sábado, 13 de junho de 2015

20150613 No passo do boi o andar da vida


Uma noite dessas, um amigo boiadeiro esteve comigo e me deixou um texto.

Reproduzo e dou conhecimento embora não tenha me comprometido a isso.

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No passo do boi o andar da vida


O boi.
Determina o ritmo da vida.
O seu lento passo.
É a segurança do boiadeiro.
Já de saída este avisou no destino.
Das provisões, das paradas;
E dos possíveis percalços.


Precavido dirigente.
Faz tudo pensado à frente.
Seu povo lhe é de valor.
Não se forja um boiadeiro.
Bom de laço e montaria.
Assim de jeito ligeiro.
Assim da noite pro dia.


Vendo o pai e o avô.
Menino esperto e atento.
Desde cedo demonstrou.
Ser líder em todo momento.
Voz mansa porém firme.
Tem valor na peãozada.
Nunca pós fora um homem.
Pelo trabalho mal feito.
No contrato só passava.
O de corage e muito jeito.


Pressa nos boi não punha.
Eles sabe o seu jeito.
De seguir calmo e manso.
Bem  junto das montaria.


Jão Fagoso rareia o  passo
Deixa boiada na frente.
Num pedaço de estrada.
Tem corpo de sua gente.


Teresa Vitória se foi.
De tempo tanto vivido.
E Jão nunca esquece.
Da prece de agradecido.


Chapéu na cabeça volta.
Galopa junto da tropa.
Mas fica meio longe.
Mó de secá os óio.


Quando chega no destino.
Entregue toda boiada.
Faz alegria do povo.
Pagando a rapaziada.


Uma só coisa pede:
"Sem exagero moçada".
Manhã é outro dia.
Nóis parte de madrugada.


Outra vida Jão num qué.
Pois nessa foi criado.
A lida co gado é dura.
Mas é acostumado.


E ve a res nascendo.
Co aquele gambito fino.
Dá um puxão no peito.
E acaba virando um grito:
"E viva a Vida,
e Salve Nosso Senhor Jesus Cristo!".


Jão Fagoso é filho de Teresa Vitória.
Com sua benção mãe!


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Assim fiz, registrei.
E dou conhecimento.

Portal Fernandes

13/06/2015




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