quarta-feira, 8 de outubro de 2014

20141008 Roy Orbison

Roy Orbison



E por que a gente morre?
Com tantas coisas por fazer.
Por que?


Que coisa leva.
A areia da vida.
Se escapar por entre os dedos.


Não mais guitarra.
Não mais canção.
Não mais o poema.


Por que tão veloz se esvai?
Tem. Deve ter uma razão plausível.
Não me venhas com as religiões.
Pois a pálida morte dói.
Punhalada em peito quente.
E outra, mais outra...


Sangramos por anos uma perda.
Respostas são muitas.
A todas sei de cor.
Mas dolorido é o processo.


Não sou forte assim.
Como fui no passado.
Nem forte sou.
Como outros o são.


E o canto calado, o vazio.
Nem um acorde.
A lembrança é o que resta.
Em frangalhos o peito.

 


Paulo Cesar Fernandes

08/10/2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário