, posso estar enganado na minha leitura desse movimento no mundo. 

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