3:30 madrugada de Domingo.
Um grito incompreensível.
Sequência de palavras, grunhidos.
Por certo ainda está no sábado.
Busca novo ponto, para seguir trajetória, consumo de algo.
A noite sempre esconde as dores, todas as dores.
Mas, por outro lado, aconchega de bom grado a vida boêmia; a poesia; e a paixão dos amantes.
Os amantes são os mais vulneráveis.
Não mais portam a razão.
São tesão puro.
Respiração crescentemente ofegante.
Quem nunca passou por isso?
As mãos a percorrer e pesquisar espaços macios e agradáveis ao tato.
Emergem arrepios; surdos gemidos; taquicardia...
... e o gozo emfim, pleno de vigor, prazer, da mais pura alegria.
Corpos já soltos. Bate a racionalidade.
Tomamos precauções?
Fizemos os devidos exames?
OK estão os corpos?
Teu período é de fertilidade?
_ Depois a gente pensa. Chega mais perto. Preciso de mais.
Nos recantos da cidade.
Nos lencóis aromatizados.
Nas areias da praia.
A vida sempre se perpetua, no sabor natural do instinto.
Queiramos ou não.
Humanos tem cio.
E nessa fase, à medida de seu progresso, decresce a racionalidade; e a vulnerabilidade bate pontos exponenciais.
Mas assim é!
Somos racionais, mas/mais animais em grande medida.
Ao bater do cio nos embelezamos.
Nos cuidamos melhor.
O foco é mais claro a cada dia: o ato sexual o devir mais sonhado.
Natural este fato.
E bela é a jornada.
Conservadores criticam.
Mas que importa? São conservadores afinal.
Criticam muitas outras coisas legais: legais de dentro da lei, e legais de boas e prazeirozas.
Importa, afinal que a vida pulsa, e vence.
A vida sempre vence.
Paulo Cesar Fernandes
09 12 2012
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