segunda-feira, 24 de abril de 2017

20170423 O frio das ruas : Eva resiste.

O frio das ruas : Eva resiste.





E do recanto do LAR.
Vejo as meninas lá.
Na Indianópolis.
Com seus dez centímetros de saia.
E as contas a pagar.


Tenho carinho por elas
Não sei a razão
A marginalidade talvez
Seja rota de união
Fonte do meu carinho
Por Evas tão fragilizadas


Temo por suas vidas
Por sua morte e sobrevivência
Cada dia mais
A margem se afasta
Do centro da sociedade


E tantas Evas das noites
Cada vez mais desprotegidas
Das velhas ideologias
Neonazistas;
Xenófobas;
Sexistas.


Se arriscam cada noite
Quer no distante bairro
Quer no ponto de trabalho
E o frio da cidade
Lhes fecha espaços
Lhes atira pedras em palavras
Nenhum calor
Nenhuma mão amiga.


Afinal.
Não se privatiza via empresas.
A mais antiga profissão.
Eva então segue solitária.
Na fria esquina de cada dia.


Paulo Cesar Fernandes.

23/04/2017.


P.S.: 
Sob o manto da Arte de Fabrízio de Andrè

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