terça-feira, 17 de dezembro de 2013

20131217 Paul Virílio (Velocidade e progresso

Paul Virílio   (Velocidade e progresso


O carro, o avião, o transatlântico noa trazem, com sua velocidade a sensação de progresso.


Vivemos um tempo acidental, um tempo que não é o futuro e nem o passado, sendo fundamentalmente inabitável.


A Guerra do Golfo não exixtiu.


Da Guerra do Golfo nada se viu. O progresso até o presente acelerou a história.


A política e a geopolítica é uma cronopolítica pois o transcurso Espaço-Tempo é geopolítico e cronopolítico.


Temos a instantaneidade, a ubiguidade e a imediatez chegando ao limite de nosso próprio poder. A ponto de delegarmos nosso
poder às máquinas que aumentam a velocidade ainda mais.


As guerras se tornam cada vez mais velozes.


A infantaria, a armada e a aeronáutica perdem para um vírus que desestabiliza um Estado.


Em poucas horas podemos gerar um acidente integral ao planeta.
 O acidente pode se converter em uma arma, uma arma absoluta

chamada bomba informática. Que explode no conhecimento. Um fenômeno sem igual, único e sobretudo um fenômeno que age na
velocidade da luz.


Essa velocidade global tem efeitos sobre as coisas, sobre a paz civil e a paz internacional, e é claro, sobre a economia.



Se pode haver poesia tecnológica capaz de ilustrar a melhor parte da natureza humana, ela não pode acultar a parte obscena das
redes, sua capacidade de produzir a escravidão. Assim, "Um mundo feliz" (Admirável mundo novo) de Aldous Huxley não é
impossível.



Há duas partes do conhecimento: ele em si e sua distribuição. Uma difusão capaz de criar uma massa crítica das ideias formuladas
por esse conhecimento. Nesse ponto estamos salvos.


Se tivermos uma cultura capaz de suprimir a crítica por melhor intencionada e inteligente essa centralização de controle pode
produzir erros. Uma sociedade do conhecimento distribuido nos traz segurança.


Uma das coisas mais absurdas foi o "Muro de Berlim", cuja voz mais forte foi a de Pierre Desgraupes que desconhecia em agosto
de 1961 que separaria o mundo ocidental em duas partes ao longo de 20 anos de Guerra Fria.


Caiu o Muro e a Sociedade Mundial está melhor distribuida, mas as ameaças totalitárias não desapareceram.

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São duras as verdades trazidas por Paul Virilio intelectual frances.


Mas a vida não é feita mesmo de ilusões. Embora a ilusão tome a
consciência de grande parte da população mundial: desde o sonho de uma casamento perfeito até a compra do mais recente
modelito tecnológico, para ficar na frente de seu colega de trabalho.


Trabalhei num lugar onde as meninas da limpeza competiam para ter o celular mais moderno. Era muito engraçada a conversa delas.
Pude dar boas risadas na sala de café.


O mundo não pode ser feito de ilusões. Seja o mundo interior do Ser, seja o mundo em escala global. Há de nascer em cada espírito
e em cada Estado a capacidade de saber se posicionar críticamente diante de cada fato.


Sem isso teremos velocidade, mas uma velocidade capaz de nos fazer chegar ao desastre, como o Capitão América do filme "Easy
Rider" protagonizado por Peter Fonda na década de 60.



Paulo Cesar Fernandes

17 12 2013

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