domingo, 28 de dezembro de 2014

20141228 Concretude textual

Quero quebrar as palavras, as prateleiras, destruir a Sala de Jantar.
Trocar todos os móveis e imóveis de lugar.

Da palavra tosca descobrir novos sentidos e construir castelos de vinho por vinhedos que jamais verei.

Me embrenhar nos sonhos e fazer cair todas as máscaras de todos os caminhos.

Alles luge! nos diz Rio Reiser.
É tudo mentira mesmo.


Se a poética não tiver espaço no canto do pássaro, e na mão que afaga.
Se a tua dor não me tocar e o teu riso não me fizer mais feliz.


A vida é breve, sacanamente breve.
Quando será a minha vez?


Por isso é urgente pisotear as palavras e faze-las plenas de tanto viver.
Estufadas de Vida a não mais poder.


O futuro eu trago nas minhas mãos.
Este segundo é tudo.
O passado morreu.


E aqui vou eu.
Nas asas do incerto, rumo ao desconhecido.
Para trás ficaram escombros.
Nada retornará.


No compasso de cada hora
Eu posso renascer.



Paulo Cesar Fernandes

28/12/2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário